A igualdade de direitos foi um assunto seriamente discutido, mas hoje não apresenta grandes controvérsias. As pessoas devem ter direitos iguais (igualdade perante a lei). Não há dúvidas de que a igualdade jurídica é algo essencial à sociedade, mas há algo muito além disso. Imagine a seguinte situação: Numa corrida de Formula 1, cada pessoa tem um carro. A primeira pessoa colocada na largada possui o melhor carro, enquanto a última possui o pior carro. As regras do jogo serão iguais a todos os concorrentes, o que possibilita, teoricamente que o último colocado na largada possa chegar em 1º lugar. Na prática não é isso que acontece. Assim funciona a igualdade de direitos sem igualdade de oportunidades. Num mundo onde a concorrência econômica (Capitalismo) e a concorrência política (Democracia) nos faz buscar o constante triunfo, as oportunidades são peça-chave para que isso aconteça, tanto no âmbito qualitativo quanto no quantitativo. Dentro de sua Tetralogia, Kant aponta para uma tríade da qual considera ser essencial para um desenvolvimento intelectual sadio: higiene, alimentação e amor. A higiene e a alimentação são fáceis concluir quanto a sua importância, mas o amor correspondaria à maneira com a qual o indivíduo é abraçado pela sociedade, principalmente a família. Daí podem ser retirados diversos exemplos para bem estar social como: lazer, educação, etc. No âmbito do Direito, a aquisição da igualdade de direitos foi de extrema importância, mas pensando mais amplamente ("Quem só sabe de Direito, nada sabe do Direito") a questão das oportunidades no meio social é tão impotantante quanto no meio jurídico, saindo assim de um formalismo que acaba com as peculiaridades das pessoas através de generalizações, e entrando num mundo onde o diferente é considerado, para assim tornar todos iguais.

Respostas

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    Leandro Sexta, 08 de outubro de 2004, 12h41min

    Penso que a igualdade não é um fim em si, mas um meio para o progresso da humanidade, propiciado em um ambiente de bem-estar.

    Acredito que se deva garantir um mínimo para as pessoas, que sirva de base para possibilitar seu crescimento.

    Entretanto, numa situação ideal, o mínimo deve-se afastar da idéia de direito, pois, quando se pensa em direito, tem-se que se trata de algo que se pode perder, de uma necessidade que pode não ser satisfeita, de algo que se deve pedir ao Estado.

    Tanto é que não se vê no ordenamento a previsão determinando que as pessoas têm o direito de respirar.

    Direito, representando a faculdade de exigir o cumprimento de um dever, quando se trata do mínimo, é de certa forma incompatível com a dignidade da pessoa humana.

    É que certas condições são indispensáveis para que o ser alcance sua plenitude, de modo que a hipótese de a pessoa ter que exigir o mínimo retrata situação, no mínimo, trágica, máxime quando, apesar da coercitividade, o dever não é cumprido.

    O mínimo deve ser pressuposto para o direito positivo. O mínimo não deveria constar como sendo dever. Situar-se-ia apenas no plano do direito natural, orientando a legislação.

    Tudo isso mostra o baixo grau de evolução em que se encontra a humanidade.

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    tatiana Quarta, 01 de dezembro de 2004, 20h41min

    Compactuo também com a sua forma de pensar sobre este assunto.Penso que para atingir a igualdade prescrita no ordenamento brasileiro se faz necessário a inclusão de todas as pessoas na sociedade.Sabemos, entretanto que vivenciamos um mundo de competição propagado pelo capitalismo.Essa filosofia acabou gerando riquezas mais também desigualdades e por conseguinte exclusão social.Além de todos esses pontos,outros fatos supervieram para trazer mais desigualdades no cenário brasileiro.A colonização de exploração implementada no Brasil,acrescida com a exploração econômica culminaram em desigualdades não só econômicas como também racial, problema ocasionada a mais de 500 anos atras mais que repercute até hoje em nossos dias. A Constituição brasileira de 1988 buscou romper essa realidade alencadando a todos o direito a igualdade.A doutrina explica como seria essa igualdade garantida pelo diploma legal.Há 2 torias basicas a saber.Uma na qual todos devem ser tratados iguais sem previlégios, enfim , a lei ser igual para todos( caso explificado pelo caro colega ) e outra forma de ver essa igualdade cumprida seria oferecendo aqueles que não desfrutam de um "bom carro" ou um carro com a mesma potência,o carro com a mesma potência daqueles que estão competindo. Não só eu, uma mera mortal, como o Direito brasileiro tem sido solidário com este posicionamento. A defensoria pública por exemplo é uma forma de possibilitar que todos tenham acesso a justiça, assim como essa ação outras podem ser vistas,mas outras ações precisam ser tomadas para atingir o ideal.

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    JOÃO CIRILO Domingo, 23 de janeiro de 2005, 21h51min


    Não existem igualdades de direitos. Nunca existiu. Jamais existirá.

    Talvez na "Utopia" de Thomas Morus. Que aconteceu a Thomas Morus?

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    Custódio Gonçalves da Silva Terça, 10 de maio de 2005, 12h39min


    Leandro;

    "Acredito que se deva garantir um mínimo para as pessoas, que sirva de base para possibilitar seu crescimento."

    Transcrevi esse seu parágrafo e com relação a expressão 'que se deva' pergunto: todo o problema da humanidade está justamente em - quem deve garantir "um mínmo para as pessoas"???
    Você não imagina que o Planeta Terra com sete bilhões de seres humanos e aproximadamente duzentos Estados (república/império/reino ou qualquer outro nome que você queira utilizar)... que são esses Estados que 'devem garantir um mínimo necessário as pessoas'... uma vez que esses duzentos Estados têm, justamente, a função de excluir a plebe... o povo... que dão 'seu mínimo' diariamente para que uns tenham o máximo'.
    A propósito de ter: 1% da população brasileira tem 50% do Brasil (bens e serviços). Esses não estão, certamente interessados nos outros cento e setenta milhões de, também, brasileiros.

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