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Magistério jurídico:

a importância da capacitação do docente frente à crise do ensino jurídico no Brasil

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Agenda 15/10/2014 às 12:22

CONSIDERAÇOES FINAIS

Ao final do estudo sobre o magistério jurídico no Brasil, é possível realizar algumas considerações.

Em consonância com os aspectos destacados brevemente neste trabalho, pode-se perceber que um número excessivo de faculdades ofertando cursos jurídicos aliados a um método unilateral de ensino onde o aluno é apenas um sujeito passivo e com a ideologia de que especialistas ou profissionais bem sucedidos sem capacitação didático-pedagógica são aptos a produzirem resultados inovadores sobre antigas concepções jurídicas desenvolvendo projetos de ensino satisfatórios para contribuição do discente jurídico, demonstram a nosso ver, que os efeitos danosos deste tipo do ensino jurídico, facilmente são visualizados, por exemplo, a aprendizagem baseada apenas em leis, a falta de correlação com estudo em outras áreas a carência do estudo, pesquisa e extensão e especialmente baixo índice de aprovação no exame da Ordem dos Advogados.

Diante disso, é certo afirmar que ao docente é indispensável saberes e conhecimentos científicos, pedagógicos, educacionais, competência do conhecimento, consciência politica inclusive, sensibilidade ética para enfrentar criticamente as situações práticas sociais do ato de ensinar. Afinal, para alcançar os objetivos educacionais propostos para formação humana e jurídica do discente do curso de Direito é imprescindível que o docente possua conhecimentos e praticas que ultrapassem a sua especialidade.

É imperativo reconhecer que o aumento da demanda e o numero de vagas oferecidas os novos discentes possuem peculiaridades sociais, culturais, econômicas que influenciam no aspecto da qualidade profissional do docente inserido neste universo. Sendo também necessário declarar, a importância do investimento no desenvolvimento profissional do docente superior, a busca em um aprimoramento da sua formação inicial com qualidade pessoal e profissional.  E, consequentemente torna-se evidente a criação de propostas educacionais que valorizam uma formação contrária à racionalidade técnica, com meros executores de decisões alheias.

Em linha conclusiva, se observou ao longo do trabalho, que a maioria dos professores universitários que trabalham em faculdades privadas, não recebe qualquer incentivo a pesquisa ou para a vivência acadêmica. Logo, torna-se justificável a transmissão de conhecimento como uma mera distribuição de saber, resultando não apenas no trabalho sobre um conteúdo qualquer sem a utilização de uma metodologia especifica.

Conclui-se, portanto, que a carreira do profissional docente requer uma formação continuada com vistas a fornecer ao profissional do ensino superior novas capacitações próprias e especificas não restrita a um diploma de bacharelado, mestre ou doutor, senão de uma competência pedagógica capaz de desempenhar sua tarefa de forma contextualizada, promovendo o desenvolvimento humano, social e politico do país. Sendo, pois, imprescindível que este profissional deve investir em sua formação pedagógica com o proposito de melhorar o processo de ensino-aprendizagem unindo os conhecimentos específicos de sua área a conhecimentos pedagógicos, e assim formar educandos como sujeitos críticos, autônomos, participativos, justos, conscientes e responsáveis por modificar, com o seu trabalho, a sociedade em que irão atuar.


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Sobre a autora
Érica Lima Naziazeno

Advogada, Especialista em Direito do Trabalho. Docente, Licenciada em Filosofia e Pós Graduada em Docência do Ensino Superior.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

NAZIAZENO, Érica Lima. Magistério jurídico:: a importância da capacitação do docente frente à crise do ensino jurídico no Brasil. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 19, n. 4123, 15 out. 2014. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/29797. Acesso em: 23 dez. 2024.

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