Um grande tema de pesquisa e debate social é a polêmica cotas para negros e índios nas Universidade Públicas brasileiras. Muitos se divergem sobre o tema, discutem sobre o Principio da Igualdade trazida em nossa Constituição Federal de 1988.

Mas afinal, será constitucional as cotas para negros e índios em Universidades Públicas brasileiras?

Respostas

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    Almir Lage - academico Quinta, 29 de março de 2007, 20h55min

    Prezado Roniclei.
    Antes, e acima de tudo, acredito que devemos observar os preceitos constitucionais, sem deixar de lado a questão da dívida social. Os negros agiram como força de trabalho por mais de 3 séculos em nosso país, sem que nenhuma espécie de remuneração lhes fosse atribuída. Os seus sucessores são agora beneficiários de uma espécie não qualificada de tributo.

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    Jaime - Porto Alegre Sexta, 30 de março de 2007, 13h09min

    Roniclei, Esse tema é polêmico e deve-se ter o máximo cuidado ao abordá-lo, pois os patrulheiros estão atentos a qualquer palavra que possa denotar racismo. Tenho amigos e bons amigos, negros e pelo que temos conversado a respeito eles são contra e se sentem humilhados com tais medidas protetivas. Um deles me expôs a seguinte situação: Um negro concorre com um branco no vestibular, onde o branco tira nota 90 e o negro nota 60 e é aprovado enquanto o branco é reprovado. Só esse fato já faz com que o candidato negro consciente, se sinta inferior ao branco e usurpador da vaga dele. Feita a faculdade de medicina, por exemplo, o negro concorre com um branco e as notas, para efeito de exemplo, se repetem. O que isso pode gerar? Um paciente no hospital sabendo que o negro só está ali porque foi favorecido pela lei, ficará receoso de ser atendido por ele, pois deduzirá que o negro tem menor competência que o branco. Penso que essa é mais uma medida demagógica, que ao invés de valorizar o negro e pagar parte do dívida social que temos com eles, causou um dano maior. O que nós precisamos não é de leis que compensem as falhas do Estado, precisamos de políticas sérias e de um ensino público eficiente para que os que cursam esses estabelecimentos possam concorer em igualdade de condições com os que frequentam colégios de melhor qualidade. Mas leis assim é que dão votos.
    Um abraço,
    Jaime

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    Vanderley Muniz - [email protected] Sexta, 30 de março de 2007, 17h53min

    Sempre uma grande honra deparar-me com meu mui querido amigo Jaime...de fato Jaime há que se investir em educação de qualidade..saúde...moradia....trabalho..em igualdade de condições
    Cota...em meu humilde entimento é discriminação..não sou negro mas sou descendente...tenho ótimos amigos negros
    Mas se eu fosse negro recusaria a "oferta" e partiria para o abraço...em igualdade de condições, em homenagem á minha dignidade como ser humano.
    É o que penso. Não aceito esmolas, aceito o anzol e que me ensinem a pescar...
    para mim ...que Deus abençõe que não precise...nada de cesta básica de m....

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    Almir Lage - academico Sábado, 31 de março de 2007, 8h42min

    Uma breve experiência.
    Leiam as instruções abaixo, e depois façam o que se pede:
    1 - Fechem os olhos bem devagar...
    2 - Agora, imaginem-se negro, pobre e só;
    3 - Pés descalços, barrigudo e cheio de berne;
    4 - Sua mãe não está em casa, pois trabalha na limpeza e arrumação da casa dos patrões;
    5 - Seu pai lava carros na rua;
    6 - Seu irmão mais velho está preso;
    7 - Sua irmã de 8 anos é quem cuida de você, quando não está na rua pedindo "uns trocados";
    8 - Abra rápido os seus olhos, e descreva o que vê diante de si;
    9 - Reflita sobre a exclusão social por alguns segundos;
    10 - Responda: É válida a "teoria do destino"? Todos devem ser entregues a sua própria sorte?

    Se você respondeu "não+não", você é um cara muito legal; se você respondeu "sim+não" (qualquer ordem), é porque você quer ser um cara legal, agora, se você respondeu "sim+sim", lamento muito, mas você precisa rever os seus conceitos.

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    Claudio Henrique Campos Sábado, 31 de março de 2007, 10h33min

    Muito fantasioso Almir,

    O homem só é bom da boca para fora, por dentro ele não é o mesmo.

    Não sou negro, mas recusaria uma oferta de cota em universidade porque ao meu ver é baseada totalmente em pré-conceitos. Então quer dizer que se sou negro eu sou burro! Se sou negro tenho que ter um irmão preso? Se sou negro sou pobre? Precisaria de ajuda para subir? Isso é preconceito.
    A mulher mais inteligente que conheço faz doutorado em direito é negra, é linda e estudou em colégio público.

    Será que o destino só foi bom para ela? Não! Eu sei o quanto ela teve que se dedicar ao estudo para chegar aonde chegou.

