Esse maniqueísmo, embora possa parecer óbvio às vezes, pode ser plataforma de governo para candidatos a ultra-direita (nazistas, white-power, skinheads e outras ideologias totalitárias de cunho segregacionista). Não que discorde de você no sentido de que realmente parecem haver pessoas irrecuperáveis (pelo menos com o estádio em que a ciência se encontra atualmente, mas só um profissional poderia assegurar) e que ao estado, parece absurdo "alimentar" esses facínoras e não obriga-los ao trabalho forçado mediante os golpes vibrados pelo látego (nossa, hoje estou poético!). Mas uma experiência diferente foi feita na Alemanha, e (ao que me parece, continua): um Professor, nos tempos da ditadura, foi "convidado" a se exilar na Alemanha. Lá, passados os dias, começou a se ressentir da falta das coisas mais básicas (pasta de dentes, escova, comida, etc...). Foi ao mercado e (igual a nós), por não receber a educação "apropriada", empreendeu um furto naquele estabelecimento. Como nós, não tinha prática alguma e, por isso, foi rapidamente notado. Talvez, se fosse no Brasil (sangue quente, latino), o rapaz sofresse todo tipo de enxovia possível. Lá, no caixa, o segurança veio educadamente perguntar se ele não estava com aquelas coisas que havia furtado. Não teve jeito! Confessou! Verificaram então o que ele estava furtando, e perguntaram se não havia aquilo na casa dele, ao que respondeu que realmente faltavam aquelas coisas. Chamaram a polícia? Não, uma assistente social, que foi à casa dele, onde ficou constatado que ele disse a verdade. Ao invés de leva-lo preso, fizeram chegar à casa dele o que faltava, e ainda por cima lhe deram um emprego. Não é que o estado deva ser "bonzinho", ou que Locke ou Hobbes estejam certos, mas é menos dispendioso para o estado agira dessa maneira.

Só para acrescentar, não sou tão bonzinho quanto pareço! Talvez a implementação da Pena de Morte, por algum tempo, possa inibir alguns elementos de se relebarem. Concomitantemente, o estado deve parar de fazer conta que ajuda (essa esmola de R$ 70,00 como subsídio familiar, com todo respeito, daria vontade de mandar enfiar no "rabo" do fdp que a instituiu); também a criação de novos presídios, com a cautela de não desamparar a família do ingresso; tratar aquelas pessoas como gente, nada de prepotência, torturas, humilhações... se o ingresso estiver causando problemas, "cacete" nele, mas sem o insultar, sem aquela risadinha sarcástica de deboche por parte dos agentes penitencários; quando o estado tiver de desalojar invasores, leve-os a um lugar decente ao invés de deixa-los na fila do albergue, preocupem-se (ao estado) com o problema - é caso de Assistência Social Imperativa. Estou sonhando? Vamos procurar saber qual a renda per capita brasileira. Divida entre todos os brasileiros. Tenho certeza de que o resultado vai surpreender! Se o Estado tiver que desalojar camelôs, faça-o, mas não "roube" a mercadoria como vem fazendo.

Doutor, realmente seu bom humor e conhecimento estão a agraciar. Obrigado.

só não concordo com a pena de morte. Neste momento seria colocar o carro na frente dos bois, aliás é o que se faz neste Paizinho.

A SOLUÇÃO ENTÃO ESTÁ NA EDUCAÇÃO: MAIS ISTO É A MÉDIO E LONGO PRAZO, PORÉM CORTA O MAL PELA RAIZ, E NESTE PAÍS NÃO INTERESSA MEDIDAS A MÉDIO E LONGO PRAZO E SIM A CURTÍSSIMO PRAZO(PALIATIVOS)VISANDO INTENÇÕES ELEITOREIRAS, E O POVO IGNORANTE POBRE E BURRO CONTINUA A VOTOR NOS SEM VERGONHAS, VIU COMO A SOLUÇÃO É A EDUCAÇÃO. POVO EDUCADO, CIVILIZADO, POLITIZADO, RICO E INTELIGENTES NÃO COMPÕE O CONGRESSO COM BANDIDOS ENTENDEU. ETC ETC E ETC

É Marcos....o Otto tem razão e razões muitas como grande civilizador que é.

A educação é a base sólida do estado democrático de direitos, é a base da família o alicerce da sociedade civilizada.

Em um pais onde o jovem, na plena capacidade de produção, com os hormônios aflorando à flor da pele, com pensamentos criativos bulinando em suas almas, É PROIBÍDO TRABALHAR ANTES DOS 16 ANOS o que se pode esperar dele (pais) se não a proliferação de bandidos e vagabundos?

As considerações do Otto são bastante ponderadas, excluindo a defesa da pena de morte, acerca da qual sou absolutamente contra. Pena de morte é medida meramente punitiva e não preventiva, se fosse tão eficiente, os países que a adotam não teriam mais manifestações de criminalidade, o que não é verdade. Quanto à associação entre criminalidade e proibição do trabalho infantil apontada por Wanderley Muniz, francamente, considero perigosa (para não dizer perversa). Sabemos muito bem que quando defendemos o trabalho infantil, estamos legitimando a exploração e os obstáculos ao desenvolvimento pleno do ser humano; e mais, estamos defendendo o trabalhador infantil excluído, levando-o a continuar a sê-lo (excluído). Afinal, as camadas médias da sociedade não defendem que seus próprios filhos trabalhem antes dos 16 anos, não é mesmo?