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O Advogado é Investimento

Agenda 17/03/2018 às 21:10

O artigo trata da visão que as pessoas tem do advogado e lança a ideia que deve ser demonstrado para os clientes que os serviços jurídicos são um investimento e não perda de dinheiro. Discorremos sobre os bancos que maximizam seus lucros na Justiça.

A maioria das pessoas ao precisar de serviços de advocacia, enxergam, isso como um gasto obrigatório e de pouco ou nenhum retorno e além do contador são os serviços que primeiramente deixam os clientes de honrar o pagamento.

Na verdade, as pessoas em geral não entendem e nem veem o quanto de trabalho exige uma demanda, seja das mais simples às mais complexas e nem mesmo o custo dos serviços contratados e os investimentos necessários para o exercício da advocacia.

Não sabem as pessoas e talvez nem queiram saber, o quanto se gasta de tempo para redigir uma manifestação de em uma ação que sustente o seu posicionamento.

Por não enxergarem isso é que presumem que a prestação de serviços jurídicos são um mero gasto de tempo e desperdício de dinheiro.

Muitos querem uma consulta gratuita, uma ação para receber no êxito, sem calcular o trabalho que vai dar e os anos que se passarão.

Dificilmente as pessoas entendem que ao contratar um advogado ou escritório de advocacia, estão, em verdade absoluta fazendo um investimento para proteção de seu capital, e seus bens, da sua integridade física, da salvaguarda de sua liberdade, etc.

Vejamos um conceito de investimento colhido ao acaso na rede mundial de computadores:

Os investimentos são as ações realizadas com a finalidade de obter lucro ou beneficio. Assim, por exemplo, um investimento envolve um desembolso de dinheiro equivalente a um valor em troca de uma quantia de maior valor. Os investimentos são uma prática comum em uma economia de mercado que permite mobilizar recursos com relativa facilidade e eficiência desde setores menos produtivos até outros que são mais.
(Fonte: ... Via conceitos.com: https://conceitos.com/investimentos/, consulta realizada em 17/3/2018).

Comparemos agora: quando se necessita de um serviço jurídico, especialmente na esfera contenciosa, o cliente busca perseguir a recuperação de um direito violado, necessitando assim realizar uma ação (ato)  com a finalidade de reconquistar o benefício (direito violado).

Vale dizer o cliente faz um investimento em um serviço para que o advogado contratado se utilize de todos os meios possíveis para tentar recuperar o benefício pretendido.

Outra forma de investimento, além de obstar que um benefício indevido seja alcançado pela parte que pretende tal finalidade.

 Também temos o investimento na postergação da solução judicial por questões financeiras, vamos exemplificar: um locatário (inquilino que precisa ficar no imóvel locado o máximo de tempo possível, garantindo seu lucro, o emprego de seus funcionários, o pagamento de impostos e fornecedores; um comerciante que precisa de prazo para saldar suas dívidas, mas não tem o montante no momento atual e por consequência não pode ter seus ativos e equipamentos em funcionamento para tanto, e o investimento lógico é postergar o pagamento do crédito para poder honrá-lo em um futuro próximo.

Quem realmente enxerga com bons olhos os serviços advocatícios são os bancos, entidades financeiras, e similares, porque para os mesmos a matéria prima de trabalho é o dinheiro, seja na captação como remuneração a seus clientes.

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O que poucas pessoas sabem é que com a postergação de uma decisão que lhes seja desfavorável, o valor que seria pago naquele momento é aplicado pelos bancos e congêneres em operações de crédito de diversas naturezas, no recebimento de empréstimos de juros astronômicos.

Vale dizer que esse capital (condenação) que seria pago logo na primeira decisão judicial pode mais que dobrar, senão mais, enquanto o valor permanecer em poder dos bancos. Aqui não há uma crítica negativa, porque os bancos podem reverter várias decisões, mas é a forma de maximizar custos, o que deve ser visto dentro de uma ótica financeira e não moral.

Precisamos de exemplo melhor?

Estranhamente os advogados não demonstram isso para os clientes, seja do mais simples cidadão em busca de direitos trabalhistas, daqueles que estão envolvidos em uma ação penal ao mais preparados intelectualmente, em um contencioso societário, uma ação penal por “lavagem de dinheiro”, etc.

Essa é a ideia e a cultura que precisamos mudar, até mesmo para o engrandecimento da advocacia séria, honesta combativa.

Então, quando falarmos com os nossos clientes vamos passar a afirmar que o investimento de honorários terá tal valor em para obtenção do benefício pretendido?

Impõe-se assim uma nova cultura que tem de ser, de agora em diante, inculcada no entendimento dos nossos clientes presentes e futuros.

 Vamos nos valorizar, vamos valorizar a advocacia.

Sobre o autor
Maurício Sérgio Christino

Advogado. Pós-graduado em Direito Empresarial pela Escola Paulista de Direito, LLM em Direito Empresarial pela Escola Paulista de Direito. Pós-graduado em Direito Previdenciário pela Faculdade Legale, Relator da 2ª. Turma Disciplinar do Tribunal de ética e Disciplina da OAB/SP. .

Informações sobre o texto

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