A parte jurídica da coisa: fazer o BO. Mas ja adianto que isso não vai dar em nada... a chance de recuperar esse dinheiro é praticamente ZERO.
Agora... mesmo com o risco de ser "apedrejado" pela minha opinião, não vou me furtar a dá-la. Com todo o respeito à sua mãe, e ao que ocorreu a ela, tenho para mim que quem cai num golpe desses o faz muito mais por conta do intuito de um ganho fácil do que propriamente pela ingenuidade.
Com todo o respeito, a mim não me convence um argumento do tipo "...Minha mãe querendo sair dessa conversa e eles não deixavam..puxaram ela..com uma boa conversa...fizeram ela fazer um empréstimo de mil reais e pegaram mais mil que ela tinha...". Se você tivesse vindo e dito que eles apontaram-lhe uma arma, ou tivessem feito algum tipo de ameaça, eu daria toda razão a ela, uma vez ninguém jamais deveria mesmo arriscar sua vida por bens materiais.
Mas segundo relata, em momento algum isso ocorreu. A "arma" que eles se utilizaram foi a perspectiva de um ganho fácil por parte da "vítima". E como posso dizer isso? Porque se trata de um golpe velho (mas muito velho mesmo) mas que pelo visto ainda faz muitas "vítimas". E por já ter lido diversas vezes como ele ocorre, com pequenas variações, posso dizer o argumento que usam.
O "analfabeto" (já vi um caso em que era um "capiau" com a calça suja de esterco) possui um bilhete de loteria premiado, e precisa de ajuda para resgatar o prêmio. Ele pede ajuda a uma pessoa na rua, e logo no meio da embromação vem o "amigo" se propondo a ajudar.
O "analfabeto", por precisar de dinheiro, e por não saber exatamente "quanto ganhou" (afinal, é "analfabeto"), se propõe a vender o "bilhete premiado" (em valores que variam de R$50 mil até R$1 milhão) por valores substancialmente menores do que ele "realmente vale". Aí entra a boa conversa para "convencer" a "vítima" a comprar um bilhete que "vale" R$50 mil... R$ 300 mil... pagando R$ 1 mil... R$ 5 mil... R$ 10 mil... e por aí vai...
Nessa perspectiva, a "vítima", ao imaginar que poderá levar uma boa quantia com o bilhete, acaba "ajudando" aquele "pobre analfabeto", poupando-lhe o trabalhoso encargo de retirar o prêmio, que é demorado, comprando o bilhete.
"...fizeram ela fazer um empréstimo de mil reais e pegaram mais mil que ela tinha..." Fizeram como? ameaçaram? pela sua narrativa, parece que não... então, nesse caso, ela fez o empréstimo por vontade própria, pois queria "ajudar" o "analfabeto" comprando o bilhete premiado dele (que valia bem mais). Ela poderia ter se negado a fazer o emprestimo, até mesmo porque se ela foi até uma agência bancária para tanto, poderia ter chamado a polícia lá de dentro.
Eu perguntaria a todas as "vítimas" do referido golpe: se ao invés da oferta de um bilhete de loteria premiado, fosse um mendigo pedindo um prato de comida, ou uma pessoa qualquer se dizendo doente e sem dinheiro para comprar remédios, ainda que com a conversa gentil e de modo insistente, iria até a agência bancária e faria um empréstimo para ajudá-los? Acho que todos sabemos a resposta...