Muitos afirmam que sim, outros que nunca e tem time que acha que ainda estamos em processo de transformação para a advocacia se transformar numa commodity.
Nos EUA esta realidade já existe e há muito tempo.
No Brasil, temos uma blindagem ainda sobre esta realidade, o tão falado código de ética. Podemos critica-lo, dizer que precisa ser atualizado, podemos dizer que até proíbe coisas que deveria permitir, mas ainda é a lei que devemos obedecer e em cima dela exercer o nosso marketing.
Pois bem.
O resultado nos EUA é bastante questionado por eles mesmos e mais, bastante questionado se realmente a metodologia totalmente aberta de publicização dá um resultado satisfatório ou apenas engessa aqueles que querem entrar no mercado.
Com ideias de seguro advocacia, pagamento de mensalidades para dar consultas e outras ideias comuns de mercado, mas distantes da realidade brasileira, a advocacia americana está em um processo de repensar o seu próprio meio de liberdade de marketing, por assim dizer.
Nos EUA podemos ter advogados dentro de um supermercado (vide artigo de Maio deste ano sobre este tema: http://gustavorochacom.com.br/2014/05/29/uma-reflexao-sobre-a-advocacia-departamentoasquintas/), além de diversos serviços on line.
Nos EUA também existe a possibilidade de prestação de serviços jurídicos sem ser advogado. E neste cenário, vários advogados americanos tentaram barrar empresas que com muito poder economico transformam a advocacia americana em direito formulário. E perderam estas ações.
Uma realidade muito diferente da nossa, mas merece ser pensada e vista como um modelo que não queremos chegar, penso eu.
Para conhecer mais, leia este artigo: http://www.conjur.com.br/2014-nov-01/comoditizacao-advocacia-realidade-irreversivel-eua
Queremos a nossa classe com uma concorrência deste nível?
Falamos tanto em querer ser advogado para exercer a profissão de pensar, entender, defender o cliente, dar um senso de justiça no país e vamos agora defender uma espécie de direito formulário, onde quem tem poder economico vence e quem não tem fica com preços ridículos?
Sei que muitos irão dizer que no Brasil já é assim, mas aqui, temos possibilidade de crescimento com um mercado que respeite o advogado, o que não irá acontecer se cada vez mais trabalharmos com uma advocacia commodity.
Existe advocacia commodity? Sim, nos EUA é reconhecida. No Brasil ela existe, chama-se advogado formulário, aquele que copia peças, que apenas sabe o que os outros sabem, aquele que não pensa o direito. Aquele que pensa o direito, no Brasil pelo menos, tem a oportunidade de sair da commodity e passar a exercer a advocacia de forma plena.
E o que você acha a respeito?