Cara colega,
O grande problema de se levantar assuntos como esse é de que o Direito Penal não satisfaz mais o desejo de justiça social que existe na maior parte da população brasileira.
Se a sociedade não considera justo o indivíduo que estupra apenas perder a liberdade por alguns anos, não achará injusta a "pena informal" que eles vão receber na cadeia.
Entretanto, estive no Congresso de Ciências Criminais que houve semana passada aqui em Recife, e foi dito que pelo menos 30% da população carcerária encontra-se com AIDS, o que, se pensarmos bem, é a aplicação de uma pena de morte informal.
E o que é pior : o gasto existente para mantê-lo preso, que é alto atualmente, acabará aumentando ainda mais, em virtude do tratamento médico financiado pelo Estado.
Para aqueles que simplesmente acreditam que o sistema carcerário encontra-se fundado em conceitos totalmente equivocados, como eu, vejo nesse um excelente argumento para coibir essa prática, pois, afinal, o animal sairá um dia e contaminará todas as suas futuras vítimas antes de morrer.
Talvez você me ache um tanto quanto sádica em meus argumentos, mas acredito em uma coisa que é muito certa: para alguns casos que tenho presenciado, aplica-se a pena maior possível em determinados elementos ( 30 anos), somente procurando prendê-lo o maior tempo possível, sabendo que quando ele sair vai cometer outro e voltar ( se for pego).
Se, e provavelmente, você discorda do que eu estou dizendo, responda-me : qual a regeneração obtida por alguém que vá fazer parte do amontoado de condenados existentes nos presídios hoje? Estou falando de como é, e não de como deveria ser.
Então, pela aplicação possível de pena hoje, é uma brincadeira, porque se espera que o elemento saia, cometa outro crime e seja pego, tendo em vista a impossibilidade da pena de morte ou perpétua estabelecida como cláusula pétrea constitucional.
Gostaria que você revidasse as minhas colocações, pois tenho estado perplexa ante alguns casos de que tenho conhecimento, por falhas no nosso ordenamento jurídico.
Um caloroso abraço,
Bianca