CARVALHO, Lidiane dos Santos. Informação, comunicação e inovação Dissertação de Mestrado em Ciência da Informação, UFSC / Centro de Ciências da Educação, Florianópolis, 2009.
Lidiane dos Santos Carvalho é doutora em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT/MCti em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ (2014). Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009). M.B.A em Marketing na Faculdade Metodista do Rio Grande do Sul (2007). Graduada em Biblioteconomia - Hab. Gestão da Informação na Universidade do Estado de Santa Catarina (2004). Estágio Docente na University of Humanistic Studies na Holanda (2013). Atualmente é Pesquisadora em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz FIOCRUZ.
O texto resenhado estuda os processos de gestão e empreendedorismo da Fundação CERTI, Universidade Federal de Santa Catarina, e como eles abordam as relações entre informação, comunicação e inovação tecnológica.
O objetivo central é buscar desenvolver mecanismo para uma gestão eficaz na supracitada fundação.
A autora usa como marco teórico as ideias contemporâneas vinculadas à Ciência da Informação, tais como as desenvolvidas por Luhmann e Habermas. Tais ideias partem da parte da reorganização do capitalismo pós-industrial, no qual emerge a relevância do trabalho imaterial e das formas colaborativas de produção. É no contexto da sociedade da informação que as tecnologias e informação e comunicação contribuem para novas formas de organização social (CARVALHO, 2009, p. 22).
Luhmann estudou as redes de comunicação dentro de organizações complexas. Habermas abordou as dinâmicas que induzam, produzam e incorporem inovações. A partir disso, a investigadora tenta definir os conceitos básicos tratados no texto:
Informação, para a investigadora, portanto, é um termo flutuante que, tal como o de democracia, produz diferentes efeitos de sentido em diferentes contextos. A informação pode oscilar entre suas características sociocognitivas e instrumental-estratégicas (CARVALHO, 2009, p. 105).
A autora elenca cinco tipos de inovação, a qual tem como base: novo produto; novo processo de produção; novo mercado; novas fontes de suprimento e nova organização industrial (CARVALHO, 2009, p. 105).
Ressalta, também, que uma organização não inova sozinha. O processo de inovação é um processo interativo, realizado com a contribuição de variados agentes econômicos e sociais que possuem diferentes tipos de informações e conhecimentos. A base de conhecimentos é complexa e heterogênea, assim como suas fontes, meios de aquisição, uso e disseminação. A importância de cada um varia de uma área para outra. Há fontes diversas, formas variáveis, sistêmicas e não lineares. A composição de várias fontes passa a ser considerada importante maneira das organizações se capacitarem para produzir inovações e enfrentar mudanças (CARVALHO, 2009, pp. 105/106).
Ou seja, inovação, para ela, é a capacidade de uma organização de articular e mobilizar recursos (humanos, financeiros, materiais, etc.), para captar oportunidades e neutralizar ameaças (operacionais, mercadológicas, etc.) (CARVALHO, 2009, p. 23).
Entende, ademais, "Inovação tecnológica como introdução de produtos ou processos tecnologicamente novos e melhorias significativas que tenham sido implantadas em produtos e processos existentes. Considera-se inovação tecnológica de produto ou processo aquela que tenha sido implementada e introduzida no mercado - inovação de produto - ou utilizada no processo de produção - inovação de processo (CARVALHO, 2009, p. 22).
Portanto uma empresa inovadora está fincada nas seguintes bases: a cultura e o clima organizacional; capacidades e habilidades de gerenciamento; controle e estrutura organizacional; e novos produtos e desenvolvimento de processos. A inovação contínua está baseada nas capacidades e atitudes das pessoas que trabalham na organização. Estas capacidades e atitudes dependem da cultura organizacional, que estimule o empreendedor individual e o trabalho em equipe (CARVALHO, 2009, p. 57).
Por fim, conclui a acadêmica, os resultados evidenciam a relevância da informação e da comunicação para colaboração e inovação. Conclui-se que a adequada gestão da informação e da comunicação pode contribuir para eficácia e inovação em organizações complexas, particularmente em institutos de pesquisa cientifica e tecnológica (CARVALHO, 2009, p. 12).