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Desespero eleitoral

Agenda 25/10/2014 às 20:52

Precisamos deixar de ser o país do futuro para ser um país de futuro. Temos que viver bem o presente, sabendo que o futuro será ainda melhor. O Brasil não é o PT ou o PSDB, o Brasil é o povo que a senhora e o senhor pretendem representar.

Desespero eleitoral

Dizem por aí não existir nada pior que mulher traída. Celso Pitta é um grande exemplo disso. Entretanto, estou chegando à conclusão de que esta é uma meia verdade. Na realidade, depois das Eleições Gerais de 2014, tudo está indicando que não existe nada pior que desespero de candidato no segundo turno de eleição.

O que levaria um candidato a agredir ao invés de apresentar seu plano de governo? Táticas como investigar o passado dos concorrentes para descobrir situações constrangedoras, fazer comparações desesperadas entre governos passados e atuais, distorcendo a realidade dos fatos negativa ou positivamente está na pauta de muitos. Mas como ficam os eleitores no meio deste fogo cruzado? Infelizmente muitos parecem ignorar ou não se importar com tamanho desrespeito.

A título de exemplo, vou fazer uso de um caso notório que ocorreu no ano de 1989 nas primeiras eleições diretas após a Ditadura Militar. O então candidato Fernando Collor de Mello, vendo-se acuado buscou os segredos mais bem guardados de seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, como forma de desmoralizá-lo frente à opinião pública. Prática infeliz. Anos depois, tendo em vista a tenacidade de Lula, no ano em que foi eleito Presidente da República, as especulações eram de que ele acabaria com a estabilidade econômica conquistada arduamente por intermédio do Plano Real. Pouco antes do primeiro turno desta eleição, tive a oportunidade de ouvir um atendente de farmácia dizer a um cliente que se a Presidente Dilma não fosse reeleita, os brasileiros perderiam o direito ao programa Farmácia Popular que distribui remédios gratuitos ou a baixo custo. Me pergunto, será?

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Minha intenção não é a de atacar ou defender um ou outro candidato, uma vez que acredito firmemente que o colorido político de quem quer que seja, não pode ser atacado ou desacreditado. Salvo quando se trata de caso notório dos chamados Fichas Sujas. Assim sendo, vamos rapidamente analisar estes dois casos que mencionei, os quais, curiosamente envolvem PT e PSDB.

Todos anunciavam com certeza absoluta que Luiz Inácio Lula da Silva iria afundar o Brasil, novamente, na hiperinflação. Hoje, como bem sabemos, não foi o que ocorreu, pelo contrário. Atualmente, estamos passando por situação com uma certa semelhança. Acusam o candidato de oposição de ter a intenção de acabar com os programas sociais existentes e, com isso, as pessoas novamente se amedrontam.

Da mesma maneira que Lula não afundou o Brasil, a atual oposição acabaria com os programas sociais? Acredito que não e passo a explicar o motivo.

Seja qual for a ideologia de um candidato ou partido, ele nunca correrá o risco de perder votos certos. Além do mais, acabar com um bom programa, apenas por ter sido idealizado ou aperfeiçoado por um partido adversário, é desrespeito ao povo e ao bom senso. Boas ideias e bons programas devem ter continuidade. Foi isso que o ex-Presidente Lula, sabiamente, fez com o Plano Real e é isto que deve ser feito, por exemplo com o Bolsa-Família pois, ainda que se critique, temos que aceitar que a intenção é muito boa. Apenas acredito que o Governo, seja ele qual for, deve dar meios de seus beneficiários não ficarem dependentes pelo resto de suas vidas.

Desta maneira, hoje dia 25 de outubro de 2014, véspera do segundo turno das Eleições Gerais brasileiras me dirijo aos nossos dois candidatos, que não sei se são os melhores, mas são os que temos.

Senhora Dilma Vana Rousseff e senhor Aécio Neves da Cunha, peço não em meu nome, mas, em nome de todos os brasileiros. Caso a senhora for reeleita ou, o senhor eleito, lembre-se que o Brasil está acima de qualquer colorido político-partidário ou ideológico. Nosso povo quer viver uma nova política, sem os ranços do passado. Precisamos deixar de ser o país do futuro para ser um país de futuro. Temos que viver bem o presente, sabendo que o futuro será ainda melhor. O Brasil não é o PT ou o PSDB, o Brasil é o povo que a senhora e o senhor pretendem representar. Acabem com os planos de poder em detrimento dos Planos de Governo. O Brasil é o lar de 200 milhões de pessoas dignas, portanto, sejam dignos conosco e trabalhem a nosso favor, não contra.

Sobre o autor
Raphael Ricardo Menezes Alves Vieira

Advogado OAB/MS sob o Número de Inscrição 9165<br>Membro da Comissão de Meio Ambiente da OAB/MS<br>Pós Graduado em Direito Ambiental e Urbanístico<br>Pós Graduado em Direito Eleitoral.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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