As etapas da criminologia e a dignidade da pessoa humana

31/05/2022 às 12:04

Resumo:


  • A criminologia estuda os fatores básicos da criminalidade, investigando os aspectos individuais e sociais, e se tornou uma ciência a partir do positivismo, integrando diversas disciplinas no estudo do crime.

  • A evolução da criminologia passou por etapas como a Clássica, Pré-científica e Científica, com representantes como Lombroso, Garófalo e Ferri, que contribuíram para a compreensão do crime e dos criminosos.

  • Diferentes escolas e teorias, como a Antropologia Criminal de Lombroso, a Sociologia Criminal de Ferri e o positivismo moderado de Garófalo, influenciaram a criminologia moderna, buscando entender as causas do crime e propor medidas de prevenção mais eficazes.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Sumário

Resumo

Abstract

Introdução

Relato Histórico do crime na Antiguidade

Etapa Clássica

Etapa pré-científica

Etapa Científica

Conclusão

Resumo

Esse trabalho tem por objetivo , estudar as etapas da criminologia e seus principais representantes.Demonstrando a evolução da criminologia através de suas escolas e esclarecer a influencia desses grandes nomes na criminologia moderna.

Abstract

This work aims to study the steps of criminology and its main representantes.Demonstrando the evolution of criminology through their schools and to clarify the influence of these great names in modern criminology.

1-A Criminologia e suas etapas pré- científica e científica

Introdução

A criminologia compreende o estudo dos fatores básicos da criminalidade, pela investigação empírica, esses fatores são os individuais e os sociais. A Criminologia não estuda somente a prática do crime, mas o fenômeno natural na luta contra esse.

A Criminologia só passou a ser uma ciência a partir do positivismo, quando empregou o método empírico,isto é quando a análise e observação substituíram a especulação.

O crime é tão antigo quanto o homem e sempre fascinou a humanidade e a preocupou, portanto a Criminologia não é um descobrimento recente; ela surge com a Escola Positiva Italiana no ultimo terço do século XIX. Seus representantes mais conhecidos foram Lombroso, Garófalo e Ferri, que teve sua evolução em duas etapas a pré-científica e a científica, que teve a sua linha divisória com a Escola Positiva.

Com isso passou-se a integrar outras ciências no estudo da Criminologia como a Biologia, Psicologia, Psiquiatria e Sociologia, torando a Criminologia inter disciplinar.

A Criminologia trabalha com conceitos científicos, ela trata da aplicação das ciências humanas e sociais, no controle e na ressocialização do criminoso e na prevenção da delinqüência.

  1. Relato histórico do crime na Antiguidade

De acordo com a Professora Cecilia Aires:

Período da Antiguidade. Os precursores da Antropologia Criminal: 1728 a 1686 a.C:

  • O código de Hamurabi. Possuía dispositivos punitivos, como os contra os delitos de corrupção feita por altos funcionários públicos.

  • Século XVI a.C: Legislação de Moises: o velho testamento. 551 a 478 a.C. Confúcio (China): Tem cuidado de evitar os crimes para depois não ver-te obrigado a castigá-los. Conhecimento da pena. Como gravame a uma má ação, senso moral.

  • Século VI a.C. Alcmeon (Grécia): Era psicólogo e medico. Estudo das características biopsiquicas dos delinqüentes. Pesquisou o cérebro humano, procurando relacioná-lo com a conduta.

  • Século VI a.C Esopo: Os crimes são proporcioanis a capacidade dos que os comentem. Ele era fabulista e filosofo.

  • 436 a 338 a.C Isócrates: Ocultar o crime é tomar parte nele. Principio da co-autoria ou da cumplicidade criminosa.

  • 485 a 415 a.C Protágoras: Sustentou o caráter preventivo da pena no seu aspecto de servir de exemplo e não de expiação ou castigo (Precursor da Penologia).

  • 470 a 339 a.C Sócrates: Se deveria ensinar os indivíduos que se tornaram criminosos como não reincidirem no crime, dando a eles a instrução e a formação de caráter de que precisam. Caráter pedagógico da pena.

  • 460 a 355 a.C Hipócrates: Pai da Medicina. Todo vicio é fruto da loucura. Lançou as bases dos modificadores da capacidade de imputação. Principio penal da inimputabilidade ou irresponsabilidade do homem insano.

