E-mail enviado ao senador Marconi Perillo, relator do PL 186, que pede o fim do exame de ordem

Boa noite nobre Senador,

enquanto nós alunos do curso de direito nos preparamos para prestar o famigerado exame de ordem, cujo fim único se destina a auferir lucros (taxa de R$ 180,00), (e o senhor sabe disso) esses "malas sem alças" da OAB agora querem prejudicar ainda mais os bacharéis (estudante sem profissão dedefinida). Não satisfeitos com o modelo de prova aplicado pelo CESPE durante a segunda fase, em que permite ao bacharel se utilizar de doutrinas para preparar sua peça prático-profissional, os "senhores OAB" mudaram a regra do jogo para o próximo exame 2009.3, no qual o bacharel não poderá mais se utilizar de doutrinas para construção de sua peça, sendo permitido apenas a lei seca, e ainda para piorar não haverá mais arredondamento da nota, p.ex. se o aluno tirar 5, 99, onde a mínima exigida é 6, será automaticamente reprovado. Detalhe: a correção da segunda fase é totalmente subjetiva (feita por advogados que são remunerados pelo maior número de reprovação), como o direito não uma matéria exata, se torna mais fácil o individuo ser reprovado por décimos. Certamente, tal medida é uma forma de demonstrar ao nobre senador a força que a OAB exerce dentro do judiciário e legislativo brasileiro. Isso graças ao "excelente loby" e o direcionado parecer emitido por Vossa Excelência senador Marconi Perillo em favor da manutenção do inconstitucional exame da OAB. Ressalta-se que hoje da forma que as provas são aplicadas o índice de aprovação é pífio, em média, apenas cerca de 20% dos bacharéis conseguem passar, imagine com a nova regra! Do jeito que está vai chegar a um ponto em que as faculdades de direito terão de fechar as suas portas, pois não terão mais alunos, haja vista não ser mais possível tal aprovação, ou seja, essas faculdades não conseguirão formar futuros advogados. Ora, se você estuda e não consegue passar, não há sentido freqüentar aula. Outro detalhe importante é com relação ao Mec, se ele não cumpre a sua função precípua que é a de autorizar e fiscalizar os cursos superiores, que feche as portas, e não sub-rogue a outrem. Pois essa função parece-me que foi delegada a OAB, neste caso, segundo principio constitucional da isonomia deveria ser estendido aos demais órgãos de classe, tais como CREA, CRM, CRO entre outros. Entretanto, lembro que antes de tal medida, se faz necessário primeiro por meio do legislativo alterar a CF/88. Certa vez, divagando sobre tal problema, em razão da reserva de mercado, imagino num futuro não muito distante, a OAB fazendo uma inusitada campanha com objetivo de abrir novos cursos de direito, transformar os bacharéis em advogado da noite para o dia, pois com o passar do tempo não terá mais profissionais para atuarem na área. Por conta própria, terão que abolir o exame, pois chegará um período em que ninguém mais conseguirá passar, aí perceberão que o tiro foi dado no pé. Quem viver verá!

Por Denis Sarausa - estudante de direito do 10º semestre

Respostas

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    Leandro A marques Quinta, 17 de dezembro de 2009, 17h50min

    Concordo em número Gênero e grau .

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    Rodrigo Martins ... [email protected] Quarta, 23 de dezembro de 2009, 10h31min

    Que isso... ainda dá para piorar.

    Vai que inventam sustentação oral...

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    ADEIR CRUZ Quinta, 24 de dezembro de 2009, 12h58min

    O exame da ordem deveria ser obrigatorio periodicamente inclusive para quem esta atuando, pois o que vemos na pratica assusta!!!

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    Rodrigo Martins ... [email protected] Quinta, 24 de dezembro de 2009, 13h43min

    Considerando que hoje em dia o clínico geral não está tendo mais espaço, até concordo em avaliação periódica (gratuita) mas em segmentos específicos, pois do que afianta ter uma prova genérica para quem é especialista em penal ou civil etc...

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    Danilo Alves Quarta, 30 de dezembro de 2009, 14h10min

    Alguém sabe se o senador respondeu?

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    Denis Domingo, 31 de janeiro de 2010, 22h07min

    Ao Danilo Alves,

    infelizmente, o nobre Senador não respondeu. Deve estar preocupado em como ele e sua dignissima esposa vão fazer para buscar a vermelhinha sem exame. Aliás, nem o Perillo e muito menos os demais senadores responderam , haja vista ter encaminhado a todos.

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    José Santana Júnior Terça, 02 de fevereiro de 2010, 17h38min

    Caros Colegas...

    É fato que temo pelo exame da ordem, mas ao contrário do que o nobre que elaborou a carta ao parlamentar, acredito ainda que o exame proteja nossa classe contra pseudo-advogados que nada tem de compromisso com a classe e assim acabam por piorar a reputação, que mesmo possuindo essa prova criteriosa não raramente deparamos-nos com erros fatídicos. E tenho plena certeza que profissionais nunca faltarão e muito menos academicos na faculdade.
    Ora, o curso direito como medicina eh vislumbrado por desavisados que almejam a mais valia sem grande esforço (sair rico da faculdade). Tenho para mim que dão o titulo de nobre ao que tem como profissão advogado por ter rompido obstaculos arduos.
    Mas, por outro prisma vejo que as altereções atuais vieram salgadas de fato e devem ser analisados com carinho os resultados dos proximos exames.

    boa tarde

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    Joao Celso Neto/Brasíla-DF Terça, 02 de fevereiro de 2010, 17h42min

    O STF em breve porá uma pá de cal na discussão sobre a (in)constitucionalidade do Exame de Ordem, relator: Marco Aurélio.

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    Bernardo Werneck Terça, 02 de fevereiro de 2010, 17h57min

    É mais do que notória a necessidade de melhorar o nível de conhecimento de muitos alunos frormados em instituições ensino superior com critérios de avaliação muito duvidosos; mas ver a OAB utilizando o exame como demonstração de poder, principalmente em uma situação em que a correção da avaliação é extremamente subjetiva. Se alguns cursos estão formando bacharéis de péssima qualidade isto é responsabilidade do MEC.

    http://www.werneck-raid.com

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    Ingrid Schroeder Scheffel Terça, 02 de fevereiro de 2010, 18h15min

    Fiz o curso preparatório telepresencial do LFG, sendo aprovada em meu primeiro Exame da OAB.
    De acordo com os professores, este exame é elaborado com questões e alternativas extremamente bem elaboradas, não dando margem a avaliações subjetivas ou com duplo entendimento.
    Não me incomodo em dizer que fiz 6 meses de preparatório, pois só a graduação não seria suficiente para o elevado nível exigido nas provas de 2009.

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