A Reforma do Judiciário e a CPI
perguntou Domingo, 11 de abril de 1999, 17h32min
Muito se discute a respeito de que como seria a Reforma do Judiciário, vários problemas foram levantados para tentar saná-las na referida reforma.
Mas, um importantíssimo problema, pelo visto, não está sendo levado em consideração, pelo menos, dentro de tudo aquilo que chegou ao nosso conhecimento, qual seja:
A CONDUTA DOS JUÍZES PERANTE O JUDICIÁRIO, E O PRINCÍPIO DA VITALICIEDADE.
A perpetuidade do cargo está levando, sem sombra de dúvida, a uma grave distorção, qual seja:
OS JUÍZES ESTÃO, AO NOSSO VER, SENTINDO "PROPRIETÁRIOS" DO JUDICIÁRIO, E O QUE É PIOR, NÃO SENTEM NA OBRIGAÇÃO DE PRESTAR CONSTAS AO CONTRIBUINTE QUE SUSTENTA A MÁQUINA JUDICIÁRIA.
Com a agravante de que, guindados por concurso público (método de escolha restrito e opaco), os juízes colocaram-se, ao nosso ver, alheios às aspirações populares, e colocaram-se como detentores das "sentenças", levados, principalmente, pelo Princípio da Livre Conveniência, e como os maus juízes não constumam serem punidos pelos Tribunais, basta o nefasto corporativismo, julgam-se no direito de desprezar o contribuinte que o sustentam através dos impostos arrecadados.
E o Princípio da Vitaliciedade é o grande responsável por esta distorcida situação, aliada ao concurso público.
Não resta sombra de dúvida que, o ESTABELECIMENTO DE ELEIÇÕES DIRETAS PARA JUÍZES é o caminho para a tão desejada transparência do Judiciário, pois, dentro das limitações legais, principalmente, considerando os requisitos fundamentais para o pleiteamento do mesmo, uma campanha eleitoral seria altamente salutar, e promoveria uma profundo correção de rumo, com uma discussão mais profunda sobre os problemas do Judiciário, através de debates, propagandas eleitorais e outros mais.
Ninguém pode negar que, há a grande necessidade do tornar o Judiciário "transparente" e acessível ao contribuinte, pois, se assim fosse, desnecessitaria da CPI recentemente instalada.
É certo que este não é o único problema que afrige a todos, mas, consideramos o principal, é de que deve ser pensado a sério, e relevado em todos os seus termos.
ANGELO AUGUSTO CORRÊA MONTEIRO