Recentemente com o falecimento do Roberto Bolaños, o ator que interpretava o impagável personagem Chaves, Chapolin e tantos outros na TV, a história de sua vida veio a tona.
Foi um ator que sonhava em ser dramaturgo, sonhava interpretar Shakespeare.
A sua vida lhe levou, entretanto, a criar um personagem singelo, meigo que encantou e encanta gerações.
E, para pensarmos um pouco, se Roberto fosse um dramaturgo Shakespeareno de sucesso?
Ele lotaria teatros para ver sua interpretação de Shakespeare, ele ganharia respeito, carinho e admiração de quem pudesse pagar e quem conseguisse compreender uma obra bela, vasta e completa/complexa como os textos shakespeareanos.
E o mundo não conheceria um personagem que com inocência, doçura, sem apelar para nenhuma nudez, palavrão ou outro apelativo, conquistou gerações de fãs.
Não há comparação entre o Chaves e Shakespeare, obviamente; São focos, trabalhos completamente distintos.
Contudo, a obra do artista que o interpretou fica permanente no tempo.
E a reflexão que fica é: Qual é a sua obra no tempo?
A sua carreira está indo para um caminho que deixará algum legado?
Seus esforços em estudar, aprender, pensar, criar, ser cada vez melhor podem ser considerados bons para serem aproveitados por outras pessoas?
Deixar um legado não significa deixar bens materiais. Significa estar na mente, coração e alma daqueles que continuam nesta Terra.
Shakespeare e seu Romeu e Julieta deixaram.
Roberto Bolaños com seus personagens também.
E o seu legado?
Nosso corpo pode ser temporal, mas nossas atitudes, versos, verbos e forma de agir são permanentes naqueles que ficam, se assim procedermos.
A sucessão não precisa ser apenas do seu escritório, mas precisa sim ser do seu modelo de ser, agir, pensar, sentir e conviver com as pessoas.
#IstoFazaDiferença