Não deu para o Vira-Lata simpático: o símbolo é mesmo o Lobo-Guará, essa bela espécie do nosso cerrado mineiro tão amaçada pela ação do homem.
Fato é que a cédula de R$ 200,00, que tanto gerou repercussões, agora faz parte do arsenal de opções do dinheiro tangível, já tão obsoleto e fadado ao desaparecimento ante a virtualização monetária.
Em que pese essa tendência mundial, o argumento trazido pelo Banco Central para embasar a criação da sétima cédula da família real vai de encontro à era digital: trata-se do aumento da demanda por dinheiro físico na pandemia.
Segundo o Bacen, soma-se, a essa necessidade alta de injeção monetária num curto período de tempo, o dispêndio com a crise, a exemplo do Auxílio Emergencial, que, ressalte-se, seguirá até dezembro, com valor de trezentos reais.
Toda novidade enseja discussão, sobremaneira quando se trata de políticas monetárias, de modo que acompanhamos ação movida no STF com alegação de inconstitucionalidade da nova nota, ao argumento de que ela facilitaria a atuação da criminalidade ao viabilizar maior movimentação de dinheiro em espécie.
Em síntese, o objetivo da nova cédula seria trazer segurança diante da crise e, de quebra, imprimir, ao cidadão, uma mensagem de robustez em meio ao caos, tendo em vista que o ser humano, inclusive (sobretudo) financeiramente, se move por estímulos psicológicos. Que a nova cédula, então, simbolize novos tempos para a economia brasileira, tão sofrida e ameaçada como o animal que, acertadamente, a representa.
Veja fotos em https://www.bcb.gov.br/cedulasemoedas/notadeduzentos. Acesso em 2. set. 2020.