LABIAK JUNIOR, Silvestre. Método de análise dos fluxos de conhecimento em sistemas regionais de inovação. Tese de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
Silvestre Labiak Junior é professor Titular da Universidade Tecnológica Federal do Paraná-UTFPR, com doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento - EGC / UFSC, Pós Doutorado Empresarial na TEKIS Tecnologias Avançadas, mestrado em Tecnologia e Desenvolvimento - PPGTE / UTFPR, graduação em Tecnologia Química Ambiental pela UTFPR e curso técnico em Mecânica pelo CEFET-PR.
O texto de Labiak Junior tem como tema os Sistemas Regionais de Inovação - SRI, relacionados com os fluxos de conhecimento. O objetivo do autor é desenvolver um método para a análise dos referidos fluxos que existem nas SRIs. Neste sentido, trata de uma base conceitual sobre os habitats de inovação, apresentando a relevância dos mesmos no desenvolvimento da cultura do empreendedorismo inovador e nos fluxos de conhecimento, discorre ainda, sobre o conceito de fluxo de conhecimento, sua importância na gestão do conhecimento e no desenvolvimento de regiões inovadoras [...]. O trabalho pretende analisar e estruturar o mapa de fluxo de conhecimento de um Sistema Regional de Inovação SRI no Brasil (LABIAK JUNIOR, 2012, p. 01).
Do sobredito, elenca o autor três perguntas que nortearão seu texto: Como identificar e mapear os Fluxos de Conhecimento num SRI? A construção de diretrizes e ferramentas de GC tais como um método de análise de fluxo de conhecimento para SRI, poderá identificar como ocorre a integração e interação entre atores regionais? A identificação de fatores que causam um funil no fluxo de conhecimento poderá subsidiar ações que melhorem o compartilhamento de conhecimento no SRI? (LABIAK JUNIOR, 2012, p. 05).
O autor defende a tese de que o fluxo de conhecimento é um dos elementos centrais no desenvolvimento de uma região inovadora, onde os atores presentes na região são importantes, porém mesmo com a existência dos atores Empresariais, Públicos, Científicos e Tecnológicos, Institucionais, Habitats de Inovação e de Fomento com seus respectivos ativos de conhecimento, predisposição empreendedora, boa capacidade inovadora local e uma mesma cultura embarcada, acredita-se que se não existir um fluxo de conhecimento entre estes atores, a inovação poderá ser pouco potencializada (LABIAK JUNIOR, 2012, p. 02).
Considera, portanto, que a confiança e sinergia são elementos fundamentais neste fluxo de conhecimento e no processo de inovação regional, podendo ser impulsionadas com a construção das bases identificadas nas innovation engines contextualizadas ao SRI (LABIAK JUNIOR, 2012, p. 02).
O conceito de inovação apresentado relaciona-se com a capacidade de comunicação que um sistema pode oferecer. Assim, o processo inovador deve ser interativo, realizado por uma comunidade sistêmica, que comunga e compartilha informações e conhecimentos diversos. Estes conhecimentos compartilhados em forma de redes formais, informais ou sociais, possuem em seu cerne a confiança e a sinergia regional, assim os SRIs podem configurar-se nos sistemas da era do conhecimento, capazes de agir positivamente na facilitação do compartilhamento e fluxos de conhecimento (LABIAK JUNIOR, 2012, p. 04).
Para ele, nem sempre se chega a resultados eficientes de inovação, pois muitas vezes as políticas de indução, não preveem a utilização sistêmica de métodos, ferramentas e a gestão do conhecimento aplicada aos atores deste sistema, além de muitas vezes, desconsiderarem a real vontade de compartilhamento de conhecimento entre os atores (LABIAK JUNIOR, 2012, p. 02).
Isso porque a mudança não é apenas tecnológica, senão cultural-tecnológica: A criação de uma cultura regional baseada em conhecimento e inovação, requer normalmente uma mudança estrutural na ordem econômica e social da região, onde os atores, devem estar conectados e a sociedade disposta a conviver num ambiente de confiança e sinergia (LABIAK JUNIOR, 2012, p. 05).
Daí o objetivo do texto: Desenvolver um método para análise dos Fluxos de Conhecimento para Sistemas Regionais de Inovação, com validação através da aplicação do mesmo no SRI sudoeste do Paraná (LABIAK JUNIOR, 2012, p. 07).
O autor infere de sua pesquisa o seguinte: O resultado da pesquisa, baseada no referencial bibliográfico em relação aos fatores positivos, os quais podem gerar interferência nos relacionamentos entre os atores, e suas possíveis consequências nos fluxos de conhecimento do SRI, confirmou principalmente a importância da existência de um ambiente que gere confiança entre os atores, baseado na sinergia, comunicação eficaz, aplicação de políticas públicas, foco regional unificado e aplicação das ferramentas, métodos e metodologias da EGC como elemento adequado à melhora da comunicação entre os atores (LABIAK JUNIOR, 2012, p. 172).