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    Almir Lage - academico Domingo, 01 de abril de 2007, 11h31min

    Valeu Claudio!
    Assim é que se vive em democracia, ou seja, contraditórios e mais contraditórios, sociedade plural.
    Minha fantasia, conforme mencionou, tem o propósito de transportar o leitor à realidade distinta da que ele vive, entender o problema a partir do ethos alheio ao seu. É a técnica que costumo empregar para poder compreender problemas humanos.
    Até então estamos discursando sobre um problema que é dos outros!
    As cotas, salvo engano, não são prejudiciais aqueles que não são índios ou negros. Lembro-me de uma decisão (não posso identificá-la no momento) no Rio de Janeiro, em que o pretor manifestou-se favorável ao regime de cotas, desde que não causasse prejuízo. Resultado, a UERJ teve de oferecer no seu vestibular as 50 vagas para o curso de direito no turno da manhã, acrescida de 10 para as cotas, total 60 vagas.
    A autodeclaração dará ao candidato a certeza de estar concorrendo as vagas disponíveis, ou seja, as 10 vagas, assim como no caso dos candidatos portadores de necessidades especiais.
    Aliás Claudio, nós nem precisaríamos discurtir sobre o assunto, posto não possuirmos necessidades especiais e nem pela cor da pele. Então porque a preocupação!? Se eles são capazes, porque eu também não serei?
    Claudio, agradeço-lhe pela opinião, e certo estou de que estamos contribuindo em muito para o enriquecimento da discussão.
    Aguardo por novas argumentações com muito prazer. Abçs.

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    Pedro Henrique Lopes Casals Quinta, 16 de abril de 2009, 12h59min

    Senhores devemos deixar de lado fatos históricos, pois os negros não foram os únicos que sofreram discriminação na época do Brasil antigo.
    Muitos imigrantes foram obrigados a trabalhos forçados, recebiam por isso mesmo que fosse pouco, mas existe várias formas de escravidão, inclusive aquelas que nos levam a ignorância de nos mesmos.
    Quando a sociedade decidiu pela Democrácia buscamos uma qualidade de vida, e para isso utilizamos as leis. A lei é clara, todos são iguais perante elas sem discriminação de crença ou religião ou outra forma de preconceito.
    Pela análise social devemos ser coerentes, pois nas comunidades carentes não só existem negros, existem pessoas que encontram-se em situação semelhante e que devem ser tratadas da mesma forma.
    Enquanto a maioria, existem mais pessoas afro- brasileiras pobres, correto, porém existem mais afro- brasileiros e o Brasil é "pobre", sendo, que existe uma lógica para esses números.
    Não se resolve diferenças socias criando preceitos ou privilégios, isso é um assunto político, onde o maior problema se encontra no Congresso. Enquanto eles ficam criando situações para angariar votos, nós brasileiro, em vez de analisarmos os fatos, ficamos inertes e deixamos problemas mais sérios de atenção especial.
    Não existe, no Brasil, branco, negro, asiático, oriental, ou outros; existe um povo só com objetivos e sonhos diversos, por isso não podemos deixar uma minoria decidir o que fazer com os nossos impostos prejudicano a NAÇÃO.
    Me pergunta se as Cotas são inconstiucionais, direi que sim, me pergunta se é um problema do direito e eu direi que é um problema de todos os ramos soiais. O por que "de todos"? Porque foram feitos muitos sacrifícos para as leis que foram votadas garantirem a essa nação uma igualdade, fraternidade e liberdade; para que tenhamos que ver regredir anos de luta do nosso povo por uma situação que poderia ser resolvida não beneficiando só os negros como todas as pessoas que se encontram na mesma condição.
    Isso é jusiça, fora disso, devemos tomar cuidado com políticas demagogas e populistas, para não amargar uma ditadura, e com isso ver nossos filhos e amigos desaparecerem, direito desrespeitados e outras mazelas que essa espécie de regime prega.

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    Marisa Quinta, 16 de abril de 2009, 15h52min

    Olá senhores

    Posso estar sendo sonhadora, mas o que vocês acham desta idéia?

    Como professora sou contra as cotas mas sou amplamente favorável a uma educação básica púublica e de qualidade. Só que, ainda que nós tivesemos uma varinha de condão que garantisse a partir de agora essa tão sonhada educação, isso não atingiria os jovens que já foram prejudicadas pela vergonha que é o ensino público. Então não seria viável que, a esses jovens, nós (sociedade) bancassemos um cursinho de qualidade, para que eles concorram em pé de igualdade com qualquer outro jovem?

    Porque entrar em boas universidades (quase sempre públicas) exige não só o dinheiro do pai para pagar colégio e cursinho; exige dedicação do aluno, exige fins de semana que eles desistem da balada para estudar, exige um estresse monumental para pessoas tão jovens. E não me parece justo alguém não precisar passar por tudo isso só em função de etnia.

    E também lanço mais uma polêmica: é orientação da ONU que povos indigenas possam manter sua própria cultura. Só que a palavra chave é "possam". Se existe até internet nas aldeias já não existe aculturação? E não é voluntária? O que vocês acham?

    Abraços

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