BRITO, Rodrigo Lino de; ARAÚJO, Fabiano Ferreira de; SANTOS, Wildenildo Oliveira dos; SILVA JÚNIOR, Jarbas Barbosa da; GARCIA NETO, Fernando Mendes; FREITAS, Meiruze Sousa. Transformando processos e gerando valor pela inovação na ANVISA. In: Inovação e políticas públicas: superando o mito da ideia. Org. Pedro Cavalcante, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2019.
Rodrigo Lino de Brito é odontólogo pela Universidade Federal de Pernambuco, possui mestrado em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz. Desde 2011, atua como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG), tendo experiência nas áreas de Gestão Pública e de Saúde Coletiva. Atualmente, trabalha no Ministério da Economia, nas áreas de Planejamento, Governança, Inovação e Transformação de Processos Organizacionais.
Já Fabiano Ferreira de Araújo é especialista em Gestão da Vigilância Sanitária pelo Hospital Sírio Libanês, graduado em Administração pela UNB. Servidor da ANVISA (desde 2007), atua como Coordenador de Gestão da Qualidade em Processos Organizacionais na Assessoria de Planejamento da referida agência regulatória. Ademais possui experiência em tecnologia da informação, distribuição, negócios eletrônicos (b2b e b2c).
Os autores do texto aqui resenhado tratam dos métodos e técnicas relativos à inovação na gestão de processos organizacionais da ANVISA.
Em um primeiro momento situam historicamente elaboração do Escritório de Processos, ponto cume em termos de melhorias organizacionais, através de mapeamentos, modelagem e simplificação dos processos (BRITO et al., 2019, p. 157). Sobre este Escritório, em se tratando de questões metodológicas, dá ênfase ao aparato do Bussiness Process Transformation (BPT), además dos métodos inerentes à inovação e à gestão.
Os autores começam definindo a criação da ANVISA, autarquia federal ligada ao Ministério da Saúde, pertencente ao SUS, sendo órgão coordenador do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
Depois dizem que em 2009, criaram-se ações com o intuito de diminuir a burocracia no setor público, reforçando-se o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (Gespública), surgio desde 2005.
Aproveitando o momento, a ANVISA, tentou também combater a sua burocracia interna, aderindo ao GESPÚBLICA e, em seguida, instituindo o Escritório de Processos.
Este é considerado instrumento fundamental adotados por organizações que visam se manterem permanentemente competitivas e sustentáveis, por meio da otimização contínua de suas operações e da transformação e adição de valor em seus produtos ou serviços, auxiliando-as a perpetuar os benefícios do Business Process Management BPM (BRITO et al., 2019, p. 159)
O objetivo do Escritório de Processos da ANVISA seria o de promover simplificação administrativa, por intermédio de uma análise sistêmica entre os diversos processos da agência, mapeando e analisando seus fluxos, implantando sistemas de medição de desempenho e modelando o novo processo a partir de novos parâmetros identificados (BRITO et al., 2019, p. 160).
A intenção do método é copiar modelos exitosos de administração de empresas privadas, buscando uma visão mais organizada, eficiente e fugindo do desperdício.
Assim, a intenção foi de uma inovação incremental, tanto em relação ao método implantado quanto pelas melhorias contínuas nos resultados específicos alcançados na agência.
No que diz respeito aos impactos sobre a produtividade, várias questões são de grande interesse, por exemplo, se as inovações de processo ou as inovações organizacionais conduzem à melhoria da eficiência (BRITO et al., 2019, p. 168).
Os autores afirmam que a mudança na forma de gerir demonstrou vantagens enormes em termos práticos, mas talvez um dos mais importantes foi a consolidação de um capital simbólico bem mais robusto em torno da ideia de que planejamento estratégico e gestão de processos de fato colaboram para a geração de valor e para a transformação de procedimentos, práticas e modelos o que cria clima positivo para a disseminação e perfusão dessa ideia. O link da atuação do Escritório de Processos com a estratégia em si foi fato decisivo para o fortalecimento da governança corporativa pois, por meio desse escritório operando projetos de transformação de processos-chave da agência desde 2016, conseguiu-se rodar ciclos de monitoramento de resultados que geram inputs para a reunião mensal do Comitê Gestor da Estratégia, instituído em 2017, o qual discute e delibera também sobre gestão da qualidade e gestão de riscos corporativos, favorecendo um debate centrado no aperfeiçoamento da gestão da instituição e considerando a estratégia organizacional como algo vivo, dinâmico para além do que ditam os referenciais de mapas e cadeias de valor e para além da mera documentação de metas e projetos (BRITO et al., 2019, pp. 173-174).