AUMENTA O NÚMERO DE RECUPERANDAS QUE APRESENTAM PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO A PLANOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL JÁ EM CURSO

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Nos últimos tempos, constatou-se um aumento no número de Recuperandas que apresentaram propostas de modificativo ao Plano de Recuperação Judicial, já aprovado em Assembleia de Credores.

Em comum, todas as Recuperandas justificam a necessidade de aditamento ao Plano de Recuperação Judicial (PRJ) em razão de situações, supervenientes à aprovação do plano, causadoras de desequilíbrio econômico-financeiro.

Recentemente, a construtora PDG propôs um acréscimo ao PRJ, a fim de readequar somente o pagamento dos credores trabalhistas, preservando as condições dos demais.

A motivação desta readequação se deve ao exponencial aumento de habilitações retardatárias apresentadas por credores desta classe, desequilibrando as condições econômico-financeiras propostas pela Recuperanda, quando da apresentação do plano.

Outra Recuperanda que, recentemente, pleiteou o aditamento de seu PRJ, já aprovado em Assembleia de Credores, foi a Livraria Cultura. Esta, entretanto, não logrou êxito junto aos seus credores em aprovar a emenda.

A livraria, agora, deverá comprovar o integral cumprimento das obrigações previstas no plano original vencidas até o momento, sob pena de convolação em falência, conforme prevê a decisão judicial proferida no último dia 18.

A RJ da OI, uma das maiores recuperações judiciais já processadas na América Latina, também necessitou calibrar seu PRJ no decurso de seu processo recuperacional.

Apesar de a recuperação judicial da operadora Oi apresentar resultados positivos (com a amortização da dívida de R$ 65 bi e 50 mil acordos), impactada pela pandemia, a empresa enfrentou o desafio de rever acordos e obrigações contratuais através de aditamento ao plano.

No último dia 8, o Grupo Oi aprovou, em Assembleia Geral de Credores realizada virtualmente, aditamento ao seu plano.

Um dos objetivos do aditamento ao PRJ é melhorar a condição de pagamento atualmente vigente, especialmente para credores detentores de pequenos créditos.

O Aditamento aguarda homologação pelo Juízo da 7ª Vara Empresarial da comarca da Capital do estado do Rio de Janeiro.

Sobre os autores
Centro de Mulheres na Reestruturação Empresarial

O Centro de Mulheres na Reestruturação Empresarial visa a promover eventos, discussões e conteúdo jurídico de qualidade vinculados à área de reestruturação de empresas.

Mariana Albuquerque Negri

Advogada e Consultora Jurídica Executiva do Grupo Oi. Membro da Comissão de Direito Empresarial da OAB/RJ. Membro do CMR – Centro de Mulheres na Reestruturação Empresarial. Graduada pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Especialista em Direito Processual Civil pela UCAM (Universidade Cândido Mendes). MBA em Gestão de Serviços pela ESPM.

Ana Cristina Cansian Kochinski

Advogada na Brasil Trustee. Membro da Comissão de Direito Empresarial da OAB/PR. Diretora Administrativa do CMR – Centro de Mulheres na Reestruturação Empresarial. Graduada em Administração de Empresas e Direito pela FAE (Centro Universitário Franciscano do Paraná). Cursa LL.M em Direito Empresarial pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

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