Olá, boa tarde. Eu vou tentar fazer um resuminho da minha história pq é bem longa... Eu tenho 16 anos e sou gay, fui criado em uma família cristã machista e tradicional. Em julho de 2015, meu irmão invadiu minha privacidade pessoal e descobriu que eu sou gay, foi logo contar pros meus pais. Depois disso foi o fim pra mim, eu não sabia o que fazer, minha mãe tinha me xingado, ameaçado me expulsar e me tirado todo meio de comunicação que eu tinha. Após isso, no mesmo dia, eu havia ficado muito mal mesmo e tentei uma overdose por meio de medicamentos. Depois só me lembro de acordar em um hospital, e fiquei uma semana lá, não tive nenhuma sequela. Depois de uma semana resolveram me passar em um psicólogo, mas o psicólogo era pastor batista, no começo eu não queria ir, mas fui obrigado, aliás só fui descobrir que era pastor no local de trabalho, que é a casa dele. Sim, ele me ofereceu uma cura gay, fico nisso por meses, eu tentava me impor, mas não conseguia. Ele tbm me disse coisas horríveis tipo: vc não vai ser feliz; não existe comprometimento nesse meio; vc poderia invesir na sua heterossexualidade; pare de conversar com esses meninos; etc. Além de me detonar com base na minha personalidade sabe, que eu não sou negociável, que sou psicopata (do tipo que não sente remorso pelo que fala), etc. Eu tbm não sou um santo que aguentou tudo isso de boca fechada, eu sou mt batedor de frente sabe, acho que qualquer um depois de tudo isso começaria a agir assim. Meu maior problema foi minha mãe, ela é a mais radical da família e não aceita de jeito nenhum. Diz que tem nojo de mim, pena, que perdi meu caráter e respeito, deixou de me pagar a minha formatura (estou no 3° ano do Ensino Médio), já me espancou diversas vezes (tenho fotos), quebrou a fechadura da porta do meu quarto, me oprime, me exclui, ameaça me expulsar de casa frequentemente, me xinga, ameaça me internar numa clínica, etc. Eu já não aguento levar isso de boa, então se gritam comigo, eu acabo gritando mais ainda e retruco. Recentemente ela cumpriu a promessa de me expulsar, pegou todas minhas coisas, quebrou meu cartão do convênio, e colocou tudo em saco de lixo e mando eu sair. Eu sai, mas sem nada nada comigo, fui dormir em uma amiga, pedi socorro pra uma tia (ninguém do resto da família conhece a minha situação), minha tia foi totalmente contra o que fazem comigo, mas no dia seguinte eu tive que voltar pra casa porque aparentemente ninguém poderia me dar abrigo sem se meter em encrenca. A convivência é horrível, passo o dia todo no meu quarto tentando estudar pra me distrair, tenho uma certa depressão desde janeiro, nunca passei em outro psicólogo e acho que nem posso ir mais pq to sem o cartão fo convênio. Eu já não aguento mais isso, to sendo muito paciente com eles, tentando ver pelo lado deles, mas já fazem mais de 10 meses que ta essa merda e não aguento mais! Não acho certo isso com nenhum tipo de pessoa, tem algo que eu poderia fazer ou recorrer?

Respostas

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    Rafael F Solano Domingo, 24 de abril de 2016, 14h40min

    Querido, nem sempre os pais aceitam os filhos como eles são, e nem tem haver com a questão de gênero ou orientação sexual, a não aceitaçlão pode ser por diversos motivos. Pais não são obrigados a amar os filhos, e nem estes a seus pais, esta "obrigação" é uma fantasia projetada e mantida pelo velho marketing que pretende manter a sociedade consumista. É ilusão achar que por mera função biologica o amor brote. Não é assim. Dizem que o sangue é mais grosso que água, e esquecem que isso até mata !!! Que o mais importante é o sangue, balela já dismitificada pelo afeto que se desenvolve entre pais e filhos cujos bebês foram trocados no berçarios das maternidades, nas adoções de órfãos, na eleição de amigos que são mais que irmãos.

    Enfim, se vc sofre maus tratos fisicos ou psicologicos, recorra ao Conselho Tutelar, se não chega a este ponto, trate de se emancipar e cair fora deste hospício, conquiste uma profissão (cursos profissionalizantes do Senac, Senai etc) e arrume um emprego que lhe sustente e vc sozinho pode ir a defensoria publica para pedir sua emancipação. Pronto!! Vc estará livre!!!

    Meta a cara nos estudos e não cultive qualquer sentimento baseado no achismo de que eles teriam de lhe amar e aceitar como vc é. Isso não existe, a vida não é assim, lamento informar. Essa depressão é apenas sua expectativa contrariada, tente vê-los como eles são como pessoas, como ser humano, o fato biologico que os fez seus genitores é apenas biologico, não é pessoal, pense que se vc tivesse sido afastado deles desde seus 1ºs dias e só agora os conhecesse vc iria olha-los com os olhos de um estranho, pois é assim mesmo que deve olha-los, tire a lente cor de rosa que lhe leva encara-los como seres especiais só porque são seus pais. Respeito a eles vc deve como deve a qualquer pessoa, assim como vc tem o direito de ser quem e como vc é, eles tmb tem. O fato deles não conseguirem lhe retribuir neste respeito, que seria tmb obrigação deles para com qualquer outra pessoa só mostra quão deficientes eles são, isso é como se fosse uma doença, uma cegueira moral, lamente por isso mas não sofra, toque sua vida, esta tem muitas alegrias a lhe apresentar!!!

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    Rafael F Solano Domingo, 24 de abril de 2016, 14h46min

    Não bata mais de frente porque só vc perde, não vale a pena tanto aborrecimento, cuide da sua vida, estude, seja discreto em suas ações e evite comentários sobre sua vida, não há outro jeito!!! E faça como eu lhe disse, é a saida mais rápida, conquiste uma profissão (tem cursos gratuitos no Senac e Senai) e consiga um emprego, pronto!! Aí vc se emancipa e vai morar com quem quiser!! Foque nisto!! Fortaleça seu pensamento e sua alma com esta esperança que logo logo vc se libertará desta vida mediocre! Lamento, mas seus pais devem ter algum problema para terem tanta dificuldade em respeitar o alheio, mas isso não é problema seu, é deles!! E eles que se virem com isso!!

    Boa sorte!!

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