O advogado como parceiro do negócio

31/05/2022 às 11:10
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O Advogado parceiro do negócio é o profissional do direito que, além do conhecimento jurídico tradicional, possui outras formações e habilidades e que contribuiu para a geração de valor que transcende a sua atuação profissional.

O Advogado parceiro do negócio é o profissional do direito que, além do conhecimento jurídico tradicional, possui outras formações e habilidades e que contribuiu para a geração de valor que transcende a sua atuação profissional.

A atuação do advogado parceiro do negócio não se restringe mais e tão somente ao aspecto jurídico. O moderno profissional do direito está sendo chamado a contribuir, e de forma determinante, para com a rentabilização dos negócios a que se vincula, e, para estimular esses negócios, serão exigidos conhecimentos que não constam da formação jurídica básica, bem como habilidades interpessoais que devem ser desenvolvidas.

Além do digital, que abordaremos a seguir, conteúdos como finanças, gestão (de pessoas e de processos), contabilidade, marketing, estatística, dentre outros, são fundamentais, hoje, para o exercício desta nova advocacia, não apenas no ambiente corporativo - departamentos jurídicos internos -, como também nos escritórios especializados nos diversos ramos do direito, destacadamente o empresarial e suas múltiplas especificidades.

Aos conteúdos acima referenciados, soma-se o conteúdo digital e a sua gama quase infinita de possibilidades. Num mundo globalizado em que as informações trafegam e se tornam disponíveis numa velocidade sem precedentes, precisa, o advogado parceiro do negócio, também dominar as técnicas, linguagens, ambientes e ferramentas disponíveis no mundo digital.

Ademais, no que tange ao universo digital, mais que dominar as tecnologias ora disponíveis, é preciso estar atento às novidades que surgem a todo instante e bem compreender que, no carreiro, das inovações tecnológicas, virão as normatizações que a estas farão frente - em todas as frentes.

É assim que o direito em si, assim como o exercício da advocacia e, conforme aludimos acima, o mundo, vem se transformando em razão das diversas mudanças e adaptações à realidade digital: novas normas, novos entendimentos, novas provas, novos meios, processos eletrônicos, audiências virtuais, contratos digitais e assinaturas eletrônicas, são realidades que tem ampliado, de forma considerável, os cenários de aplicação do direito.

Trata-se de um grande desafio, mas também de uma formidável oportunidade!

Essa nova realidade criou um novo nicho de atuação para o advogado. Explorar e dominar esse mercado com êxito, exigirá, além da apreensão dos conteúdos supramencionados, no desenvolvimento de habilidades interpessoais cada vez mais finas. Serão essas habilidades, aliadas aos conteúdos novos, que pavimentarão a via de acesso do moderno profissional do direito a esse novo e promissor mercado.

Uma quebra de paradigma será exigida: criar, adaptar, interpretar, inovar, renovar, reinventar e conectar serão as palavras de ordem nesse contexto de nova atuação jurídica ou de aplicação do direito - a advocacia 4.0. Nesse novo cenário, somente conhecer as leis, as jurisprudências, os sistemas dos tribunais, as técnicas jurídicas e afins, não serão suficientes. Antes de dizer isso não pode ser feito ou isso a lei não permite, o advogado parceiro do negócio dirá vejamos como isso pode ser feito ou vejamos como a legislação pode nos ser favorável.

Quais, então, as cinco principais habilidades que o advogado parceiro do negócio precisa desenvolver? Vejamos.

A primeira é a inteligência emocional. Essa habilidade está diretamente relacionada a como o profissional enxerga o fato e a como reage a ele em um determinado contexto e a como ele reconhece e avalia os seus próprios sentimentos e o dos outros atores envolvidos.

A segunda é a comunicação eficaz. Nem tudo sobre falar bem em público está realmente relacionado à fala propriamente dita. Aprimorar a comunicação envolve postura, o jeito como se veste, as expressões faciais e corporais e, é claro, a fala. O objetivo, mais que falar, é ser verdadeiramente compreendido.

A terceira habilidade a desenvolver é a de negociar e vender. Quando se poderia imaginar que ter habilidade para negociar seria um diferencial para o exercício da advocacia? E vender, então? Pois, é! Estas são duas das principais habilidades que diferenciarão o advogado parceiro do negócio dos demais profissionais. Ser convincente é fundamental. Não só para negociar e vender, de fato, o seu negócio ou o negócio cujos interesses representa, mas para fechar bons acordos ou mesmo para melhor e mais adequadamente apresentar as suas argumentações de defesa.

A quarta habilidade é a de manter sempre uma alta performance e de resolver problemas, o que significa ter foco, ser produtivo e obter resultados. Um profissional de alto desempenho consegue unir, de forma constante, esses três pilares.

A quinta é o relacionamento interpessoal. Além das relações necessárias e estabelecidas dentro da equipe jurídica, há muitas áreas dentro do escritório ou da organização que conversam entre si. Uma boa conexão entre colaboradores de diferentes áreas (jurídico e financeiro, por exemplo) ajuda a construir os melhores resultados.

Em suma: o advogado parceiro do negócio, o advogado 4.0, precisa enxergar mais que o todo e não apenas o todo ou parte dele. Desenvolver uma visão holística do negócio é uma conditio sine qua non.

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Sobre o autor
José Márcio de Almeida

Advogado. Membro da Academia Brasileira de Direito Civil.

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Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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