SILVA, Bruna Nunes da. Relacionamento entre startups e grandes empresas com foco na inovação colaborativa. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação Engenharia de Produção. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2020.
As constantes transformações tecnológicas têm obrigado as empresas a buscar formas de manter-se competitivas. Assim, a inovação tecnológica e administrativa é de vital importância.
No entanto, nem sempre as empresas estão preparadas para lidar com a velocidade com que as novas tecnologias são postas no mercado. Desta forma, a gestão da inovação, além da gestão da empresa em si, torna-se empreitada arriscada.
Uma das saídas tem sido o uso de startups, que se trata de uma empresa em fase inicial que possui uma proposta de negócio inovadora e com um grande potencial de crescimento. Podem atuar em qualquer área ou tipo de mercado e, normalmente, utilizam a tecnologia como base. As startups se destacam por três fatores principais: inovação, escalabilidade e flexibilidade. Por outras palavras, uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza.
As startups podem também ser úteis às grandes empresas tradicionais, porém a relação deve ser muito bem ajustada, pois a probabilidade de conflitos é alta, pelo menos é isso o que pensa a autora: A aproximação entre startups e grandes empresas com objetivo de construir um relacionamento colaborativo pode trazer benefícios para ambas as organizações, mas também há desafios de gerenciamento que devem ser superados, como a integração de rotinas e culturas, alinhamento dos objetivos e a combinação sinérgica do conhecimento que nutre esse relacionamento. Outro conflito que deve ser administrado nessa relação é referente aos direitos de propriedade intelectual, assunto que parece causar tensão entre os parceiros envolvidos (SILVA, 2020, p. 15).
Conforme a pesquisadora, há estudos que abordam são encontradas a inovação colaborativa influencia positivamente o desempenho das organizações. Também existem estudos que abordam a inovação colaborativa entre empresas e startups a partir da perspectiva de apenas uma das partes envolvidas [...]. Estudos que abordam as perspectivas de ambas as partes envolvidas são praticamente inexistentes (SILVA, 2020, p. 15).
Por conseguinte, um dos objetivos da dissertação é analisar se as parcerias entre as startups e as demais empresas têm sido vantajosas ou não para os dois lados.
Para ela, a viabilidade das parcerias entre as grandes empresas e as startups é importante: Os estudos de caso deixaram visível a necessidade de grandes empresas e startups atuarem juntas, pois cada uma delas possui o que a outra precisa. A grande empresa possui recursos, capacidade produtiva e rotinas necessárias para executar atividades de forma eficiente. As conexões estudadas apontam que, além da inovação, as empresas buscam startups para resolver problemas específicos em ainda estão aprendendo a desenvolver negócios em conjunto. O relacionamento entre startups e grande empresas ainda estão sendo construídos e consolidados. As partes envolvidas estão aprendendo a se relacionar, buscando parcerias sólidas e mitigando os riscos associados a estas interações, de forma a aumentar as vantagens para ambas e fomentar a inovação colaborativa (SILVA, 2020, p. 119).
O êxito entre as grandes empresas e as startups depende de alguns pontos fundamentais, sendo os principais o alinhamento das expectativas, experiências profissionais anteriores e as diferenças das culturas organizacionais. Para as empresas, as principais expectativas da interação com startups é adquirir conhecimento sobre novas tecnologias e modelos de negócios e solucionar problemas internos de forma mais ágil e mais barata. Para as startups, os benefícios da interação vão desde acesso a recursos e infraestrutura de produção da grande empresa ao acesso ao mercado e canais de distribuição (SILVA, 2020, p. 120).
Em suma, conclui a investigadora, o crescimento das startups em todo o mundo apresenta para as empresas uma nova forma de fazer negócios e de gerar inovação. A grande empresa está atenta a isto, buscando estabelecer vínculos e se aproximar destes atores. Embora, a estratégia de interagir com startups com foco na inovação colaborativa esteja cada vez mais presente nas empresas já estabelecidas, os estudos mostraram que grandes empresas e startups ainda estão aprendendo a desenvolver negócios em conjunto. O relacionamento entre startups e grande empresas ainda estão sendo construídos e consolidados. As partes envolvidas estão aprendendo a se relacionar, buscando parcerias sólidas e mitigando os riscos associados a estas interações, de forma a aumentar as vantagens para ambas e fomentar a inovação colaborativa (SILVA, 2020, pp. 119-120).