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Ética da civilização tecnológica

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Agenda 29/07/2018 às 09:40

No presente trabalho iremos discorrer sobre a Ética, no qual teremos como objetivo principal, oferecer aos leitores, o entendimento de seu conceito e o esclarecendo de sua atividade na Civilização Tecnológica. A Ética da Civilização tem por finalidade trazer a responsabilidade à tona, e mostrar que o ser humano deve responder por seus atos.

Resumo: No presente trabalho iremos discorrer sobre a Ética, no qual teremos como objetivo principal, oferecer aos leitores, o entendimento de seu conceito e o esclarecendo de sua atividade na Civilização Tecnológica. A Ética da Civilização tem por finalidade trazer a responsabilidade à tona, e mostrar que o ser humano deve responder por seus atos.

Palavras-chave: Ética; Moral; Ética Tradicional; Heurística do Temor; Ética da civilização Tecnológica.

Sumário: 1. Introdução; 2. Ética Tradicional; 3. Heurística do Temor; 4. Ética da civilização Tecnológica; 5. Conclusão; Referências.


1. INTRODUÇÃO

Pode-se dizer que a Ética se engloba no âmbito da moral, o qual estuda e investiga o comportamento humano em sua variedade. Todos os seres humanos possuem uma moral, vindas estas, de suas origens ou adquiridas perante a sociedade com o decorrer do tempo.

Na Ética tradicional vinda da Grécia, há uma forte influência histórica social juntamente com a moral, prevista por modelos de comportamentos a serem seguidos, como a sabedoria, heroísmo, coragem entre outros, encontrados nos versos e poemas da época.

Porém existia um exagero normativo com relação a ética tradicional, e com o passar do tempo, o homem se torna o detentor moral constituindo domínio sobre a natureza e com essa nova ideologia a natureza foi sendo deixada de segundo plano.

Este novo conceito surge com um alerta de perigo denominado Heurística do Temor, sendo está ligada com o conceito do princípio da responsabilidade, pois quando o ser humano se encontra diante de algo negativo, existe a possibilidade de ser tomado atitudes responsáveis.

Com o homem sendo o foco principal sendo deixado de lado o restante surge a necessidade de uma estratégia em caso de situações de incertezas, o temor surge como uma ética responsável pensando na humanidade e no bem comum evitando, assim, que um mal seja ocasionado, ou uma decisão tomada erroneamente.

Visto a Heurística do Temor podemos citar também a evolução tecnológica, de um lado sua intensidade na procura por inovações para auxiliar uma ética do futuro, porém, esta procura, pode ocasionar uma utopia de Ética tecnológica.


2. ÉTICA TRADICIONAL

Rocha (2007, p. 4) conceitua etimologicamente, a palavra grega “éthos”, quando escrito com a letra “ε” qualificada como épsilon, com o significado de “costume”, onde leva o indivíduo, com certa constância do agir, a compartilhar dos mesmos costumes na comunidade social a que pertence.

Adolfo Sanchez Vásquez (1995, p. 5) comenta que a ética se depara com uma experiência histórico-social no terreno da moral, como se fosse uma série de práticas morais já em vigor e que a partir delas procura determinar a essência da moral.

Todavia, Rocha (2007, p.3) faz menção a Grécia Antiga, e a existência de uma ética tradicional, que narrava e divulgava nos versos épicos de Homero, o educador da Grécia poemas que enalteciam o heroísmo de Aquiles, a sabedoria de Nestor, a coragem e a audácia de Ulisses e a fidelidade de Penélope e curiosamente, faziam deles modelos paradigmáticos de conduta ética, que o povo grego procurava imitar.

Expõe que a ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade onde sua origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes da avaliação moral, a natureza e a função dos juízos morais, os critérios de justificação destes juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais. Segundo Vásquez (1995, p. 5).

Vásquez (1995, p.4) explana que:

A ética é teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens, o da moral, considerado, porém na sua totalidade, diversidade e variedade. O que nela se afirme sobre a natureza ou fundamento das normas morais deve valer para a moral da sociedade grega, ou para a moral que vigora de fato numa comunidade humana moderna. É isso que assegura o seu caráter teórico e evita sua redução a uma disciplina normativa ou pragmática. O valor da ética como teoria está naquilo que explica, e não no fato de prescrever ou recomendar com vistas à ação em situações concretas.

