Quantas vezes problema geram oportunidades?
Na maioria das vezes, geram. Contudo, estamos tão obcecados em achar uma solução, em resolver, em dar uma resposta, que percebemos apenas o problema e a dita solução/resposta. Não focamos que aquele modelo, aquele problema foi gerado por algo que poderia ser diferente, poderia ter um retorno diferente.
Vamos conhecer como uma multa de 40 dólares gerou um negócio de 34 bilhões de dólares:
Em meados de 1997, o americano Reed estava aflito: tinha que devolver um filme na locadora mas não sabia onde o tinha colocado. Os dias foram passando e sua situação complicando. Como ele mesmo lembra, com humor: “eu não queria falar à minha mulher sobre isso. Imagine colocar em risco a integridade do meu casamento só por causa de uma taxa por atraso?”
Após 6 semanas de busca, finalmente Reed localizou a fita. Foi à locadora com a esperança de que entendessem seu caso: “Eu tinha perdido a cassete. Foi tudo culpa minha”. Mas não adiantou explicar, implorar e discutir: no final, ele teve que pagar 40 dólares de multa.
Revoltado, Reed relembra o que se passou em seguida: “No meu caminho para o ginásio, percebi que deveria haver espaço para um modelo muito melhor. Um negócio em que você pagasse 30 ou 40 dólares por mês e alugasse quantos filmes quisesse.”
Ele se uniu ao amigo Marc e, um ano depois, lançou a locadora de formato inovador. O cliente podia ficar quanto tempo quisesse com os filmes e não precisava ir à uma loja física para retirar e entregá-los. Todo o processo seria feito pelos correios e pela internet. Inicialmente, havia apenas 30 funcionários e 925 títulos para locação.
Foi assim que Reed Hastings e Marc Randolph criaram a Netflix, empresa que revolucionou a maneira de consumir entretenimento, filmes e séries. Em abril deste ano, o negócio atingiu capitalização de US$ 34 bilhões na Bolsa de Nova York.
Esse é um interessante exemplo de Oportunidade Disfarçada em Problemas Pessoais.
O curioso é que o filme atrasado era “Apollo 13, Do desastre ao triunfo”. A frase pode ser aplicada com perfeição à experiência de Reed: primeiro, o incidente na locadora; depois, a glória e fortuna.
Há ainda na história uma mensagem para todos nós, prestadores de serviço: às vezes, a reclamação de um cliente pode ser um recado para toda uma indústria: “Houston, temos um problema”.
Artigo escrito por Carlos Domingos, fonte: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/oportunidades-disfarcadas/2015/05/31/uma-multa-de-us-40-gerou-uma-empresa-de-us-34-bi/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter
Interessante, não? Muitos teriam reclamado da multa, quiçá reclamado até nas redes sociais de que era um absurdo pagar se havia perdido a fita cassete… Mas, ele viu nisto uma oportunidade.
Quantas oportunidades existem num prazo perdido? Oportunidades de revistar fluxos, de entender pessoas e seus meandros, de compreender que existe mais do que apenas um prazo, existe um escritório, um mecanismo que precisa de gestão para existir.
Quantas oportunidades existem numa reunião com a direção da empresa? Oportunidades de mostrar mais do que apenas resultados, mas os caminhos que fizeram você chegar lá, de que existe um time de profissionais e não apenas um gestor ou diretor jurídico.
Quantas oportunidades existem numa multa? Inúmeras. Pode ser uma multa de fita cassete, pode ser uma multa do Ministério Público, onde atitude do jurídico perante a empresa impacta a empresa como um todo, seja no compliance, produção, direção e óbvio, na técnica jurídica.
Crise? Crie!
Multa? Oportunidade!
Problema? Visão!
Está na hora de rever conceitos e começar a agir.
#MãosaObra