  • 427 a 347 a.C Platão: O ouro do homem sempre foi motivo de seus males. Fatores econômicos são, também, determinantes de crimes ( ser ou ter ouro).

  • 384 a 322 a.C Aristóteles: A miséria engendra rebelião e delito. Ensinava que os delitos mais graves cometidos pelo homem não eram para possuir o necessário e, sim, para adquirir o voluptuário (supérfluo, para o deleite). Observou freqüente tendência a reincidência e analisou as circunstancias que deveriam ser levadas em conta como atenuantes dos delitos.

  • 4 a.C até 65 d.C Sêneca (Roma): fez uma analise sobre a IRA, que considerava ser a mola propulsora do crime (Fratricidios!! assassínio de irmão ou irmã, mortandade em guerra civil).

Estes são os primórdios das idéias, mas ainda não é Criminologia. A classificação do Crime é cultural, está no espaço e no tempo. Nas idéias de Confúcio, teremos: prevenção é contra o crime, crime leva a aplicação da pena que é aplicada devido a má-ação.

2-Etapa Clássica

No final do século XVII,começa a surgir um estudo sistemático do crime e seu percussor é Beccaria que é o autor do livro Dos delitos e das penas, onde afirma que a lei deve prever os delitos e as penas não podem retroagir, e que todos são iguais perante a lei, posicionou-se contrário a pena de morte;foi contrário também ao confisco e ao suplício, pois entendia que o importante é a certeza e precocidade do castigo.Critica não considerou as diferenças de oportunidade.Outros nomes que se destacaram: Rossi afirmou que a pena é necessária para restituir a ordem, mesmo não corrigindo o criminoso; Carmignani afirmou que a pena é uma necessidade política;Pessina afirmou que a pena é necessária para corrigir o distúrbio social;Kant afirmou que a pena é necessária para restabelecer a necessidade moral;Carrara é o maior nome dessa etapa, seguia Kant e entendia que a responsabilidade penal deriva da moral.

3-A etapa pré-científica

De acordo com Luis Flávio Gomes e outros apesar da obra de Lombroso O Homem Delinquente ser considerada a certidão de nascimento da Criminologia empírica e científica, é considerado o pai dessa, já existiam muitas outras teorias sobre a criminalidade.Nessa etapa pré-científica existia dois enfoques que a diferenciavam o clássico produto das idéias iluministas, se valia do método abstrato, dedutivo e formal e de outro lado o empíricoestudavam o crime de forma fragmentada com outras ciências.Ambas substituíram a especulação pela análise, e coincidem no tempo e são utilizadas até hoje.

De acordo com Luis Flávio Gomes e outros a Criminologia Clássica teve a influencia liberal, racionalista e humanista do Iluminismo.Define o crime como fato individual, isolado, considerado como mera infração a lei, não levando em conta a personalidade do autor ou sua realidade social, o delinqüente tem o livre arbítrio já que a lei é igual para todos, falta uma preocupação com as causas do comportamento criminoso.

De acordo com Luis Flávio Gomes e outros a concepção utilitária da pena era de castigo,pecou por menosprezar a figura do delinqüente e seu maio social, não ofereceu ao poder público informações necessárias para um programa político-criminal de prevenção e luta sobre o crime.

De acordo com Luis Flávio Gomes e outros baseou-se no método de observação do delinqüente em seu meio, em relação a ciência penitenciaria conseguiram importantes reformas no sistema prisional europeu.

  • Fisionomia

De acordo com Luis Flávio Gomes e outros relacionavam certas características físicas aos delinqüentes por exemplo a feiúra, nomes importantes Della Porta e Lavater, desenvolveram o estudo da aparência externa do individuo , relacionando o corpo e o psíquico,forneceu Lavater o retrato do homem criminoso conhecido como Édito de Valério(na dúvida entre dois criminosos condena-se o mais feio).

