Este texto foi publicado no Jus no endereço https://jus.com.br/artigos/100991
Para ver outras publicações como esta, acesse https://jus.com.br

A importância do tribuno do júri aprender a observar a comunicação não verbal dos jurados.

A importância do tribuno do júri aprender a observar a comunicação não verbal dos jurados.

Publicado em .

Nos crimes de competência do tribunal do júri, a atenção do tribuno deve estar em 07 pessoas escolhidas entre a população e sorteadas para julgarem o caso.

Pelo Código de Processo Penal Brasileiro, são denominados de jurados. Estes enfrentam intensos desafios ao avaliar um caso em tribunal, incluindo, ter que em pouco tempo entender o crime e sua dinâmica, analisar as provas, ouvir depoimento de testemunhas, ponderar os méritos dos argumentos dos tribunos, etc. Tendo que consumir quantidades substanciais de informações, não poucas as vezes complexas e conflitantes.

A comunicação deles é não verbal (por exemplo, expressão facial e pequenos gestos), lembrando que o jurado pode fazer perguntas ao ofendido e às testemunhas, mas sempre por intermédio do Juiz Presidente.

Sendo os 07 (sete) jurados essenciais para um julgamento justo, conforme compromissado na forma do art. 472 do Código de Processo Penal.

E o tribuno do júri precisa dominar a arte de ler as pessoas através da comunicação não verbal. Ora, é de extrema importância saber observar quais as expressões e outros comportamentos não verbais quando por exemplo, testemunhas são ouvidas ou quando os debates começam.

Com isso o tribuno pode dar mais atenção aquele que está demonstrando ser mais receptivo a tese da parte contrária.

Não diferente, o tribuno necessita ter a noção de que está sendo constantemente observado pelos julgadores. Devendo ter cuidado, não só com a fala, mas também com o comportamento não verbal, pois um movimento errado, pode ser visto pelo jurado como enganoso.

Ficar atendo, por exemplo a reação dos jurados durante o depoimento de testemunha, vítimas e acusados que são confrontados; Bem como qual a reação desses durante a oitiva de pessoas calmas, histéricas, queixosas, tristes, etc.

Como resultado, por exemplo, se um(s) do(s) jurado(s) por sinais não verbais, demonstrar(em) mais atenção com testemunhos emocionalmente envolventes. Pode-se anotar esse(s) como sendo mais sensíveis a uma peroração mais emocional e persuasiva, procurando durante os debates trazer a memória daquele(s) jurado(s) o depoimento ao qual fora(m) mais receptivo.

Portanto, deve o tribuno ficar atento as expressões faciais, pois essas em particular, fornecem informações valiosas sobre a experiência emocional de uma pessoa.

Ser capaz de interpretar uma expressão facial e pequenos gestos é algo que pode ser praticado pelo tribuno diariamente, seja em ambientes públicos, em palestras ou reunião de amigos. O exercício de deduzir como a pessoa realmente se sente é um processo que irá ajudar o tribuno do júri.

Observar e aprender a arte do comportamento não verbal dos outros é essencial para o tribuno do júri. Além de ajudar a detectar comportamentos de enganos e mentiras.

O segredo para o aprendizado dessa arte é o exercício de observar pessoas e seus comportamentos não verbais. Observar e concluir se a pessoa apresenta sinais de confiança, conforto, tensão, nervosismo, simpatia, falsidade, irritação, cansaço, julgamento, agressividade, receptividade, etc.


Autor


Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelo autor. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi.