Vou me aposentar por invalidez, e minha doença é transtorno psicotico. Meu irmão será nomeado meu curador. Eu sou casada, tenho um filho e cuido dele. A minha dúvida é : Se futuramente eu me separar do meu marido, se ele pode pedir a guarda da criança, alegando que eu tenho curador e não tenho capacidade de cuidar do meu filho?

Respostas

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    Rafael F Solano Domingo, 03 de julho de 2016, 22h53min

    Sendo casada, porque seu curador será seu irmão e não seu marido??

    Se vc tem doença mental NÃO PODE cuidar de uma criança!!!!!!!!!!!!!!!

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    Desconhecido Segunda, 04 de julho de 2016, 22h02min

    Tenho capacidade de cuidar do meu filho sim.
    E não foi essa minha pergunta.

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    Rafael F Solano Segunda, 04 de julho de 2016, 22h57min

    Palavras suas> “Vou me aposentar por invalidez, e minha doença é transtorno psicotico."

    transtorno psicotico
    Definições da Web
    Psicose é um quadro psicopatológico clássico, reconhecido pela psiquiatria, pela psicologia clínica e pela psicanálise como um estado psíquico no qual se verifica certa "perda de contato com a realidade". .
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_psicótico

    O DOENTE MENTAL E A CONVIVÊNCIA COM A SUA FAMÍLIA: NOTAS DA LITERATURA

    É tido como significado tradicional do termo psicose a perda do teste de realidade e comprometimento do funcionamento mental, expressos por delírios, alucinações, confusão e comprometimento da memória. Além desta conceituação pode se dizer que, na psicose, acontece comprometimento na convivência pessoal e social, caracterizado por retraimento e incapacidade para desempenhar os papéis domésticos e ocupacionais cotidianos. Outra manifestação é uma regressão do ego (KAPLAN et al, 2003).

    Para os mesmos autores, as alucinações - uma das características de transtornos psicóticos - são caracterizadas por comprometer o teste da realidade. Já os delírios, outra importante manifestação, podem ser definidos como “falsa crença baseada em interferência incorreta sobre a realidade externa, inconsciente com a inteligência em antecedentes culturais do paciente, que não pode ser corrigida pela argumentação” (p. 294).

    1 – As dificuldades do familiar na convivência com o doente mental

    Alguns entrevistados se reportaram a convivência cotidiana com o doente mental como geradora de dificuldades. Para os entrevistados, quando da agudização dos sintomas da psicose, a pessoa doente não conseguia ficar em casa e dar conta das atividades cotidianas, exigindo da família a disponibilidade de ir busca-la todas as vezes que saía de casa e de realizar as tarefas domésticas, como mostra as falas abaixo:

    “quando ela ficava bem fora ela só queria ficar fora de casa, só queria sair (...) quantas vezes fui buscar ela na rodoviária que ela fugia, trazia ela para casa e ela ia nos vizinhos (...) não fazia fazer almoço, janta, não se interessava em nada (...) quando dá as crises nela não tem vontade de as coisas” (E 1).

    “ela saía, ninguém via, saia pelos vizinhos, a gente tinha que sair atrás e ela não queria vir, queria ficar lá” (E 2).

    “(...) ela saía na rua, não comia, não se alimentava (...) quantas vezes ela saiu, isso antes, ia para a rua, saía, eu tinha que ir atrás, ia lá ‘mãe vem para casa’, tu acha que ela vinha, pegava pelo braço assim ‘vem mãe, vem para casa, vem comer, vem tomar banho’, queria ficar lá na esquina, lá ela ficava, ou ela saía não voltava, aí tu tinha que sair atrás, tu não imagina” (E 5).

    Outras situações são relatadas por alguns sujeitos do estudo quando colocam das mudanças de comportamento do doente mental com sintomatologia manifesta, de acordo com seus depoimentos:

    “(...) ele não dorme, caminha a noite inteira, daí ele sai para a rua, fica caminhando, deita, levanta (...) e vive se olhando no espelho e depois diz que eu fiquei botando as coisas no rosto dele (...) (E3).