Lavater sustentou que a vida intelectual poderia ser observada na testa; a moral e sensitiva nos olhos e no nariz; a animal e s vegetativa no maxilar inferior com isso criou o retrato do homem delinqüente, autentico percussor do delinqüente nato de Lombroso , Lavater dizia tem o nariz oblíquo em relação ao rosto, que é disforme, pequeno e amarelado, não tem a barba pontiaguda; ombros cansados e pontiagudos; olhos grandes, ferozes e brilhantes, sempre coléricos, pálpebras abertas e ao redor dos olhos manchas amarelas, e , dentro pequenos grãos de sangue brilhantes como fogo, envolvidos por outros brancos. Círculos de um vermelho sombrio rodeiam a pupila, olhos brilhantes e pérfidos e uma lágrima colocada nos ângulos inferiores; sobrancelhas rudes, as pálpebras direitas, a mirada feroz e ás vezes atravessada.

  • Frenologia

Perecursora da Neurofisiologia e da Neuropsiquiatria, foi importante ao tratar de localizar no cérebro humano as diversas funções psíquicas do homem e explicar o comportamento criminoso em virtude das malformações cerebrais, destaca-se a obra de Gall autor conhecido pelo mapa cerebral, para ele, o crime é causado por um desenvolvimento parcial e não compensado do cérebro, que ocasiona uma hiperfunção de determinado sentimento, ele acreditou poder localizar m diversos pontos do cérebro um instinto de agressividade, um instinto homicida.

  • Psiquiatria

Seu fundador foi Pinel, realizou diagnósticos clínicos, separando os delinqüentes dos enfermos mentais.

  • Antropologia

De acordo com Luis Flávio Gomes e outros aparece unida as origens da Criminologia, destacando o estudo sobre crânios de assassinos, em torno dela veio a tese de Nicholson no sentido de que o criminoso é uma variedade mórbida da espécie humana.Teve também relevância a obra de Darwin, três teses sua foram utilizadas pela Escola Positiva: o criminoso é uma espécie não evoluída; mais seu maior legado na contribuição da Criminologia o individuo recebe por meio de hereditariedade e uma nova imagem do ser humano, achava que assim como a natureza elimina os seres que não se adaptam ao meio a sociedade deveria fazer o mesmo com os delinqüentes pois seria seres inferiores que não se adaptariam, nesse sentido era a favor da pena de morte.

Destaca-se neste período a chamada Estatística Moral, seu mais importante nome foi Guerry, no começo do século XIX a Europa já não se preocupava com as atrocidades do sistema penal, mas sim com o aumento da criminalidade, e os problemas sociais, conseqüência da Revolução Industrial.

De acordo com Luis Flávio Gomes e outros a Estatística Moral ou Escola Cartográfica representa, a ponte entre a Criminologia Clássica e a Positiva, um começo da moderna Sociologia Criminal Cientifica, escola pouco estudada na Criminologia.

Para a Estatística Moral o crime não é um acontecimento individual, é um fenômeno social de massa; o delinqüente concreto não altera temas estáticos significativos na estrutura da criminalidade.O crime é assombras mente regular, repte periodicamente, com mecânica precisão, é produto das lei sociais que deve-se descobrir e formular; o crime é um fenômeno normal, constante, regular e necessário.Cada sociedade em particular tem sua taxa de criminalidade como a de nascimento e falecimento, e deve usar o método estatístico para combater esse fenômeno social.

Guerry desenvolveu pioneiramente os mapas da criminalidade na Europa, nesse estudo deu destaque ao fator térmico, observou a estatística constante na criminalidade em cada país.

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Essa estatística teve um duplo âmbito de influencia: de um lado inspirou a socialógica do positivismo europeu e provou impacto na Sociologia Criminal dos Estados Unidos, tendo seu ponto de partida na escola de Chicago.

Para a Estatística Moral há um volume de crime constante e regular na sociedade, nesse sentido teve destaque Moreau-Cristophe que relacionou a Revolução Industrial e o crescimento da pobreza e consequentemente o aumento da criminalidade, afirmou que estatísticas comprovam que em tempo de crise aumenta o delito de roubo em especial cometidos por mulheres e crianças, e com a paz a criminalidade violenta e agressiva.

