RESENHA: Gestão da Inovação em Produtos Ambientalmente Sustentáveis

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MEDEIROS, Janine Fleith de. Gestão da Inovação em Produtos Ambientalmente Sustentáveis. Tese de Doutorado em Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.



Janine Fleith Medeiros possui pós-doutorado e doutorado em Engenharia de Produção pela Escola de Engenharia da UFRGS. Professor da Universidade de Passo Fundo. Atualmente atua nos cursos de Pós-Graduação stricto sensu em Administração e em Ciências Ambientais, e nos cursos de graduação em Administração, Comunicação e Engenharia de Produção. Tem experiência nas áreas de Sustentabilidade Ambiental e Mercadologia, em específico Desenvolvimento de Inovações Verdes e Comportamento de Compra Sustentável.

O investigador Fleith Medeiros afirma que inovação pode acontecer por meio de novos produtos, processos produtivos, novos mercados, fontes de suprimentos e à sustentabilidade, sendo esta baseada no tripé econômico-ambiental-social. Cita a Agenda 21, o Protocolo de Kioto e a UNEPE para fundamentar a importância com a preocupação socioambiental.

Assim, afirma ele, não outro modo de manter o equilíbrio entre economia, meio-ambiente e sociedade se não for através do desenvolvimento tecnológico. Assim, uma empresa competitiva teria o foco no tripé antes mencionado e, também, em uma visão inovadora de incentivo à pesquisa científico-tecnológica. 

A inovação pode ser dividida em dois tipos: a incremental e a radical diz o acadêmico. A primeira apenas incrementa, aperfeiçoa produtos já existentes; a radical, como o próprio nome o indica, revoluciona todo o sistema. Ambas podem ser úteis à questão ambiental, se bem direcionadas.

Partindo desta premissa, o autor busca estudar como a gestão da inovação em produtos ambientais sustentáveis se encontra atualmente, mapeando as causas do êxito de tais produtos no mercado e os entraves por eles encontrados em dados setores do mercado. 

A empresa inovadora, portanto, deve ter um banco de dados eficiente e saber analisar a contento tais informações.

O professor-investigador elenca quatro tópicos que deveriam ser seguidos pelas empresas inovadoras: 

1. Conhecimento do mercado. Neste ponto, quase todas as empresas sabem algo a respeito dos consumidores e concorrentes, no entanto, nem sempre os dados são todos postos sobre a mesa. Daí a importância de inovar aqui também, ou seja, não basta coletar bem os dados se não se tem as ferramentas adequadas para avaliá-los. Assim, é fundamental o investimento em programas de última geração e um pessoal apto para manuseá-los.

2. Colaboração interfuncional. Com dos dados acima mencionados em mãos, a leitura do sistema interno da empresa, buscar as caudas dos problemas e dificuldades na produção ficam mais fáceis. Mas só isso não basta, pois a empresa deve estar, em todas as fases da produção, baseando-se em conhecimentos interdisciplinares. 

O desenvolvimento de novos produtos deve estar alinhado aos estudos sobre o mercado, às necessidades e gostos dos clientes, à capacidade produtiva da empresa, ao pessoal envolvido, à aquisição de recursos, à administração racional destes, à capacidade de copiar e adequar os logros das competidoras etc. Ou seja, a empresa deve agir como uma unidade absoluta, buscando sempre a inovação incremental e radical, quando possível.

3. Aprendizagem orientada à inovação. Aqui, a empresa deve estar preparada para lidar com o novo e desfazer-se daquilo que é obsoleto, mesmo que isso tenha sido exitoso no passado. Um dos grandes problemas da inovação reside justamente no rechaço ao desejo de inovar. Somente quando a necessidade obriga é que algumas empresas inovam, e, nesses casos, pode ser que a empresa já esteja despencando e perdendo muito terreno em relação à concorrência. 

A capacitação de pessoal também deve ser prioridade, pois a inovação pode ocorrer em qualquer um dos setores produtivos, e um pessoal capacitado, inteligente e disciplinado pode ser o centro de novas formas de produtos e de ideias.

4. Domínio tecnológico. De alguma forma, este está relacionado aos anteriores, pois se não há um domínio tecnológico adequado a empresa vai à falência. Isso é importante, pois a velocidade de criação de novas ferramentas tecnológicas é alta. 

Antes, uma tecnologia demorava décadas para tornar-se obsoleta, atualmente, porém, isso ocorre em questão de meses, semanas ou inclusive de dias. O domínio tecnológico aí está justamente na capacidade de a empresar adequar-se a este mundo globalizado, digital, no qual os usuários da internet possuem muitas informações e estão mais capacitados para criticar e reprovar os produtos.

E é justamente essa a preocupação que as empresas atuais devem ter: não serem consideradas más ou prejudiciais ao meio-ambiente atualmente, pois isso se espalharia como pólvora nas redes sociais e meios de comunicação tradicionais. 

A preocupação como o meio ambiente, conclui o autor, é uma questão vital para a aparência da empresa em relação aos seus consumidores. As políticas verdes devem ser institucionalizadas nas empresas, evitando a contaminação ou destruição do meio socioambiental, para tanto, as empresas não podem prescindir de investimento maciço em tecnológicas menos degradantes ao meio social e ambiental.

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Sobre o autor
Elton Emanuel Brito Cavalcante

Doutorando em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente - UNIR; Mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Rondônia (2013); Licenciatura Plena e Bacharelado em Letras/Português pela Universidade Federal de Rondônia (2001); Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Rondônia (2015); Especialização em Filologia Espanhola pela Universidade Federal de Rondônia; Especialização em Metodologia e Didática do Ensino Superior pela UNIRON; Especialização em Direito - EMERON. Ex-professor da rede estadual de Rondônia; ex-professor do IFRO. Advogado licenciado (OAB: 8196/RO). Atualmente é professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia - UNIR.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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