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Alemanha no centro do mundo

Agenda 05/08/2014 às 16:22

O destino do planeta por estar novamente nas mãos dos alemães.

Um amigo me mandou este link há alguns dias pelo Facebook:

http://www.hangthebankers.com/germany-looking-to-join-the-brics/

O texto afirma que a Alemanha estaria se preparando para abandonar a OTAN e se juntar aos BRICS. Se isto for verdade, há várias consequencias possíveis.

A primeira e mais evidente é o esfacelamento da OTAN na Europa à medida que a Alemanha arraste consigo outros membros da entidade para uma Nova Ordem Mundial. A segundo conseqüência possível é o fortalecimento da nova instituição bancária criada pelos BRICS encerrando o desequilíbrio crônico e perverso em favor da especulação financeira em detrimento da economia real patrocinada pelos EUA e pelo FMI. A terceira será a evidente criação de novas oportunidades em todos aqueles países que foram devastados pelas crises econômicas deliberadamente provocadas pelos ajustes exigidos pelo FMI para lhes emprestar dinheiro.

A quarta conseqüência da adesão da Alemanha aos BRICS com o abandono da OTAN, não tão evidente e possivelmente mais demorada, será o começo do fim do império de bases militares norte-americanas. Mas isto só ocorrerá depois dos EUA esgotarem completamente as economias do país para tentar manter sua hegemonia planetária. De qualquer maneira, a defecção alemã da OTAN certamente inviabilizará quais planos de guerra que os EUA tenham de ampliar a guerra na Ucrânia ou mesmo atacar a Rússia caso Putin envie tropas para combater o regime nazista de Kiev.

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Uma colega que diz ser de Varsóvia postou no Facebook o seguinte comentário:

“Hell, this may even expunge Germany's karma for its Nazi past...”

Onde quer que a comentarista esteja, a razão está com ela nesta questão. A Alemanha volta a ser o centro do mundo, mas de uma maneira bem diferente daquela pretendida pelos nazistas. O país que fez a Europa mergulhar em duas guerras mundiais talvez esteja predestinado a impedir que o planeta rume para uma III Guerra Mundial planejada pelos malucos que dão as cartas no Pentágono.

Se a Alemanha realmente seguir neste curso, em breve os EUA ficará  apenas em companhia de Inglaterra, Israel, Canadá e México. Mas a Inglaterra cuidará apenas de seus interesses e Israel continuará a complicar a vida de qualquer parceiro. México e Canadá, entretanto, seriam bem mais felizes se não tivessem os EUA entre eles.

O mundo segue acelerando rumo a uma Nova Ordem Mundial. Mas ONU continua presa aos condicionamentos e letargias impostos pela hegemonia norte-americana e pela chantagem emocional feita por Israel com base no Holocausto. Tanto que ao referir-se aos ataques a Gaza uma autoridade da ONU falou em "possíveis crimes de guerra". A falácia da ONU é evidente. As guerras de conquista territoriais foram banidas quando da criação da ONU.

Agressões militares contra populações civis não costumam ser autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU. O uso da expressão "danos colaterais" é um expediente retórico incapaz de revogar os direitos humanos daquelas crianças que foram mortas e mutiladas em Gaza. Israel chegou a bombardear a própria sede da ONU no local demonstrando que está disposto a continuar a cometer crimes e a zombar da Lei Internacional. É claro que isto ficará mais fácil enquanto a ONU falar em "possíveis crimes de guerra". A ONU demorou a dar uma resposta à ação ilegal israelense e quando respondeu o fez de maneira absolutamente ultrajante.

O Brasil já começou a protestar contra o excesso de violência israelense em Gaza. Não seria melhor ir além? Os BRICS poderiam aprovar uma resolução impondo a Israel um prazo fatal para cessar fogo, após o qual todos os países expulsariam os embaixadores de Israel de seus territórios declarando o congelamento das relações diplomáticas com o agressor por prazo indeterminado.

Sobre o autor
Fábio de Oliveira Ribeiro

Advogado em Osasco (SP)

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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