Em caso de divórcio, quando os bens recebidos a título de herança entram na partilha? E em caso de falecimento?

30/05/2022 às 12:12

Resumo:


  • O regime de bens escolhido pelo casal determina se a herança entra ou não na partilha de bens em caso de divórcio.

  • Na comunhão universal de bens, toda a herança entra na partilha, enquanto na comunhão parcial, a herança não entra por ser um bem particular.

  • Em caso de falecimento do cônjuge, o direito sucessório garante ao cônjuge herdeiro uma parte da herança, concorrendo com descendentes ou ascendentes.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

O que vai determinar se os bens adquiridos a título de herança entra ou não na partilha de bens em caso de divórcio, vai ser o regime escolhido pelo casal.

Regimes de bens

Comunhão universal de bens

Na comunhão universal de bens, todo o patrimônio dos cônjuges se comunica. Pouco importa se a aquisição de tal patrimônio ocorreu antes ou depois do matrimônio. Ou seja, nesse caso, toda a herança entra na partilha de bens, seja ela recebida antes ou depois de casados.

Comunhão Parcial de Bens

Regime mais frequente utilizado pelos casais, visto que em caso do casal não fizer opção por um regime, será aplicado o regime da comunhão parcial. Nesse regime, em regra, o que for adquirido durante o casamento e integrar o patrimônio comum do casal vai se comunicar.

Como a herança não é adquirida pelo casal, mas sim por apenas um dos cônjuges, ela não entra na partilha de bens, visto que trata-se de um bem particular.

Separação convencional de bens

Nesse regime, nem a herança, nem outros bens em nome de uma única pessoa se comunicam.

Separação obrigatória de bens

Caso em que a lei impõe o regime de bens, independente da vontade do casal, se aplica a pessoas maiores de 70 anos e todos aqueles que dependam de suprimento judicial para se casarem.

No entanto, de acordo com a Súmula 377 do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo sendo um regime de separação, haverá a partilha em relação aos bens adquiridos durante o matrimônio.

No caso do recebimento de uma herança, ela não deve entrar na partilha de bens.

E em caso do falecimento do cônjuge

Nesse caso, por se tratar de direito sucessório e não de divórcio, o cônjuge tem direito a herança, concorrendo com os descendentes ou ascendentes, não podendo a sua quota ser inferior à 1/4 da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer, caso não haja nem descendentes e nem ascendentes, o cônjuge receberá os bens na sua totalidade.

Sobre o autor
Bruno Fernandes da Silva

Sou Advogado, atuo nas áreas de direito imobiliário e direito dos esportes eletrônicos. estou disponível para dar todo suporte jurídico necessário, uma vez que cada caso é único, devendo ser analisado de forma personalíssima, da forma mais minuciosa possível respeitando sempre os seus interesses. Ética, zelo, honestidade e responsabilidade são os valores da atuação durante todo o processo.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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