Prezado Henrique,
ainda que tardia esta resposta, segue assim mesmo.
A Conferência do Rio, de 1992, como ficou denominada, teve, sim, grande importância política. Serviu, em primeiro lugar, para dar, em termos de política interna brasileira, uma clara noção de quanto havia ainda por ser feito, e quanto ainda era pouco aquilo que se tinha feito.
Em razão das limitações econômicas conhecidas de nosso País,
e também a fragilidade dos movimentos ambientais existentes aqui, a Conferência do Rio teve como grande resultado, o estabelecimento da Agenda 21 e o estabelecimento de mecanismos de financiamento internacional a ações de proteção ambiental no Brasil (PPG7). Entretanto, quer a Agenda 21 quer os recursos internacionais, têm sido de eficácia muito relativa, para equacionar satisfatoriamente tudo o que ainda há por fazer.
Apenas para dar alguns exemplos, pode-se recordar a legislação de autorização para exploração mineral em terras indígenas que conflita com as regras que se busca adotar na nova lei de proteção ao índio, ambas em exame no Congresso brasileiro; também a questão de organismos transgênicos, que é controvérsia mais recente, e de interesse tanto para o ambiente ecologicamente seguro e equilibrado, quanto para o bem-estar e saúde do brasileiro; estamos vendo, neste particular, atitudes das autoridades muito pouco comprometidas com a segurança ambiental. E quanto à Amazônia, a degradação ambiental ali continua acelerada, e não se fazem propostas de desenvolvimento sustentável que sirvam a mitigar ou a definitivamente acabar com as ações de agentes econômicos irresponsáveis.
Finalmente, não há políticas urbanas e sociais de maior alcance, que sirvam a equacionar as tensões e pressões sobre o ambiente e ecossistemas no entorno dos grandes centros.
A falta de planejamento urbano, e planejamento habitacional para população de baixa renda, planejamento da infra-estrutura viária, da ocupação do solo, e da preservação de áreas verdes para lazer, associa-se à falta de políticas de combate ao desemprego e educacionais para a os jovens. Em suma, estamos mal.