Solicitação das entidades ambientais que seguem:

Car@s Amig@s,

Urgente, urgentíssimo!

Enviar mensagem para:

E-mail pr@planalto.br

Presidência da República Praça dos Três Poderes Palácio do Planalto - 4o. andar Brasília - DF Brasil CEP: 70.150-900

Com o seguinte texto:

Ex.mo. Sr. Presidente da República:, Dr. Fernando Henrique Cardoso Ex.mo. Sr. Ministro da Casa Civil, Pedro Parente Ex.mo. Sr. Ministro de Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg Ex.mo. Sr. Ministro de Meio Ambiente, José Sarney Filho Ex.mo. Sr. Ministro da Agricultura, Pratini de Moraes Ex.mo. Sr. Ministro da Justiça, José Gregori Ex.mo Sr. Ministro da Saúde, Barjas Negri

Foi com profunda estranheza que as entidades abaixo assinadas, representantes de diversos setores da sociedade brasileira tomaram conhecimento da nota divulgada por V.S.as., no dia de ontem, em que o poder Executivo Federal vem expressar, ainda que, de forma velada, o seu apoio político à liberação imediata de plantas transgênicas no meio ambiente e para a alimentação humana.

De fato, as manifestações de confiança nos benefícios que a moderna biotecnologia possa trazer ao país e na competência técnica da CTN-Bio para zelar pela nossa biosegurança, constantes da nota emitida por V.S.as., não podem encobrir aquilo que é hoje reclamado por grande parte da opinião pública brasileira: adiar a liberação no meio ambiente e para o consumo humano das plantas transgênicas até que se possa ter certeza de que eles não trarão impactos negativos, graves e irreversíveis ao meio ambiente e à saúde humana. Além do mais, o país só tem a ganhar do ponto de vista econômico.

Hoje, os mercados europeu e japonês, sinalizam claramente sua preferência por produtos livres de transgênicos.

É incompreensível, portanto, que V.S.a., encarregadas de zelar pela preservação ambiental, a saúde pública e a economia do país venham defender uma liberação apressada e irresponsável dos transgênicos, liberação essa que só poderia interessar às multinacionais da biotecnologia, como a Monsanto e Novartis, bem como aqueles países que pretendem dominar nossos mercados de sementes e desbancar nossa concorrência agrícola, como é o caso dos Estados Unidos.

Felizmente o Ministério Público e a Justiça têm assumido o dever de defender os direitos constitucionais dos brasileiros, ameaçados pelo próprio Executivo. A sentença do juiz Antônio Souza Prudente, obtida pelo IDEC e GREENPEACE, apenas exige que a CTN-Bio cumpra a obrigação constitucional de realizar Estudo de Impacto Ambiental para aquelas atividades que potencialmente possam trazer dano significativo ao meio ambiente, assim como elabore normas para avaliar a segurança de alimentos transgênicos, antes de emitir qualquer parecer conclusivo a seu respeito. Em vez de receber críticas de V.S.as., o Judiciário deveria ser ouvido e respeitado, pois cumpre o seu papel, justamente onde V.S.as., têm falhado

Solicitamos à V.S.as., portanto, que reconsiderem a postura assumida, em prol de uma conduta de prudência para com os interesses públicos e de abertura para o debate democrático com a sociedade.

ABONG Associação Brasileira de ONGs - 270 ONGs associadas CONTAG Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional 134 entidades associadas Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento 417 entidades associadas Rede Mata Atlântica 192 entidades associadas GTA Grupo de Trabalho Amazônico 430 entidades associadas Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais 56 entidades associadas Rede PTA para o Devenvolvimento Agroecológico 28 ONGs associadas Actionaid Brasil ÁGORA AS-PTA FASE Gambá Grupo Ambientalista da Bahia GREENPEACE IBASE IDEC SOS Mata Atlântica VITAE CIVILIS

Respostas

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    Joseane Ando Sábado, 05 de agosto de 2000, 0h22min



    Sérgio,

    Acabo de ler seu texo aqui no debate, e fico muito contente por saber que existem pessoas com o mesmo pensamento que o meu e o de minha amiga, inclusive, o tema da Monografia de Graduação dela é "Os transgênicos".

    Não sei se vc viu esses dias em uma reportagem da TV Cultura, que eles mostraram um aparelho usado para se constatar se o produto é transgênico ou não, mas só é possível para o milho e para a soja. Percebemos que hoje eles estão investindo nisso, e o que tem que ser percebido, é que , no momento da fabricação de cada produto é que se deve fazer a menção se se trata de um produto transgênico, podemos hoje, compartilhar em nossa refeição um produto geneticamente modificado, isso é mau...

