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Ação de indenização por danos morais (Corte indevido de energia)

Agenda 19/06/2024 às 10:35

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE] – [ESTADO]

[NOME DO AUTOR], nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº [número], inscrito no CPF/MF sob o nº [número], residente e domiciliado à [endereço completo], por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional situado à [endereço do advogado], onde recebe intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

(CORTE INDEVIDO DE ENERGIA)

em face de [NOME DA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede à [endereço da empresa], pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

01. DOS FATOS

O Autor é consumidor regular dos serviços de fornecimento de energia elétrica prestados pela Ré, estando cadastrado sob a Unidade Consumidora nº [número da unidade consumidora].

Em [data do corte], o Autor teve o fornecimento de energia elétrica interrompido pela Ré, sem qualquer aviso prévio e de forma totalmente arbitrária, mesmo estando com todas as contas de energia devidamente pagas e em dia.

A interrupção indevida do serviço essencial de energia elétrica causou ao Autor diversos transtornos, tais como a perda de alimentos perecíveis, o impedimento do uso de eletrodomésticos e eletrônicos essenciais, além de considerável abalo psicológico e emocional.

02. DO DIREITO E DO DANO MORAL

O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), em seu artigo 22, dispõe que os serviços essenciais devem ser fornecidos de forma contínua, sendo vedada a interrupção injustificada. A legislação protege o consumidor contra a suspensão arbitrária e ilegal dos serviços contratados.

A interrupção do fornecimento de energia elétrica sem justificativa válida configura ato ilícito, gerando o dever de indenizar. O dano moral, neste caso, é evidente, decorrendo do abalo psicológico e emocional sofrido pelo Autor, que se viu privado de um serviço essencial à sua rotina diária.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é pacífica ao reconhecer que a suspensão indevida do fornecimento de energia elétrica enseja a reparação por danos morais, tendo em vista a essencialidade do serviço.

Dessa forma, é imperioso que a Ré seja condenada ao pagamento de indenização por danos morais, em valor R$................. ou outro a ser arbitrado por Vossa Excelência, a fim de compensar o Autor pelo sofrimento experimentado e desestimular práticas semelhantes por parte da Ré.

SUGESTÃO DE JURISPRUDÊNCIA:

DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZATÓRIA. CORTE INDEVIDO DE ENERGIA. AUSÊNCIA DE CONTAS PENDENTES. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA.

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Autora que sustenta que, apesar de não haver contas pendentes para pagamento, a ré, em 12.01.17, sem qualquer justificativa prévia, suspendeu o fornecimento de energia de sua residência, isto por 24 horas. Destaca que compareceu a agência da ré para solucionar o problema, não logrando êxito, pelo que permaneceu sem luz, de forma indevida, por mais 10 dias, somente obtendo o retorno da energia através de deferimento de antecipação de tutela em juízo. 1. A relação jurídica estabelecida entre as partes é de consumo, visto que o fornecimento de energia elétrica se amolda ao conceito legal de serviço disciplinado no art. 3º, § 2º, do CDC. Neste sentido é a Súmula 254 deste Tribunal de Justiça 2. Prova carreada aos autos que demonstra o corte indevido de energia por parte da ré, sobretudo pelos comprovantes de contas pagas às fls. 24/28 e 43, relativos aos meses de outubro a dezembro de 2016 e janeiro de 2017, bem como pelo protocolo de atendimento junto à Light, isto aos 13.01.2017. 3. Parte ré que, ao contrário, em nenhum momento, logrou comprovar o alegado na peça contestatória, no sentido da inadimplência da demandada. 5. Transtornos suportados pela autora que ultrapassam o mero aborrecimento, com violação da boa-fé e confiança, restando configurado o dano moral. 6. Quantum indenizatório fixado em R$10.000,00 que bem observou os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, sobretudo porque teve a autora a interrupção dos serviços por mais de uma vez, sendo uma delas por nada menos que 10 dias. 7.Desprovimento do apelo. (TJ-RJ - APL: 00024993220178190203 RIO DE JANEIRO JACAREPAGUA REGIONAL 7 VARA CIVEL, Relator: Des (a). FERNANDO FOCH DE LEMOS ARIGONY DA SILVA, Data de Julgamento: 31/10/2018, TERCEIRA CÂMARA CÍVEL)

03. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) A citação da Ré, no endereço fornecido, para que, querendo, apresente contestação, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;

b) A condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência, não inferior a R$ [valor dos danos morais];

c) A inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor;

d) A condenação da Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação.

e). A concessão do benefício da justiça gratuita, nos termos do artigo 98 do CPC.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a documental e testemunhal.

Dá-se à causa o valor de R$ [valor da causa].

Pede e espera deferimento.

Fortaleza - CE, 18 de junho de 2024

JORGE HENRIQUE SOUSA FROTA

OAB/CE nº 32.626

Sobre o autor
Jorge Henrique Sousa Frota

Advogado e Mentor de alunos que querem prestar o exame da ordem.Jorge Henrique Sousa Frota é natural de Nova Russas – CE. É formado em Direito pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Possui especialização em Direito Tributário, Direito Constitucional Aplicado, Direito Administrativo, Neuroeducação e Neuroaprendizagem. Além de professor, o autor é advogado, com inscrição na seccional cearense – OAB/CE: n° 32.626. Escreveu os seguintes livros: 01. EXAME DA ORDEM DE FORMA OBJETIVA - 1ª FASE: O QUE ESTUDAR E COMO ESTUDAR. 02. MANDADO DE SEGURANÇA: PERGUNTAS E RESPOSTAS. 03. MANUAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO PARA O EXAME DA ORDEM - PARTE 01: CONCEITOS. 04. MANUAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO PARA O EXAME DA ORDEM - PARTE 02: QUESTÕES COMENTADAS. 05. MANUAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO PARA O EXAME DA ORDEM - PARTE 03: PEÇAS JURÍDICAS. Dentre outros.

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