RESENHA: Laboratório de inovação na gestão do governo do ES: resultados e aprendizados

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CALIMAN, Nara Falqueto; ASSIS, Marília Câmara de. Laboratório de inovação na gestão do governo do ES: resultados e aprendizados (Cap. 19). In: Inovação e políticas públicas: superando o mito da ideia. Org. Pedro Cavalcante. Editora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Brasília, 2019.


Nara Falqueto Caliman possui mestrado em Administração, com ênfase Gestão de Organizações pela UFES; especialização em Políticas Públicas e Gestão Governamental no Governo do Estado do Espírito Santo; e larga experiência em Gestão Pública, Planejamento Estratégico e Inovação. É docente em graduação e pós graduação nas áreas de Administração, Gestão Pública e Gerenciamento de projetos. 

Marília Câmara de Assis é mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos; graduada em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, especialista em Estudos Políticos - Institut d'Études Politiques de Lyon; e especialista em Estudos Latino-americanos - Université Sorbonne Nouvelle. Atuando principalmente nos seguintes temas: inovação, gestão de políticas públicas, gestão de projetos, parcerias entre os setores público e privado, governança, planejamento estratégico, design thinking.

Para as autoras, com o intuito de resolver alguns problemas relativos à administração pública, o governo do Espírito Santo desenvolveu um programa denominado LAB.ges, o qual tem por objetivo transformar a cultura (ou seja, mudar a mentalidade do funcionário que executa o serviço público), promover inovação na gestão e desenvolver soluções para resolver desafios do governo.

Segundo as autoras supracitadas, existem nove pontos que impedem o avanço da inovação tecnológica e administrativa no estado:

  1. Ausência de uma cultura de inovação;
  2. Inovação fora da pauta estratégica;
  3. Pouca colaboração entre os setores;
  4. Pouco espaço para experimentação;
  5. Cultura do papel; 
  6. Tomada de decisão centralizada;
  7. Adoção de caminhos tradicionais para solucionar problemas;
  8. Inércia e medo de mudança;
  9. Baixo orçamento para solucionar problemas, agravado pelo ajuste fiscal.

Esses pontos são cruciais para as autoras e, para implantar o Lab.ges, elas levantam quatro formas de atuação:

  1. Transformar processos, habilidades e cultura do governo;
  2. Criar soluções para resolver desafios específicos;
  3. Engajar cidadãos nos negócios, com e sem fim lucrativos, ajudando-os encontrar novas ideias;
  4. Atingir uma política mais ampla em um sistema de mudança.

Ou seja, as autoras buscam uma forma de implementar uma visão mais dinâmica nos moldes de algumas indústrias privadas, sobretudo as que são eficientes, afinal há multinacionais que possuem um grau de complexidade administrativa e gerencial similar ao de um país, e, mesmo assim, conseguem ser muito produtivas, sem perdas desnecessárias. Neste sentido, o governo do Espírito Santo estaria seguindo um modelo de gestão baseado em uma visão capitalista de resultados.

Por isso, elas tratam a cultura da inovação como resultado da mudança cultural, de mentalidades. Deve-se, portanto, criar um ambiente no qual haja pelos próprios envolvidos uma perspectiva de resolver problemas sem necessariamente necessitar da presença de um fiscal, chefe ou encarregado. 

Para tanto, a pesquisa-ação é fundamental neste ponto. A tentativa é a descentralização de tarefas, é isso o que as autoras chamam de viabilização de soluções inovadoras para a gestão.

Outro ponto, é a aproximação e valorização de investidores e empreendedores, e não os tratar como se fossem inimigos do Estado. Nesse sentido, o projeto criou uma plataforma digital para divulgar e atrair os talentos empresariais, de gestão e inovação. Ademais, criou um Escritório de Processos para a prática da boa gestão, o que ajudaria a difundir as ideias inovadoras.



Sobre o autor
Elton Emanuel Brito Cavalcante

Doutorando em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente - UNIR; Mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Rondônia (2013); Licenciatura Plena e Bacharelado em Letras/Português pela Universidade Federal de Rondônia (2001); Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Rondônia (2015); Especialização em Filologia Espanhola pela Universidade Federal de Rondônia; Especialização em Metodologia e Didática do Ensino Superior pela UNIRON; Especialização em Direito - EMERON. Ex-professor da rede estadual de Rondônia; ex-professor do IFRO. Advogado licenciado (OAB: 8196/RO). Atualmente é professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia - UNIR.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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