Tive um relacionamento de quase 3 anos.

O parceiro, na época, me traiu e terminou comigo, ficamos separados por 2 meses (nos quais eu fiquei sozinha e ele com outra pessoa).

Após esses 2 meses ele voltou comigo (largando a outra pessoa com quem teve um rápido relacionamento).

Durante mais 2 meses de relacionamento, a pessoa continuou me enganando.

A questão é que, por conta de todo o estresse causado, desenvolvi uma depressão severa e tive que iniciar uma terapia.

Por fim, o parceiro terminou a relação por mensagem, de maneira muito depreciativa, utilizando minha depressão como insulto, da seguinte maneira: "Só sinto pena de você, você é um poço de tristeza, estou vivendo um momento de vitórias e você está me atrapalhando".

Ele me disso isso tendo conhecimento do meu problema e sabendo que estava iniciando uma terapia.

Após isso, enfrentei problemas sérios de depressão, tentativas de suicídio, minha saúde ficou muito comprometida, gastei uma alta quantia com terapia e medicamento.

O problema para mim não foi o término, todos temos o direito de ficar com quem quisermos, o problema foi a falta de respeito e todo o transtorno causado à minha pessoa.

Mesmo que não tenha me casado com ele, poderia entrar com processo de danos morais e reaver a quantia gasta com o tratamento para depressão? Se sim, que tipo de provas preciso para entrar com esse processo?

Respostas

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    Hen_BH Sexta, 22 de julho de 2016, 17h24min

    Ressarcimento da quantia gasta com a terapia, nessa situação, é praticamente impossível. Isso porque deve ficar comprovado (ônus seu) de que há um nexo entre a depressão desenvolvida e a conduta do ex. Não basta alegar que ficou deprimida por conta da situação. Houve a traição. Há a depressão. Mas...como provar o nexo entre uma e outra? Ao alegar que a traição gerou depressão, e em razão disso você teve gastos, você está dizendo que sofreu danos materiais. E esses, para serem indenizáveis, devem ser cabalmente comprovados por quem os alega. Caso contrário, o juiz pode entender que o que está em discussão seria vingança (e não estou dizendo que seja). Ainda mais que, a par de saber que as traições continuaram, parece não ter tomado providências.

    Mesmo um laudo médico dificilmente conseguiria vincular a existência da depressão com a traição, uma vez que ela (depressão) pode ser desencadeada por múltiplos fatores.

    Já os danos morais, em tese, poderiam ser mais factíveis em razão das expressões vexatórias proferidas quando do término do relacionamento. Mas, que fique claro, os danos morais, acaso existentes, não se confundem com indenização por gastos com tratamento/medicamentos.

    De todo modo, nada impede que você se socorra ao Poder Judiciário, caso entenda ter o direito.

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    Desconhecido Sexta, 22 de julho de 2016, 17h48min

    Entendido! Muito obrigada pelo esclarecimento!

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    Rafael F Solano Sexta, 22 de julho de 2016, 20h37min

    "Ele me disso isso tendo conhecimento do meu problema e sabendo que estava iniciando uma terapia."

    Mesmo tendo reatado o relacionamento vc já tinha o problema e estava iniciando tratamento, quer dizer, o problema se originou de vc, não foi causado por terceiros. Fosse o namorado outra pessoa, a tendência a que vc desencadeasse a dita enfermidade seria o mesmo, não foi esse ou aquele que lhe causou o dano, mas sua propria natureza.

    Se socorra na terapia e pegue as dicas de seu terapeuta, ninguém pode definir como seu emocional deve reagir, isso é decisão sua.

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    Desconhecido Sábado, 23 de julho de 2016, 2h09min

    Bom, Rafael, não entrei muito em detalhes e tentei relatar o caso de modo sucinto, mas o comportamento dessa pessoa foi de extrema falta de caráter.

    Compreendo que terceiros não têm absolutamente culpa nenhuma de minha depressão. No entanto, nunca antes desse relacionamento apresentei quadros depressivos. Iniciei a terapia 3 semanas antes do término definitivo. Creio que pode ter agravado ou desencadeado o problema, não que seja a origem.

    Eu entendo que ninguém é obrigado a ficar em uma relação na qual não está feliz, muito menos ter que suportar uma pessoa com depressão, pois nem todos tem psicológico pra isso.

    O problema foi a completa falta de respeito, de honestidade e de noção como fui tratada. Se você sabe que alguém quer se matar, por exemplo, você não deve depreciar essa pessoa porque isso pode incentivá-la a tal ato.

    Eu não fui a primeira, talvez nem serei a última. Creio que se essa pessoa tivesse algum tipo de prejuízo, pode ser que aprendesse alguma lição e parasse de tratar as pessoas (inclusive parceiras) dessa forma.

    De acordo com as respostas, entendo também que isso não é algo para ser resolvido em âmbito jurídico, então não iniciarei nenhum processo. Apenas irei continuar meu tratamento para meu bem-estar, como tenho feito até o momento.

    Agradeço pela resposta e pelos conselhos!

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    Rafael F Solano Sábado, 23 de julho de 2016, 12h01min

    Ele não é profissional da área de saude para ser obrigado a mesmo acreditar em sua enfermidade, sequer reconhecer que ela existe, portanto, se ele não acredita no sincero desejo de se matar (é um direito dele duvidar que alguém realmente deseje isso) não se pode exigir que tivesse cuidados especiais no modo de se dirigir a vc.

    É claro que vc tem todo o direito de se incomodar, mas deve tmb buscar ampliar sua percepção das coisas do mundo, cada pessoa é um universo distinto do outro, elas são o que são, não o que desejamos que sejam. Fazer o que?!!!

    Felicidades a vc!!

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    Desconhecido Sábado, 23 de julho de 2016, 12h48min

    Sim, vendo por esse ângulo eu concordo, apesar de ainda achar que as pessoas deveriam sentir mais empatia pelo outro.
    É como disse, "fazer o quê".
    Felicidades também!