Produto 7D: aprofundamento de verticais - indústrias

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BNDES. BRASIL. Produto 7D: aprofundamento de verticais - indústrias, Brasília, 2017.


É o Relatório um dos resultados do projeto denominado Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil. Tal estudo tem como financiadores principais o BNDES e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações da Ciência (MCTIC). A expressão Internet das Coisas, em inglês Internet of Things (IoT), surgiu em 1999. Mas a ideia de dispositivos conectados já existia há mais tempo, pelo menos desde os anos 70. Naquela época, a ideia era frequentemente chamada de internet embarcada. O termo Internet das Coisas foi cunhado por Kevin Ashton em 1999 durante seu trabalho na Procter & Gamble. Ashton, que trabalhava na otimização da cadeia de suprimentos, queria atrair a atenção da gerência sênior para uma nova tecnologia interessante chamada RFID. Como a internet era a tendência mais quente em 1999 e por que de alguma forma fazia sentido, ele chamou sua apresentação de Internet das Coisas

Em uma tentativa de definir Internet das Coisas, deve-se levar em conta que talvez fosse mais correto defini-la como Internet dos Objetos. Na verdade, existem objetos inteligentes (os chamados smart objects) na base da Internet das Coisas. E não estamos falando apenas de computadores, smartphones e tablets, mas sobretudo dos objetos que nos cercam dentro de nossas casas, no trabalho, nas cidades, no dia a dia. A Internet das Coisas nasceu aqui mesmo: da ideia de trazer os objetos da nossa experiência diária para o mundo digital [...]. No mercado de consumo, a tecnologia IoT é associada ao conceito de casa inteligente, incluindo dispositivos e eletrodomésticos (como luminárias, termostatos, sistemas e câmeras de segurança doméstica e outros eletrodomésticos) podendo ser controlados por meio de dispositivos como smartphones (ALFACOMP, disponível em https://alfacomp.net/portfolio-item/iot-internet-of-things/?).

Deste modo, projeto brasileiro Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil tenta trazer essa inovação para o Brasil, para isso elaborou objetivos, divididos em quatro etapas: 1) Diagnóstico geral e aspiração para o Brasil: obtenção de uma visão geral do impacto de IoT no Brasil, entendimento das competências de tecnologias de informação e comunicação (TIC) do país e definição de aspirações iniciais; 2) Seleção de verticais e horizontais: definição de critérios-chave para seleção e priorização de verticais e horizontais; 3) Aprofundamento e elaboração de Plano de Ação (2018-2022): aprofundamento nas verticais escolhidas, elaboração de visão para IoT para cada vertical e do Plano de Ação 2018-2022; 4) Suporte à implementação: apoio à execução do Plano de Ação 2018-2022" (BNDES, 2017, p. 03).

Cada etapa possui uma serie de objetivos a se cumprir. 

Na primeira, ou seja, a do Diagnóstico Geral e aspiração para o Brasil, há três objetivos: a) Desenvolver benchmark de projetos e políticas de IoT; b) Mapear roadmap tecnológico de IoT no mundo; c) Analisar demanda e oferta de IoT no Brasil (BNDES, 2017, p. 03). Aqui a intenção é sondar até que ponto a geração de tecnologia e ciência na área ora estudada está difundida no país.

Na segunda, isto é, a Seleção de verticais e horizontais: definição de critérios-chave para seleção e priorização de verticais e horizontais, os objetivos foram dois: a) Definir critérios-chave de seleção; b) Priorizar verticais e horizontais BNDES, 2017, p. 03).

Na terceira, a do Aprofundamento e elaboração de Plano de Ação (2018-2022): aprofundamento nas verticais escolhidas, elaboração de visão para IoT para cada vertical e do Plano de Ação 2018-2022, as metas foram: Aa) profundar-se nas verticais escolhidas; b) Elaborar Visão para IoT para cada vertical; c) Elaborar Plano de Ação 2018-2022" (BNDES, 2017, p. 03).

Por fim, a quarta etapa, quer dizer, a de Suporte à implementação: apoio à execução do Plano de Ação 2018-2022, a meta é Apoiar e acelerar a implementação do Plano de Ação (BNDES, 2017, p. 03).