Importa ressaltar que as palavras ‘moral’ e ‘ética’ são comumente empregadas como sinônimas, pois quando se atribui à frase “ela não tem ética” a determinada pessoa criticando os seus comportamentos e atitudes é possível visualizar uma definição de pessoa ‘imoral’. Consoante a Taille (2010, p. 108).

Entretanto, Adolfo Sanchez Vásquez (1995, p. 4. e 5) percebe que:

Assim como os problemas teóricos morais não se identificam com os problemas práticos, embora estejam estritamente relacionados, também não se podem confundir a ética e a moral. A ética não cria a moral. Conquanto seja certo que toda moral supõe determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não são a ética que os estabelece numa determinada comunidade.

Ademais, nas palavras de Vásquez (1995, p.4) no âmbito da ética, a natureza ou fundamento das normas morais podem valer tanto para a moral da sociedade grega, como para uma comunidade humana moderna, pois o valor da ética, na teoria, está naquilo que explica, e não no fato de indicar ou sugerir ações vistas em situações concretas.

Tendo em vista os exageros normativistas das éticas tradicionais atualmente, o domínio da ética no que tange aos problemas da linguagem e do raciocínio moral passou a ser limitado, abandonando tentativa de definir o bom, a essência da moral e o fundamento da consciência moral. Coerente a Vásquez (1995, p.4).

Zeferino Rocha (2007, p. 10) faz um importante apontamento a respeito do bem da comunidade humana, na qual se verifica que as leis mudam através da História e que os costumes também mudam nas diversas culturas e nas diversas épocas do devir histórico, mas percebe-se que é necessário que as novas leis e os novos costumes não deixarem de procurar esse bem, pois desta maneira a ética entrará em crise por maior que seja o progresso socioeconômico das culturas particulares.

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Pode-se afirmar que o grau de relevância ética da natureza é diretamente proporcional ao nível de poder da técnica, como claramente visto na era pré-industrial, onde o ser humano estava inserido em um meio perigoso e poderoso que o ameaçava constantemente, sendo desnecessária uma ética da natureza, afinal, era um domínio muito maior que o homem e, por isso mesmo, não conseguia atingir às suas ações, foi necessário, para sobreviver aos maus momentos, usufruir de sua criatividade e da inteligência. Mediante a Diniz (2012, p.3).

Vasquez (1995, p.4) compreende que:

[...] Neste sentido, como qualquer teoria, a ética é explicação daquilo que foi ou é, e não uma simples descrição. Não lhe cabe formular juízos de valor sobre a prática moral de outras sociedades, ou de outras épocas, em nome de uma moral absoluta e universal, mas deve, antes, explicar a razão de ser desta pluralidade e das mudanças de moral; isto é, deve esclarecer o fato de os homens terem recorrido a práticas morais diferentes e até opostas.

Por fim, Rosa (2011, p.109) menciona que dentre as dificuldades enfrentadas pela ética tradicional, (apud SINGER, 2002, p. 326) destaca que para Singer alguns aspectos ele considera como sendo os pontos fracos da ética tradicional considerados como aspectos falsos da “velha ética”.

Consoante a Rosa (2011, p.109) no que implica a evolução da tecnologia, Singer faz um critica dizendo que a vida humana é sempre mais valiosa que qualquer vida não-humana. (apud SINGER, 2002, p. 326).


3. HEURÍSTICA DO TEMOR

Com a chegada da modernidade, o homem surge como o detentor moral constituindo domínio sobre a natureza. Partindo desse conhecimento, pode-se dizer que o sujeito é responsável pelo seu próprio fim (ALVES; MENTGES, 2017, p.120).

Chegando a ocupar uma alta posição; Como consequência disso, a natureza é deixada de lado, fazendo com este tenha o poder de tomar decisões que podem levar aos mais variados e imaginados desastres (ALVES; MENTGES, 2017, p.120).

Por isso o medo se torna importante, de acordo com Sunsin (2017, p.32), o medo é “um princípio regulador do próprio equilíbrio humano e um dos fundamentos da humanidade, de sua constituição e preservação, haja vista, muitas vezes, é o alerta de um perigo”.