    Fomos filiadas ao Greenpeace, e umas das batalhas foi a coleta de assinaturas para que não introduzisse tais produtos em nosso mercado até que se constate, realmente, que não é prejudicial, mas a Monsanto pesa muito nesta balança, e , com certeza, já colocou no mercado seus produtos.

    O que temos que fazer????

    Até a próxima, meu caro amigo, fico muito feliz em te conhecer.

    Joseane.

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    Sérgio Coutinho Quinta, 10 de agosto de 2000, 10h19min

    A felicidade é toda minha em poder responder a mensagem tão carinhosa.

    A utilização de abaixo-assinados e de boicotes a endas de produtos têm eficiência muito limitada. Não foi sem razão que o Greenpeace deixou de ter preferência por estas atitudes em todo o mundo. Um terrível exemplo dsto é que foram recolhidas mais de um milhão de assinaturas pelo PDT para a abertura de uma CPI sobre compra de votos mas a oposição parlamentar não tinha número suficiente de votos no Congresso para que a CPI se realizasse. De todo modo, abaixo-assinado é como protesto pela internet: não se faz passeata numa folha de papel com nomes nem com troca de e-mails, do mesmo modo que um assessor com uma lata de lixo pequeno porte pode acabar com todo o abaixo-assinado em qualquer instância governamental ou empresarial do mesmo modo que pode deletar e-mails de protesto.

    O boicote a produtos não tem como funcionar em globalização, pois se não há boas vendas num país isto pode ser compensado em outro. Além disto, com as fusões empresariais é cada vez mais difícil saber a quem pertence certo complexo industrial. Exemplo disto é que protestos que fossem realizados contra a Parmalat não atingiriam seus laticínios vendidos por toda a região Nordeste em que foram mantidos nomes de fabricantes locais cujas empresas foram adquiridas.

    É preciso, cada vez mais, que estimulemos a mobilização e a consciência política de número crescente de cidadãos para que possamos compensar o hiato deixado pela ditadura militar. A democracia brasileira não apenas é jovem, mas não permite a mobilização popular contra injustiças sociais, pois é completamente lícito que a polícia nas ruas impeça à força uma mobilização pacífica se tiver ordem de autoridade competente, entre tantas medidas desumanas autorizadas pela democracia nacional.

    Há muito o que podemos fazer, mas o principal é ter cada vez mais gente conosco remando contra a maré.

    Um abraço,

    Sérgio.

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    Saléte Terça, 09 de janeiro de 2001, 19h31min

    Sérgio,

    boa tarde.
    Sou estudante do 5o. ano de Direito e estou preparando minha monografia. Meu interesse é dissertar sobre os transgênicos, dando enfoque ao impacto ambiental ou ao Código de Defesa do Consumidor. O tema é bastante preocupante.
    Gostaria de pedir a você que me forneça nomes de livros, revistas, enfim, o que puder e tiver sobre o assunto, pois estou encontrando dificuldades para encontrar material suficiente por aqui.

    Parabéns pela mensagem.

    Muito obrigada,

    Saléte

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    Sérgio Coutinho Sábado, 13 de janeiro de 2001, 0h37min

    Saléte,

    Primeiro, escolha entre as duas linhas de pesquisa, ou o impacto ambiental, ou como questão de consumo.

    Se você se referir ao impacto ambiental, há grande número de especialistas no assunto, gente que tem-se dedicado dia após dia a recolher material sobre transgênicos e suas conseqüênicas ambientais, entre os assinantes da lista de discussão por e-mail "Amigos do Greenpeace". Para assinar, procure "gp-rio" (é o nome que a lista adotou) em http://br.egroups.com
    A inscrição é gratuita e todos são muito atenciosos.

    Se preferir como questão de consumo, encontrará material através do Instituto de Defesa do Consumidor (www.idec.org.br), que foi sujeito ativo na ação contra a importação de milho transgênico que até agora é a única bem sucedida no mundo inteiro. A decisão pode ser encontrada no Jus Navigandi e entrevista com o juiz que a prolatou além de outros artigos comentando a sentença podem ser encontrados na revista Consulex.

    Se tiver outras dúvidas específicas dentro do tema, terei prazer em ajudar. Envia para meu e-mail: [email protected]

    Um abraço,

    Sérgio.

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