Já Mayr questionou a freqüência do delito por considerar essa insustentável a tese de do volume constante de crime.Afirmou que o volume de crime estaria condicionado a fatores sociais que independem da decisão humana, sustentou uma correlação estatística entre os delitos contra o patrimônio e o preço das sementes da época, concluiu que o emprego era decisivo e o processo de concentração urbana era mais importante que a densidade demográfica.Diferente dos outros autores ele não se limitou a estudar as estatística oficiais, senão que conseguiu pessoalmente os dados necessários nas ruas e comercio de Londres.; com a finalidade de mostrar que o crime se perpetua através das atitudes anti-sociais, em um contexto social definido pela pobreza, álcool e condições ruins de moradia e pela segurança econômica.Segundo ele contra posturas dos acadêmicos de sua época, o crime não é fruto da mera flacidez moral, nem de forcas sobrenaturais, mas sim das condições sociais que se encontra determinada sociedade, sua obra retrata a cidade de Londres da época vitoriana, nela está inserido mapas e tabelas com a distribuição de delitos de acordo com quinze variáveis e por regiões.

3-Etapa científica

Começa no século passado com o positivismo criminológico, iniciada por Lombroso, Garofalo e Ferri, que surge como critica a Criminologia Clássica, inaugura o debate contemporâneo sobre o crime e a polemica entre as diversas escolas.

  • A escola Positiva

Fundada por Lambroso e por Ferri, foi uma revolta contra escola penal dominante, a Escola Neo Clássica de Carrara, se opondo o sistema fundado sobre uma metafísica do direito, imutável no tempo e espaço, a pena proporcional ao delito e a sanção retributiva.A partir daí a reforma é dirigida a individualização da pena e reeducação, e as medidas de segurança não retributivas.

Essa escola é determinista, vendo o crime como fenômeno social e a pena como instrumento de defesa societária e para recuperação dos infratores.O livre-arbítrio é uma ilusão subjetiva desmentida, articulando os seguintes preceitos:

-os homens não são moralmente responsáveis pelas ações praticadas;

-todos os homens, que são doentes mentais, ou perturbadores de desenvolvimento mental incompleto ou retardado, são legalmente responsáveis por sua conduta, ainda que por variantes diferentes;

-a responsabilidade penal tem como base a responsabilidade social,e a defesa social é feita conforme o grau de sensibilidade ou de inaptidão a vida social;

-o crime é produto do atuar biopsicossocial.

Inseriu o método cientifico empírico-indutivo, reprovavam a Escola Clássica e adeptos a Escola Positiva, para eles o delito é considerado um fato real e histórico, natural, e não como uma fictícia abstração jurídica e sua nocividade é contra as exigências da vida social e não apenas quanto a lei, são estudos que andam junto com o exame do delinqüente e sua realidade social.Interessa para eles a identificação dada suas causas como fenômeno, pois será decisivo combatê-lo, em sua própria raiz, com eficácia, programas de prevenção realistas e científicos, a finalidade da lei não é restabelecer a ordem jurídica, mas sim combater o fenômeno social do crime, bem como defender a sociedade, a sua prioridade é o estudo do delinqüente, que está acima do exame do próprio fato, com isso destaca-se os estudos tipológicos a concepção do criminoso como subtipo humano, diferente dos cidadãos honestos.

Se caracteriza por defender a ordem social frente aos direitos do individuo e atribui o mal do delito apenas a fatores patológicos, excluem a culpa da sociedade e da ordem econômica.

  • Antropologia de Lombroso

Sua obra Tratado Antropológico Experimental do Homem Delinqüente , publicado em 1876, dá origem a Criminologia , sendo considerado o pai dessa, a maior contribuição dele para Criminologia não esta na sua obra famosa de tipologia,e sim no método que utilizou nas suas investigações: método empírico; sua teoria que deu origem ao criminoso nato, foi baseada em resultados de mais de quatrocentas autopsias de delinqüentes e sei mil analises de delinqüentes vivos .

Do ponto de vista tipológico, distinguiu seis grupos de delinqüentes;

-nato, aquele que nasceu para delinqüir;

-louco moral,que possui algum distúrbio de comportamento;

- epilético, que geralmente prática crimes violentos deferindo vários golpes;

-louco que é o doente mental;

-ocasional, aquele que é normal e em virtude da ocasião delinqüe

-passional, delinqüe por paixão.