Alencastro e Heeann (s.d, p.7) mencionam a teoria de Hans Jonas denominada de “heurística do temor”:

Assim, todo cuidado é pouco e, por conta disto, Jonas propõe uma “heurística do temor”, na qual, deve-se conceder, em situações de incerteza, precedência ao pior prognóstico no que diz respeito às consequências da ação. Se anteriormente “o braço curto do poder humano não exigia um longo braço de conhecimento preditivo”, agora, a consciência no agir, em todas as suas etapas e desdobramentos futuros, passa a se opor às posturas imediatistas e fragmentadas.

Essa heurística do temor encontra-se ligada com o conceito do princípio da responsabilidade, pois quando o ser humano se encontra diante de algo negativo, existe a possibilidade de ser tomado atitudes responsáveis (SUSIN, 2017, 36).

Sendo assim, a decisão que iria ser tomada pode e deve ser repensada com o propósito de impedir que algo desagradável ocorra. Agindo em conformidade com o princípio da “prevenção das futuras gerações e todas as formas de vida” (SUSIN, 2017, 36).

O temor faz com que um mal venha a ser evitado, por isso, é visto como um dever primordial de uma ética da responsabilidade. Tal heurística, é cada vez mais imprescindível quando perto o que deve ser temido. Segundo Jonas em seus estudos, o temor é necessário para que haja uma ética com responsabilidade, assim, por meio dela, o homem pode pensar acerca do futuro da humanidade (NODARI, 2014, p.81).

Diante das circunstâncias, é preciso refletir as atitudes tomadas agora e o que elas podem acarretar a longo prazo, ou seja, em uma ética do futuro. O que se deve ser evitado? Será que em algum momento da história alguém tomou essa decisão? (SUSIN, 2017, p. 39).

“O que deve ser temido ainda não foi experimentado e talvez não possua analogias na experiência do passado e do presente” (SUSIN, 2017, p. 39).

O estudo da heurística leva a sair do modo estagnado para fazer algo. Esse temor não traz um sentimento de medo, de fuga, ou até mesmo de covardia diante do problema, mas leva a uma posição de agir, portanto, uma ação responsável. Ele vem a ser muito mais um questionamento perante a decisão responsável quanto ao cuidado e zelo pela vida tanto humana quanto extra-humana (NODARI, 2014, p.81).

As dúvidas quanto às expectativas futuras, podem levar a uma certa previsão do que possivelmente acontecerá, indicando o que pode ou não ser feito no presente. Ainda sobre o estudo de Jonas, encontramos a afirmação seguinte: “Pois o que basta para um diagnóstico de curto prazo, intrínseco a todas as obras da civilização técnica, não pode bastar para o prognóstico de longo prazo almejado na extrapolação requerida pela ética” (apud SUSIN, 2017, p. 40).

A evolução tecnológica, segundo Séve (2007, p. 169) pode ser comparada com uma faca de dois gumes. Os benefícios derivados da técnica acabam por forçar a intensificação da mesma na procura por inovações. Isso gera uma confiança extrema em seu poder e superação, que pode resultar em uma ideia de utopia tecnológica. Todavia, também pode acarretar consequências danosas ou mesmo irreversíveis (SUSIN, 2017, p. 47).

Jonas também propõe um novo imperativo ético para uma sociedade tecnológica, que é “agir de tal maneira que os efeitos de tua ação não sejam destruidores da futura possibilidade de vida humana” (apud ALENCASTRO; HEEANN, s.d, p.8). O filósofo ainda indica a importância das consequências de longo prazo das ações humanas. Antes de agir é preciso avaliar a atitude conforme o imperativo da vida humana.

O temor, como proposta de sensibilização, busca preparar o homem para o desconhecido, através da reflexão, acerca do qual ele está sujeito. Por meio da heurística do temor, Jonas indica seu método analítico, imprescindível para a procura do bem, ou seja, para a perpetuidade da vida como um todo (apud ALVES; MENTGES, 2017, p.122).

Jonas Conclui que o medo de certo modo, é uma virtude em relação as circunstâncias, cuja principal qualidade é a Sabedoria. Diante da incerteza da natureza ou de nossas atitudes sobre ala, surge o temor que pode levar às mudanças em nossas ações. Isso nos torna responsáveis pelas decisões que forem ser tomadas, em vista do bem comum (apud ALVES; MENTGES, 2017, p.122).