Sendo a Internet das Coisas uma realidade já em muitas residências, como ela está sendo percebida pelo setor industrial? Dentro de uma perspectiva inovadora, a Internet das Coisas deve ser trabalhada a sério, pois, do contrário, a empresa nacional perderá em competitividade.  Para sondar isso, o relatório, em termos de população de estudo optou por avaliar os dois grandes grupos nos quais se esperam maiores impactos da adoção e difusão de IoT industrial: (1) as indústrias de base/processos e (2) as fábricas/manufatura. Para isso, foram selecionados setores representativos, sendo dois para cada grupo: a) Indústrias de base intensivas em processo de exploração e produção de petróleo e gás natural e em upstream de mineração; b) Manufaturas fábricas do setor automotivo e têxtil (Adaptado de BNDES, 2017, pp. 04-05).

Em seguida, o relatório analisa algumas empresas, mostrando alguns problemas do uso da Internet das Coisas para o parque produtivo nacional: A maior disponibilidade de dados em conjunto com novas ferramentas de análise, interpretação e tomadas de decisão viabilizam uma maior integração e autonomia nos sistemas de produção. Diferente de avanços tecnológicos anteriores, a adoção de IoT pode ocorrer de forma mais gradual pela incorporação de sensores e conectividade nos sistemas, máquinas e equipamentos já em operação, pois existe um grande desafio gerencial de atualizar o parque de máquinas, de acordo com os novos requisitos tecnológicos. As empresas pesam cuidadosamente os benefícios de introduzir novas tecnologias quanto a possíveis riscos de confiabilidade dos processos. Dessa forma, a necessidade de menor substituição das máquinas pode impulsionar o desenvolvimento e adoção de IoT. No entanto, é necessário que a base industrial instalada seja relativamente moderna (BNDES, 2017, p. 06).

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No entanto, apesar dos distintos e específicos problemas para a implementação do sistema, os resultados para as empresas, em termos econômicos, são muito mais superiores. Depois de demonstrar cada um dos problemas e as soluções para as empresas estudadas, conclui o relatório: Há muitas aplicações possíveis de IoT na indústria, do monitoramento remoto de ativos até manutenção preditiva, passando por soluções de controle e gestão de estoque. Porém, o desenvolvimento ainda é desigual entre indústrias e o ritmo de adoção é baixo no Brasil. Todos os setores podem se beneficiar com o desenvolvimento e adoção de IoT, porém em muitos casos isso depende da aplicação customizada das soluções. A realização de projetos experimentais (testbeds) possibilita o aprendizado e a maior aceitação das novas tecnologias nos diversos setores. Ampliar esse processo e viabilizar o desenvolvimento de tecnologias mais complexas e sofisticadas nos diversos segmentos dependeria também do incentivo à cooperação entre empresas, seus fornecedores, demandantes de serviços e equipamentos, universidades e centros de pesquisa. Focalizar em alguns desafios e grandes demandas locais poderia ser uma alternativa para incentivar essa cooperação. A elaboração de projetos icônicos que representam determinadas "missões" é uma forma de estabelecer uma visão de futuro e incentivar a participação e coordenação entre diferentes atores públicos e privados. Ao se desenvolver soluções inovadoras, é possível incorporar tecnologias que gerem repercussões em outros setores da economia. Assim, tais desenvolvimentos serviriam de exemplo para acelerar a adoção e a difusão de novas soluções (BNDES, 2017, p. 03).

Ou seja, se a indústria brasileira quiser modernizar-se, isso não dependerá de uma ou um grupo reduzido, mas uma parceria entre elas e o Estado. No mundo globalizado pela internet, no qual a velocidade da informação é um bem precioso, a perda de tempo nas diversas fases da produção e distribuição dos produtos é algo que deve ser combatido de maneira conjunta.


Sobre o autor
Elton Emanuel Brito Cavalcante

Doutorando em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente - UNIR; Mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Rondônia (2013); Licenciatura Plena e Bacharelado em Letras/Português pela Universidade Federal de Rondônia (2001); Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Rondônia (2015); Especialização em Filologia Espanhola pela Universidade Federal de Rondônia; Especialização em Metodologia e Didática do Ensino Superior pela UNIRON; Especialização em Direito - EMERON. Ex-professor da rede estadual de Rondônia; ex-professor do IFRO. Advogado licenciado (OAB: 8196/RO). Atualmente é professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia - UNIR.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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