Apesar da obra de Lombroso O Homem Delinquente ser considerada a certidão de nascimento da Criminologia impírica e científica, é considerado o pai dessa, já existiam muitas outras teorias sobre a criminalidade.Nessa etapa pré-científica existia dois enfoques Lombroso deu início as suas investigações antropológicas após examinar o crânio de um famoso criminoso, ao encontrar série de anomalias atávicas, e uma enorme fosseta occipital media e uma hipertrofia do lóbulo cerebeloso mediano análoga que se encontra nos vertebrados inferiores, baseando-se no ativismo ou caráter regressivo do criminoso no exame de comportamento de certos animais, e em tribos selvagens e da psicologia infantil profunda.

Com isso Lombroso estigmatizou o retrato do delinqüente (fronte esquiva e baixa, grande desenvolvimento dos arcos supraciliais, assimetrias cranianas, fusão dos ossos atlas e occipital, grande desenvolvimento das macas do rosto, orelhas em forma de asa, uso freqüente de tatuagens, notável insensibilidade a dor, instabilidade afetiva, índice de reincidência...).

Com a sua teoria relaciona o ativismo, a loucura moral e a epilepsia, o criminoso é um ser que não evoluiu como uma criança e sofre epilepsia referentes as lesões cerebrais.Lombroso foi muito criticado por comparar o comportamento animal com o do ser humano, por não se verificar em sociedades primitivas um numero elevado de delinqüentes, e por estigmatizar a figura do delinqüente, pois existem criminosos sem essas características e pessoas honestas com esses traços.Acreditava na incorrigibilidade das delinqüentes institutivos, aqueles com ausência de remorso e preconizava a pena de morte para eles.

  • A Sociologia criminal de Ferri

A Sociologia Criminal, em suas origens e formulações, se confunde com o conceito de Antropologia Criminal, buscou a gênese da criminalidade em fatores biológicos, anomalias no desenvolvimento craniano e no processo de disjunção evolutiva.

Representa a diretriz sociológica do positivismo, é considerado o pai da moderna criminologia, ficou conhecido por sua teoria da criminalidade, embora desse ênfase a sociologia, teve um empreendedor programa político-criminal e por sua tipologia assumida pela Escola Positiva, ele estudava as causas dos delitos, foi o primeiro a dar ênfase a essas.

O delito para ele não é produto de uma patologia individual, ao contrario da tese de Lombroso,é uma somatória de vários fatores:

-individuais: constituição orgânica do individuo, psíquica, raça, sexo, estado civil...

-físicos:clima, estação, temperatura...

-sociais:número populacional,opinião publica, família, moral, religião, educação, vícios...

Para ele a criminalidade era um fenômeno social, que se rege por sua própria dinâmica, que um estudo poderia antecipar os números exatos de delitos, e sua classe a uma determinada sociedade e a um momento concreto se somasse os fatores individuais,físicos e sociais, conhecida como a Lei da Saturação Criminal.

Ferri também se destacou por sua luta de prevenção ao delito, menosprezando o direito penal com a seguinte tese: o delito é um fenômeno social,com dinâmica própria e etiologia específica, no qual predominam os fatores sociais, e sua luta e prevenção devem ser concretizados por meio de uma ação realista e científica dos poderes públicos, que se antecipe a ele incida com eficácia nos fatores criminógenos que os produzem, nas suas diversas esferas neutralizando-os.A pena para ele por si só seria ineficaz se não viesse acompanhada de reformas econômicas e sociais, por isso repugnava a luta contra o delito e ao direito convencional, mas sim uma Sociologia Criminal integrada com a Psicologia Positiva,Antropologia Criminal e Estatística Social.

Quanto a tipologia além dos cinco tipos básicos de delinqüente (nato, louco, ocasional, habitual e passional) acrescentou o delinqüente involuntário, conhecido nos dia de hoje como imprudente.

  • O positivismo moderado de Garófalo

Grande parte do êxito da Escola Positiva está associada a prudência deste autor, embora fiel ao positivismo, suas características são moderação e equilíbrio, que o distanciaram da Antropologia lambrosiana e do sociologismo de Ferri, os aspectos mais importantes de seus pensamentos eram o delito natural,, teoria da criminalidade e fundamento do castigo ou teoria da pena.

