STJ admite prestação de contas para fiscalização de pensão alimentícia

Família - Alimentos

31/07/2020 às 11:41
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A 3ª turma do STJ entendeu que é possível a prestação de contas para fiscalização da pensão alimentícia, pois a guarda unilateral de um dos genitores obriga o outro a supervisionar os interesses dos filhos, sendo parte legítima para exigir contas.

RECURSO ESPECIAL Nº 1.637.378 - DF (2016/0144664-9)

RELATOR : MINISTRO RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA

RECORRENTE : O D DE A

ADVOGADO : MANOEL LOPES CANÇADO SOBRINHO - DF014131 RECORRIDO : C M C

ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS -

SE000000M EMENTA

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. DEVEDOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. CRÉDITO. INEXISTÊNCIA. ADMINISTRAÇÃO. VALORES. GUARDA. EXCLUSIVIDADE. IRREPETIBILIDADE. UTILIDADE. AUSÊNCIA. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. A ação de prestação de contas tem a finalidade de declarar a existência de um crédito ou débito entre as partes. 3. Nas obrigações alimentares, não há saldo a ser apurado em favor do alimentante, porquanto, cumprida a obrigação, não há repetição de valores. 4. A ação de prestação de contas proposta pelo alimentante é via inadequada para fiscalização do uso de recursos transmitidos ao alimentando por não gerar crédito em seu favor e não representar utilidade jurídica. 5. O alimentante não possui interesse processual em exigir contas da detentora da guarda do alimentando porque, uma vez cumprida a obrigação, a verba não mais compõe o seu patrimônio, remanescendo a possibilidade de discussão do montante em juízo com ampla instrução probatória. 6. Recurso especial não provido. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Terceira Turma, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a) Relator(a). Os Srs. Ministros Marco Aurélio Bellizze, Moura Ribeiro (Presidente) e Paulo de Tarso Sanseverino votaram com o Sr. Ministro Relator. Impedida a Sra. Ministra Nancy Andrighi. Brasília (DF), 19 de fevereiro de 2019(Data do Julgamento) Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA Relator

Sobre o autor
Rodrigo Ramos

Advogado. Colaborador na Defensoria Pública do Distrito Federal desde dezembro de 2018. Membro do International Center for Criminal Studies - ICCS. Autor de artigos Jurídicos. Possui artigos publicados em páginas de conteúdo jurídico nas áreas do Direito Público. Correspondente Jurídico em Brasília e região. Contatos: E-mail: [email protected] telefone: (61) 9 9514-0607.

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