    “(...) ela estava fora da realidade, fora da realidade, era muito difícil (...) sabe o que ela fazia, aquelas mortadela, presunto fatiado, ela atava, botava um negócio daqueles aqui (abdome) ou aqui (braços) ou aqui (coxas), um pão com manteiga em cima, em vez de comer, a gente contando não acredita, ou pegava um bife, em vez de fazer um bife atava ou no braço ou na perna, na barriga, a gente fala pensam que é invenção, isso ficou na mente. A comida, faziam rancho uma vez por mês, pegava pacotes de arroz, feijão, abria tudo, jogava no meio da rua, isso ficou na mente, farinha, açúcar, voava assim, vocês não imaginam o que era ela em crise” (E 5).

    “quando deu nele, esses terrenos tudo ele corria, ele enlouqueceu, corria por tudo, não dava para pegar ele, pulava de um terreno para o outro, não dava para pegar, dormia na capoeira, mato (...)” (E4).

    Considerando os depoimentos dos atores sociais do estudo, percebemos que há uma sobrecarga da família em especial diante da agudização dos sintomas. Fica evidente nas falas as mudanças de comportamentos dos doentes mentais, situação essa de difícil entendimento tanto para a família como para a sociedade em geral. Essas idéias são reforçadas por Oliveira & JORGE (1998, p. 381) quando afirmam que “o desgaste, tensões e conflitos causados por uma pessoa mentalmente perturbada constituem os maiores problemas que a família enfrenta. A imprevisibilidade do paciente é outra fonte de tensão em casa”.

    Por outro lado, o arrefecimento dos sintomas ao até mesmo a ausência dos mesmos torna a convivência familiar mais tranqüila. As manifestações abaixo denotam esses aspectos:

    “(...) a convivência é muito boa, é maravilhosa porque ela está bem hoje (...). A convivência hoje eu acho normal, uma convivência boa, hoje, isto o atual, o passado foi muito difícil, muito sofrido, vocês não imaginam a situação que foi” (E 5).

    O que se percebe no depoimento acima é que, na medida que a pessoa reduz sintomatologia, a convivência familiar fica muito próxima da normalidade cotidiana de qualquer família. Toda a mudança de comportamento, decorrente da psicose, mobiliza muito os familiares, até porque há um certo desconhecimento dos mesmo em relação ao que fazer e como cuidar de uma pessoa com tais características.
    https://revistas.ufg.br/fen/article/view/799/906

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    Rafael F Solano Segunda, 04 de julho de 2016, 22h59min

    Mães que quiseram matar filhos falam dos perigos da psicose pós-parto

    A psicose pós-parto, uma doença mental devastadora, mas pouco compreendida, afeta uma em cada 500 mães e pode resultar em suicídio ou mesmo em assassinato de bebês.

    O período que sucede o parto é o momento em que as mulheres estão mais propensas a doenças mentais, tais como depressão ou psicose. Mas há tratamento.

    A BBC entrevistou pessoas afetadas por esta doença que, muitas vezes, passa despercebida porque médicos e enfermeiras não estão preparados para identificar os sintomas ou porque, por medo do estigma, é escondida pelas mães.

    A maioria das mulheres com a psicose pós-parto não tem história familiar ou pessoal de doença mental, alertam os especialistas.
    'Estava cheia de vontade de matá-lo'

    Jo Lyall era uma dessas mulheres. Depois que seu segundo filho, Finlay, nasceu, Jo passou por um episódio assustador. Uma noite, poucos dias depois de deixar o hospital, ela esteve a ponto de estrangular o bebê:

    "Coloquei ele adormecido na cama ao meu lado, e meu cérebro simplesmente desligou", disse ela. "Era como se alguém tivesse desligado um interruptor na minha cabeça, e eu olhei para ele e estava cheia de vontade de matá-lo."

    "Eu coloquei minha mão em seu pescocinho, ainda não forte o suficiente para manter a própria cabeça, e comecei a apertar. Eu não queria machucá-lo. Sabia que não devia fazer isso, mas eu queria saber se era capaz".

    Jo sabia que algo estava errado, mas tinha medo de procurar ajuda, por pensar que perderia a guarda dos filhos.

    Sem tratamento, ela começou a planejar como matar a si e seus dois filhos.

    "Um dia, pensei em sufocar os garotos enquanto eles dormiam após o almoço", disse ela.

    "Tinha que ter certeza de que os meninos e o cachorro estariam mortos antes que eu tirasse minha própria vida, porque eu não podia arriscar que sobrevivessem sem mim", acrescentou.

    http://www.bbc.com/portuguese/videos_e_fotos/2012/08/120822_posparto_rp.shtml

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    Rafael F Solano Segunda, 04 de julho de 2016, 23h04min

    Quando ocorre um surto psicótico

    Um surto psicótico é caracterizado pela perda da noção de realidade e por uma desorganização do pensamento. Trata-se de um quadro preocupante, pois não sabemos qual será a evolução. Pode ser um surto psicótico breve (298.8 do DSM 4) indo até a esquizofrenia, um quadro mais grave. Pode também fazer parte de uma Depressão Psicótica.

