Propriedade Intelectual e Industrial são necessárias para Brasil avançar

Leia nesta página:

Desenvolvimento Econômico

Artigo de Clara Toledo Corrêa

O tema Propriedade Intelectual e Industrial, infelizmente, ainda é pouco conhecido e divulgado de forma acessível no Brasil, o que tem gerado impactos negativos na vida do brasileiro e até mesmo na economia. Poucos possuem a consciência de que esse tipo de negócio fortalece a inovação, tecnologia, desenvolvimento e consequentemente a economia e a sociedade.

Ainda, existe a crença de que a Propriedade Intelectual e Industrial apenas é praticada por grandes corporações empresariais. Por outro lado, é mais do que conhecido que mercados como o Brasil e até mesmo os Estados Unidos são compostos em sua grande parte por empreendedores pequenos e empresas familiares. Também, é necessário esclarecer que no Brasil,  são pessoas físicas que mais depositam pedidos de registros de patentes e não grandes indústrias conforme informações fornecidas pelo próprio Instituto Nacional da Propriedade Industrial o INPI, órgão responsável no País pelo registro de marcas, patentes, softwares, contratos de transferência de inovação e tecnologia.

Acredito que essa crença é fortalecida pelo fato da população em geral não conhecer os aspectos práticos desses temas. Isso porque no fim das contas, um mercado composto por 90% de pequenos empreendedores, no cenário histórico, econômico e político brasileiro que estão preocupados em não fechar suas portas e sobreviver, parece não fazer sentido apenas ter o registro de alguma coisa.

Entretanto, o registro de patente (invenções de objetos e processos) é o que coloca a frente de seus concorrentes qualquer empreendedor e pode significar uma fonte de renda extra para o inventor e a sociedade. Já a marca, torna o seu titular único perante o mercado e visa o distinguir dos demais concorrentes, evitando a confusão entre os clientes (o que gera perda no próprio caixa).

É bem verdade que com a pandemia e a necessidade de se estar na internet, o número de registro de marcas tem crescido nos últimos tempos. É um ativo mais simples de se adquirir, não necessita de elaboração de rebuscados documentos, ainda que seja imprescindível uma visão estratégica de registro. Ainda sim, a taxa de reprovação nos registros de marcas, bem como os abandonos a tais direitos, por não compreender o processo de pedido de registro de marca, acaba sendo uma taxa um tanto quanto significativa - cerca de 30% dos depósitos não são concluídos da melhor forma.

Contudo, o número de pedidos de registros de patentes está longe de ser algo positivo para o Brasil e toda a sociedade. Ainda, o que mais soa estarrecedor é que o número de depositantes estrangeiros é maior que do que o número de brasileiros que fazem o pedido de registro de patente no próprio País. Isso evidencia que ainda dependemos da tecnologia alheia para fazer muitas coisas rodarem no Brasil. O que significa pagar mais caro sempre, principalmente levando em consideração o real ser uma moeda desvalorizada no mundo.

Conforme dados levantados pelo INPI, o número de patentes depositadas por não residentes brasileiros no País chegou de janeiro a março de 2022 em 4.815, sendo 4.727 pedidos de registros de patentes realizados por empresas e apenas 80 realizados por pessoas físicas. Enquanto isso, os brasileiros depositaram um total de 1.494 patentes no mesmo período, sendo 764 realizados por pessoas jurídicas e 730 por pessoas físicas.

Esses dados confirmam as informações acima de que o Brasil ainda dependerá de muita inovação e tecnologia alheias, enquanto poderia estar investindo e produzindo isso por conta própria com o fim de se tornar autossustentável nesses quesitos, bem como ter uma economia mais sólida e próspera como a dos Estados Unidos  sempre pautado como referência econômica no mundo.

Dessa forma, fica muito nítido, que mais do que nunca devemos tornar a Propriedade Intelectual e Industrial mais conhecidas para a população e não restringi-las a poucos, como vem acontecendo.

Clara Toledo Corrêa é especialista em Propriedade Intelectual e Industrial e advogada da Toledo Corrêa Marcas e Patentes. E-mail [email protected]

Sobre a autora
Roncon & Graça Comunicações

Assessoria de Comunicação/Imprensa

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

Leia seus artigos favoritos sem distrações, em qualquer lugar e como quiser

Assine o JusPlus e tenha recursos exclusivos

  • Baixe arquivos PDF: imprima ou leia depois
  • Navegue sem anúncios: concentre-se mais
  • Esteja na frente: descubra novas ferramentas
Economize 17%
Logo JusPlus
JusPlus
de R$
29,50
por

R$ 2,95

No primeiro mês

Cobrança mensal, cancele quando quiser
Assinar
Já é assinante? Faça login
Publique seus artigos Compartilhe conhecimento e ganhe reconhecimento. É fácil e rápido!
Colabore
Publique seus artigos
Fique sempre informado! Seja o primeiro a receber nossas novidades exclusivas e recentes diretamente em sua caixa de entrada.
Publique seus artigos