Fui mãe aos 21 anos, tenho um filho de 1 ano e 9 meses, sou mãe solteira desde sempre. Quando descobri a gravidez e contei para o pai, ele me largou na mesma semana e voltou com a ex assim que saiu de casa. Depois disso, sofri as piores humilhações possíveis, fui envergonhada, vulgarizada, hostilizada... Ouvi histórias sobre mim, que nem nos meus piores pesadelos eu imaginei que ouviria. Larguei de mão. Encarei a gestação inteira sozinha, tentando superar uma depressão fortíssima, encima de uma cama, jogada com um resto de comida estragada. Doeu muito! Foram 9 meses crueis, lutando contra os meus próprios sentimentos, e encarando as piores dificuldades. Nesse meio tempo o ''pai'' curtia baladas, a namorada, vivia como se nunca tivesse me visto. Ele nunca mais me procurou, me ignorava ao passar na rua como se eu e minha enorme barriga fossemos invisíveis. Meu filho nasceu em uma sexta feira turbulenta, nós dois quase não sobrevivemos. Subi sozinha para aquela sala de cirurgia, fui hostilizada pela enfermeira que me jogou piadinhas no momento mais decisivo da minha vida. Meu bebê foi tirado de mim desfalecido, seu choro só foi ouvido 10 minutos depois, e eu já estava sendo operada por outro motivo: um tumor! Éramos nós 2 alí, lutando pra viver. Eu por ele, e ele por mim. Entreguei nas mãos de Deus e pedi apenas que ele me deixasse viva, meu bebê não tinha ninguém. Depois de todas as provações, tive que superar uma depressão pós parto que me arrasou. Minha vida era um inferno, eu precisava tanto de apoio , mas ao abrir o portão de casa via o ''pai'' jogando bola sem nem se importar . Aliás, quando chegamos da maternidade ele também estava no futebol em frente a minha casa, e nem para o lado olhou Meu menino foi crescendo, eu encarei absolutamente TUDO por ele, sem ajuda nenhuma do que deveria ser um alicerce para nós. Com 1 mês pós parto comecei a fazer uns bicos de figuração para comprar ao menos as fraldas do meu filho, eram 12h infinitas trabalhando, ainda sentindo as dores das cirurgias que fui submetida. Saía de casa as 5h da manhã, voltava de noite, mas nunca deixei faltar nada para o meu pequeno apesar da depressão que me assolava. Na mesma fase, levava meu RN para a faculdade comigo, pois tinha (e tenho) a convicção de que a mudança nas nossas vidas depende de mim, do meu esforço. Depois de tanta porrada da vida, finalmente algumas coisas começaram a dar certo. Aos 5 meses arrumei um emprego fixo, deixava meu pequeno com a minha mãe às 11h da manhã, e ao chegar as 11h da noite ele já dormia como um anjo... Perdi tanta coisa
Com todo meu esforço fiz uma festa de aniversário linda, do jeitinho que sempre sonhei. A família paterna estava toda lá, mas o pai não, ele nunca. Talvez esse seja o ponto, ele NUNCA se interessou por nós. Apenas 1 vez, quando o menino tinha uns 15 dias, ele me mandou um sms pedindo pra ver. Eu aceitei, marcamos numa segunda feira e no dia eu deixei meu filho como um boneco, todo lindo aguardando o pai. Mas ele não veio, ele nunca veio. Depois de tudo isso, 2 anos e alguns meses depois do abandono, eis que hoje recebo a informação de que ele me colocou na justiça alegando que eu proibi dele registrar o menino, e de ter qualquer contato. Meu mundo caiu! Eu nunca tive essa intensão, e apesar de tudo, sempre esperei ansiosamente o dia que ele viria pedir para conhecer o filho. Para piorar, alega que vai me processar por isso e que vai ao inferno pra tirar meu Pietro de mim... Meu Deus, com que razão? Estou aqui a esta hora indagando porque comigo, porque nunca posso ter paz? Fui tão infeliz com meu pai, sofri tanto pela falta de amor dele comigo, e agora vejo a infelicidade transcendendo na vida que eu dei a luz. Meu coração chora, eu não sei como agir. Não sei como vai ser andar na rua amanhã , dar de cara com ele mais uma vez e passar como se não tivesse o conhecido jamais. São 2 anos, por que esperar tanto tempo se moramos a 50 metros de distância? Não é possível que a justiça acredite em todas essas mentiras... Eu preferia morrer a ter que passar por esse momento tão cheio de mentiras. Não sei como agir agora, alguém me da uma luz?

Respostas

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    mirrow Quinta, 22 de janeiro de 2015, 9h30min

    Pra justiça é assim - se voce teve uma gestaçao terrivel, se esteve no parto sozinha, se o parto foi o mais dificil e doloroso do mundo! - Se o pai nunca se interessou pelo filho... Nunca doi visita-lo! Quando o pai "decide" ou acha "conveniente" ser pai... A justiça vai dar o minimo que ele tem de direito, inclusive as visitas... Acho isso um absurdo, mas...

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    Rafael F Solano Segunda, 26 de janeiro de 2015, 13h59min

    "ele me colocou na justiça alegando que eu proibi dele registrar o menino, e de ter qualquer contato"

    Aquele que acusa cabe a prova. Então, ele que prove que vc o impediu de registrar a criança. Aliás, vc nem precisa permitir ou impedir e nem precisa confirmar se ele é ou não o pai, se ele julga que o filho é dele que busque a justiça para ter o direito de reconhecer a criança como seu filho. Não é preciso todo esse auê.

    "Para piorar, alega que vai me processar por isso e que vai ao inferno pra tirar meu Pietro de mim.."

    Pare e pense: vc acredita mesmo nisso??? Um sujeito que nem se interessou em conhecer o filho, que acha que pode nem ser dele, ele ia se dar a esse trabalho, gastar dinheiro e tempo na justiça para tirar de vc um bebê chorão de quem ele nem se aproximou????

    Se vc não tem culpa de nada, fique tranquila. Compareça a convocação da justiça e exponha os fatos, tranquilamente.

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