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O que é política, afinal?

O que é política, afinal?

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Penso, logo voto.

Comumente se diz que política é a arte de governar, e está também relacionada à nossa capacidade de fazer escolhas a partir dos conceitos que temos das coisas que nos cercam, ou ainda, das coisas que nos são impostas pela própria condição que a política nos apresenta.
 Porque a política está diretamente relacionada à vida em sociedade, no sentido de que cada pessoa possa expressar suas ideias, diferenças, escolhas e conflitos sem, contudo, criar um caos social.
O ideal seria que ao fazer suas escolhas nenhum cidadão pudesse com isso prejudicar as escolhas do outro. Daí se afirmar que o surgimento da política aconteceu para assegurar uma determinada estabilidade social. Depois, historicamente, essa estabilidade se desenvolveu como “status” e, por fim, solidificou-se como Estado.
 No entanto, a origem vem do grego antigo politéia que significa tudo aquilo que é relativo ao cidadão e ao Estado: de, para, ou relacionado a grupos que integram a polis e que, por sua vez, designa tudo àquilo que é público e pertencente à cidade.
 Diz-se ainda que a palavra política decorre da união de duas palavras gregas polis, que significa cidade, e tikós, que significa boa coisa pública – boa no sentido de ética pública. A partir dessa conjunção etimológica é que se pode dizer que, quando se fala de política, fala-se automaticamente em relação de poder.
O Poder Popular, conforme a Constituição Federal de 1988, artigo 1°, parágrafo único, emana do povo e em um processo de escolha é atribuído a algumas pessoas, que em seu nome o representa, para cuidar das coisas públicas.
 Portanto, o poder legitimamente emana do povo e a ele deve se dirigir visando às coisas públicas, dos Estados da Federação, do país e de todos os cidadãos.
 Nesse sentido, política refere-se a tudo aquilo que diz respeito ao espaço público, à organização, direção e administração da Nação ou do Estado, tendo por finalidade o exercício do poder público para a coisa pública.
 Para Aristóteles, um dos maiores filósofos da Grécia clássica, a política é a ciência que tem por objetivo trazer felicidade ao homem e divide-se em ética e em política propriamente dita. No sentido ético, a política deve trazer felicidade ao cidadão/individuo, habitante da polis; em termos políticos, essa felicidade seria atribuída a toda coletividade, ao bem-estar da polis.
 Em suma, pode-se dizer que a Política é o exercício ético do poder, da organização, gerenciamento da coisa pública em razão do “bem público”, da felicidade individual e coletiva dos habitantes do Estado e da Nação.
 Sendo assim, perguntemo-nos: quem terá essas qualidades na eleição nacional de 2018?
Quem tem noção e compromisso efetivo com as pautas da saúde e da educação pública?
Quem seria capaz de desenvolver a economia, gerar empregos, mas sem retirar ainda mais direitos dos trabalhadores?
Quem tem um programa de recuperação do bem-estar, sem aniquilar o meio ambiente?
Quem prefere distribuir renda a liberar a venda de armas de fogo?
Quem defende as minorias, especialmente os pobres, as mulheres e os negros?
Quem sabe que, sem bem-estar e gestão pública (não privada) do dinheiro do povo, não se enfrenta a violência social?
Descubra e vote nesta(s) pessoa(s).
 Vinício Carrilho Martinez (Dr.)
Professor Associado da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar/DEd


Autor

  • Vinício Carrilho Martinez

    Pós-Doutor em Ciência Política e em Direito. Coordenador do Curso de Licenciatura em Pedagogia, da UFSCar. Professor Associado II da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Departamento de Educação- Ded/CECH. Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade/PPGCTS/UFSCar Head of BRaS Research Group – Constitucional Studies and BRaS Academic Committee Member. Advogado (OAB/108390).

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