Lincoln,
Como cidadão racional, vc está certo.
O problema é que, tanto União, como Estados e Municípios têm competências concorrentes, ou seja, todos eles "mandam".
Aí, na prática, um manda e outro "desmanda", muitas vezes levados por interesses políticos ou excusos ou má gestão mesmo.
Sobre demolição.
Há entendimento dos tribunais que, após construído, resolve-se em perdas e danos (multa).
Assim, o seu vizinho que já construiu, "levou vantagem" sobre quem ainda não edificou.
Por esse motivo, por exemplo, há uma "briga de liminares" para liberar construções. Após liberada, o construtor erge as estruturas em uma semana, de modo que impeça a demolição.
Esse é o caso, por exemplo, de um shopping na minha cidade construído sobre um rio que corta a cidade, com aterramento, provocando assoreariamento e desvio do curso do rio.
A obra foi embargada na fundação. Conseguiram uma liminar no tribunal (por meios políticos e não jurídicos) e puseram o shopping em pé em uma semana.
Ninguém pode mais demolir, pois a demolição não recompões o dano ao meio ambiente.
Com isso, aplicou-se multas, cujos valores o shopping arrecada em uma tarde chuvosa !!!
Só soube de um caso em que a justiça mandou demolir uma construção, aliás duas: par de torres da contrutora Moura Dubeux no Recife, onde há uma confusão, com o Iphan dizendo ser local de proteção histórica e a prefeitura afirmando que é fora da área do Iphan.
Quando essas torres "cairem", me avisem ... (já estarei no Céu !!!). Claro que só vão ao chão depois de cumprirem a função, daqui a 500 ~ 1000 anos, e não por decisão judicial !!!
Então, o caminho mais curso é conseguir uma liminar, construir ... e deixar a justiça chupando o dedo !!!
É isso.