Mobilidade urbana – como a locação de veículos gerou impactos econômicos significativos para o país

11/11/2024 às 11:26
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O setor de locação de veículos no Brasil tem mostrado um crescimento significativo nos últimos anos, especialmente durante e após a pandemia do COVID-19, um fenômeno que refletiu não apenas no faturamento das locadoras, mas também na estrutura da economia nacional.

Segundo o Anuário da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), em 2022 o faturamento bruto das locadoras atingiu R$ 36,8 bilhões, evidenciando um crescimento de 56,6% em relação a 2021 e um expressivo salto de 109,0% em comparação a 2020. Esses números indicam um movimento de recuperação e expansão no setor, impulsionado pela demanda crescente de veículos para o setor corporativo e o aumento da procura por veículos como alternativa à compra.

Esse expressivo avanço evidencia a relevância crescente das locadoras de automóveis no país, tanto em termos econômicos quanto sociais.

Importante mencionar que a indústria de locação tem se engajado em ações sustentáveis para reduzir as emissões de carbono, contribuindo para mitigar o aquecimento global. Diversas iniciativas ambientais vêm sendo implementadas para evitar que o aumento da temperatura global ultrapasse 1,5 °C até 2030, meta estabelecida por acordos internacionais.

Entre as estratégias adotadas, destacam-se a introdução de veículos elétricos na frota e o incentivo ao uso de automóveis com menores índices de emissão de poluentes, além da possibilidade da Neutralização de carbono que garante a compensação de 100% dos gases de efeito estufa emitidos pelos veículos, aderindo ao que conhecemos hoje como compensação e créditos de carbono para frotas, reforçando o papel das locadoras na promoção de uma mobilidade mais verde e sustentável.

Esse crescimento também pode ser analisado a partir de outros indicadores, como o aumento na frota das locadoras e o impacto na geração de empregos. A frota de veículos das locadoras brasileiras alcançou cerca de 1 milhão de unidades em 2022, um crescimento substancial em comparação aos anos anteriores, o que sugere um maior investimento das empresas para atender à demanda de curto e longo prazo. Esse incremento na frota sofreu implicações diretas no mercado automotivo, sendo que as locadoras passaram a representar um dos principais compradores de veículos novos no país.

Com base nos atuais indicadores, verificou-se que aproximadamente 40% das compras de carros zero quilômetro, de determinadas montadoras ou marcas, é proveniente, principalmente, das empresas Locadoras de veículos.

Importante mencionar que o mercado automotivo brasileiro registrou um crescimento significativo em agosto de 2024, com a venda de 223.196 veículos, um aumento de 20,28% em relação ao mesmo mês de 2023

Ato contínuo, além do crescimento da frota, o setor contribuiu significativamente, tanto indireta quanto indiretamente, para a geração de empregos. De acordo com dados do setor, as locadoras empregam diretamente mais de 90 mil pessoas e indiretamente cerca de 300 mil, abrangendo áreas como manutenção, logística, atendimento e tecnologia da informação.

De forma indireta, levando em consideração tanto empresas locadoras de automóveis quanto locadoras de motocicletas, que contribuíram de forma a possibilitar o aluguel destes veículos garantindo, assim, a possibilidade de geração de empregos de forma autônoma como motoristas de aplicativos ou serviços de entregas, as famosas “corridas”.

O consumo de serviços de locação de veículos também impulsionou o turismo doméstico, especialmente no cenário pós pandemia.

À medida que as restrições de mobilidade foram reduzidas, verificou-se o impulsionamento do setor de aluguel de veículos para viagens em território nacional.

 Ato contínuo, o movimento de turismo rodoviário gerou um aumento na ocupação de hotéis e na frequência de visitantes em locais turísticos, beneficiando diversos setores como locação de imóveis, alimentação, entretenimento e cultura, dando margem para o desenvolvimento de atividades econômicas em diferentes regiões do país.

Considerações finais

O crescimento das locadoras de veículos no Brasil reflete a adaptação das empresas às mudanças econômicas e comportamentais do consumidor, que tem optado pelo uso temporário ao invés da propriedade efetiva de um automóvel.

O fortalecimento desse setor não apenas contribuiu para o PIB do país, mas também foi capaz de colaborar para diminuir o índice de desemprego, fomentar o turismo e beneficiar a indústria automotiva.

A expectativa para os próximos anos é de que o setor continue a crescer e a se adaptar, incorporando iniciativas sustentáveis e novas tecnologias, como veículos elétricos, que não apenas atendem à demanda dos consumidores por inovação, mas também impactam positivamente o meio ambiente e reforçam o compromisso do setor com um desenvolvimento econômico sustentável.

 Referências técnicas

https://www.abla.com.br/home

https://portal.fgv.br/artigos/aumento-locacoes-veiculos-brasil#:~:text=Segundo%20o%20anu%C3%A1rio%20da%20Associa%C3%A7%C3%A3o,109%2C0%25%20sobre%202020.

https://automotivebusiness.com.br/pt/posts/mobility-now/plantio-de-mudas-carros-eletricos-e-creditos-de-carbono-locadoras-avancam-na-sustentabilidade/#:~:text=No%20Brasil%2C%20as%20locadoras%20de,estipulada%20pela%20maioria%20dos%20pa%C3%ADses.

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https://www.localiza.com/brasil/pt-br/adicionais/neutralizacao-de-carbono

 

 

Sobre a autora
Lilian Mara da Costa

Coordenadora Mobilidade Urbana - Mac Antunes advogados associados - Advogada Cível e Contratos, com experiência em Supervisão de equipe e gestão de pessoas. Graduada em Direito pela Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete/MG (2009); Curso de Especialização em Direito Processual Pela Pontifícia Universidade Católica – PUC/MG (2013); Especialização em Direito Empresarial Societário pela Escola Brasileira de Direito - EBRADI - Curso de Especialização em Direito do Consumidor voltado para a área Empresarial pelo Instituto Legislativo Brasileiro – ILB (Senado Federal) – Gestão de pessoas e processos/Contabilidade básica empresarial – KPMG - Klynveld, Peat, Marwick & Goerdeler (2010). Gestão de Contencioso 4.0 e CLM Gestão de Contratos pela Future Law.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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