Ele se concentrou em delimitar o de forma autônoma o objeto do crime, isso consiste no delito natural, essa valoração no entanto foi critícada visto na dificuldade de elaborar um catálogo de crimes.Embora acredite na teoria lambrosiana da fisionomia e também dá uma certa importância aos fatores sociais, nega a possibilidade do criminoso com base antropológica, mas reconhece a relevância dos dados anatômicos, mas nega a interpretação lambrosiana de estigmas.O delinqüente possui um déficit na esfera moral da personalidade do individuo, na base orgânica, endógena, de uma mutação psíquica (não de uma enfermidade mental), transmissível por via hereditária e com conotações atávicas e degenerativas.

Distinguiu quatro tipos de delinqüentes: o assassino, o violento, o ladrão e o lascivo; mas sua principal contribuição a criminologia foi sua filosofia de castigo, os fins da pena e sua fundamentação, bem como a prevenção e a repreensão a criminalidade, acredita que do mesmo modo que a natureza elimina a espécie que não se adapta ao meio, o Estado deve eliminar o delinqüente que não se adapta a sociedade e as exigências de convivência, aceita a pena de morte nas hipóteses de crimes violentos, ladrões profissionais e criminosos habituais em geral, também é a favor de penas mais severas.

  • Escolas intermediárias e teorias ambientais

Principais escolas em sentido cronológico:

  1. Escola de Lyon

- contrária as teses lambrosianas, critica o positivismo, também conhecida côo Escola Antropossocial ou Criminal- sociológica, integrada por médicos, recebeu influencia decisiva da escola do químico Pasteur, utilizam com freqüência o símil do micróbio para explicar a importância do meio social:o micróbio é o criminoso, um ser que parece sem importância ate o dia em que encontra o caldo cultivo que lhe permite brotar.

Também nessa etapa destaca-se Lacassagne que foi o autor da frase: As sociedades tem os criminosos que merecem.Distinguiu dois fatores criminógenos: predisponentesque são os corporais e determinantes que são os sociais.

A Escola ou Movimento da Defesa Social

Sua origem é mais antiga, surgiu na época do Iluminismo,é o modo de articular a defesa da sociedade a oportuna ação do Direito Penal, Criminologia e Ciência Penitenciária, sobre bases cientificas e humanitárias, e a nova imagem do homem delinqüente,realista porém digna; a meta desejada não deve ser o castigo do delinqüente, senão a proteção eficaz da sociedade por meio de estratégias que partam do conhecimento cientíifico daquele e sejam capazes de neutralizar eventual periculosidade de modo humanitário e individualizado.

Dentro dessa escola o pensamento mais importante é o de Tarde, classificado como psicossociológico, fez oposição a antropologia de Lambroso e ao determinismo social, acreditava que o meio social pode influenciar mas não ser decisivo para o cometimento do delito.Para ele o delinqüente é um tipo de profissional que necessita de um longo período de aprendizagem, assim como as outras profissões, precisa de técnicas e convivência com seus camaradas e acreditava que a sociedade ao propagar suas idéias e valores influi de forma eficaz no comportamento delitivo do que o clima, enfermidade, hereditariedade ou a epilepsia.O delito começa sendo moda e depois vira hábito, como qualquer outro fenômeno social, a imitação tem papel definitivo, o delinqüente é um imitador conscientemente ou inconscientemente.Também era a favor da pena de morte e era contra a instituição do júri.

4-Conclusão

Pudemos verificar que o crime sempre esteve presente na humanidade e sempre existiu a preocupação com sua origem e seu combate, estudado desde a Antiguidade, com a evolução podemos verificar que a criminologia se tornou uma ciência inter disciplinar na qual não bastava estudar apenas o crime em relação ao direito penal, mas o estudo desse estava ligado a diversos fatores, incluindo o próprio estudo da sociedade.

Muitos autores tentaram relacionar os delinqüentes a características físicas e psíquicas,mas verificamos que esse método por si só provou não ser eficaz, visto que o crime é um fenômeno que abrange o estudo de diversas ciências,e para entendermos é necessário o estudo dessas integradas, como também a situação econômica que se encontra o período da época estudada.

Não podemos negar que a criminologia atual teve e ainda tem a influencia de grandes nomes do passado, porém não de forma isolada, conclui-se que através da evolução das escolas da criminologia hoje temos uma ciência criminológica mais eficaz, pois pudemos estudar essa evolução e separar o fato da ficção dessas escolas, pois cada uma teve sua contribuição para que hoje tivéssemos chegado a todo esse conhecimento.

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