    Muitas vezes a pessoa não tem sentimento de doença ou seja não percebe que está fora da sua normalidade e por isso recusa tratamentos: "Para que médico e remédio se eu não tenho nada?" Sintomas como desorientação temporal, confusão mental, idéias de perseguição (delírios), escuta de vozes (alucinações), alterações comportamentais como descuido da higiene, agressividade e sintomas clínicos como insônia, perda de apetite com perda de peso fazem parte deste quadro.

    Um sintoma muito importante seria a desconfiança; o paciente sente que os outros estão olhando para ele, falando dele, rindo dele ou planejanto algum mal contra ele. Paciente enxerga "ligações" entre as aparentes coincidências ou encontros que são interpretados como ameaças ou perseguição.

    Em alguns casos a internação se faz necessária, como quando a agressividade é intensa, a recusa ao tratamento ou o risco de suicídio. O internamento pode durar alguns dias, o tempo necessário para o paciente sair da crise e aderir ao tratamento. Muitas vezes tentamos evitá-la pois o tratamento funciona quando feito em casa, desde que haja adesão no que diz respeito ao uso dos medicamentos, com algum familiar se dispondo a administrar o medicamento, a despeito da recusa do paciente.

    Uma experiência freqüente é a consulta com familiares, que poderão ficar mais à vontade para descrever os sintomas, sem a presença do paciente, e a medicação ser administrada escondida em alimentos, sólidos ou líquidos ou até mesmo uma reunião familiar para insistir para que ele use os medicamentos que podem ser dados à noite. Isso funciona quando o paciente não é muito teimoso. Outras vezes o paciente aceita ir ao consultório, quando o médico pode minimizar o problema, dando o tratamento adequado e explicando que serve para insônia ou para o estresse, já que não é possível conscientizar o paciente sobre o seu transtorno nesta fase aguda.

    A abordagem de aconselhamento com o paciente na crise, quanto ao problema mental não funciona. O tratamento medicamentoso é fundamental. Quando passar a crise ele reconhecerá que não esteve bem. Geralmente conscientização na fase aguda não é possível.

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    90 comentários:

    João Fernando Conceição26 de agosto de 2015 06:10

    Achei muito interessante este material e identifiquei muitos "sintomas" que não conseguia entender com relação a minha esposa. Estamos juntos a 11 anos e desde o começo eu via que algumas atitudes dela não eram normais. A primeira coisa que me chamou a atenção foi o tratamento que ela tinha com seus pais, por exemplo. Era muita falta de respeito, educação, inclusive falar palavrões. Com o passar dos anos sempre tivemos muitas brigas, discussões e até separações, tudo por conta de desconfiança, acusações e ás vezes até agressões por parte dela. Ela achava que eu a traia, que os outros a tratavam mal, que a vizinha tinha ciúmes dela, que o dinheiro nunca chegava e uma infinidade de coisa, sem fundamento. Temos dois filhos gêmeos de 04 anos e a preocupação aumentou, ela constantemente bate neles e já disse até que " antes que vocês me deixem louca, eu mato vocês". Isto foi presenciado por outras pessoas. Chegamos no limite e eu só tenho uma saída, tentar um tratamento médico, mas a pergunta é, como convencê-la de que este é o melhor caminho? Se alguém puder me dar uma dica, agradeço.
    João

    http://fabiopsiquiatria2.blogspot.com.br/2013/10/quando-ocorre-um-surto-psicotico.html

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    Rafael F Solano Segunda, 04 de julho de 2016, 23h08min

    A FAMÍLIA DO PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL
    http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/08.pdf

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    Rafael F Solano Segunda, 04 de julho de 2016, 23h09min

    Quanto a seu questionamento: "uturamente eu me separar do meu marido, se ele pode pedir a guarda da criança, alegando que eu tenho curador e não tenho capacidade de cuidar do meu filho?"

    A questão não é vc ter um curador, mas ser portadora de transtorno psicotico, afinal, com risco de vc escapar da realidade (condição natural de sua doença) tudo pode acontecer com a criança!!!!!! O risco é enorme!!.