4. ÉTICA DA CIVILIZAÇÃO TECNOLÓGICA

Hans Jonas, responsável pela ética que advir a civilização tecnológica. Segundo ele, as atitudes tomadas pelo homem se mostram irreversíveis. Propôs um novo modelo de ética, que se distância da ética tradicional, através de princípios e paradigmas, surge a ética para a Civilização Tecnológica (apud ALENCASTRO; HEEANN, s.d, p.6).

Tende início em 1979, Jonas estudou a civilização tecnológica, destacando a indispensabilidade do homem ter uma obrigação de responsabilidade metafísica. Se o ser humano possui uma certa soberania sobre a natureza, é necessário que este tenha responsabilidade, qualquer ação contrária disto, se torna uma ameaça em todos os sentidos (apud RIBEIRO, 2010, p.14).

Jonas acrescenta que, nessa metodologia de avaliação da conduta ética, o homem deve procurar pensar em três coisas ao usar a técnica, são elas: o domínio que possui sobre a natureza, o poder que a técnica adquiriu e o por último é o poder que é preciso ter sobre a técnica (apud, RIBEIRO, 2010, p.14).

Perante o panorama contextual, a qual notamos a ação humana sobre a natureza, podemos nos questionar pelo “farol” capaz de guiar o que o próprio homem criou: a ciência, a tecnologia, a tecnociência, para que não sejamos absorvidos pelas mesmas em um futuro próximo (ZANON; TREVISOL, 2014, p.154).

Todo este questionamento nos levar a falar novamente sobre o “temor”, fruto da insegurança, vindo da possibilidade de não existir vida no futuro. Aos fatos serem analisados, é perceptivo notar que o homem estar destruindo a sua própria “casa”, o único ambiente capaz de garantir sua existência (ZANON; TREVISOL, 2014, p.154).

De acordo com Tegoraro (apud ZANON; TREVISOL, 2014, p.145).

Talvez o maior equívoco do século foi o de imaginar que o progresso tecnológico, material, eliminaria as indagações transcendentes e morais e que o desenvolvimento tecnológico seria suficiente para produzir a felicidade e criar o reino da liberdade. Está acontecendo o contrário, a tecnociência se tornando auto-referente, tende a prender a liberdade humana em suas engrenagens. O crescimento incontrolado da informática interfere na privacidade do homem e a economia globalizada tende a enfraquecer a capacidade de decisão autônoma dos governantes e aumentar a pobreza e a dependência no mundo inteiro.

Na procura por essa responsabilidade, é preciso destacar que o que estar em debate é nada menos que o destino da humanidade, por isso que é de suma importância o conceito que é possuído dele. Pois isso apontará ao próprio conceito de responsabilidade, elemento central nesta nova ética (FERREIRA, 2012, s.p).

Surge a seguinte pregunta para reflexão: O homem tem o controle sobre os meios que estão ao seu redor, podendo até mesmo alterar os modelos atmosféricos em grandes regiões da terra e gerar novos tipos de vida. Mas isso nos dar o direito de destruir tudo? Verificamos que o problema não é o conhecimento por si só, é antes a aplicação que se lhe dá (FERREIRA, 2012, s.p).

Portanto, essa nova ética do futuro não tem tanto a ver com a tecnologia propriamente dita, mas como essa tecnologia será empregada nas nossas vidas. Assim, essa nova ética, além de responsabilidade, requerera também, sabedoria, conhecimento e humildade (FERREIRA, 2012, s.p).

Notasse que a tese levantada por Jonas é que a tecnologia moderna virou uma ameaça. Indo muito mais além que a ameaça física, vindo a ciência entregar forças antes impensáveis, quanto a economia ela apresenta um infatigável impulso, a característica central do nosso tempo. Tempo este que roga por uma ética que, por meios voluntários, barre o poder dos homens de se transformarem em uma desgraça para eles próprios (apud FERREIRA, 2012, s.p).

O Homem deve procurar agir de uma maneira que não o sabote, pensando no futuro afim de garantir vidas posteriores, translucidando um princípio ético para civilização tecnológica. Devendo ser propagado uma relação de responsabilidade com a natureza “ uma nova natureza no agir, nova ética de responsabilidade a longo prazo, nova humildade” (ALENCASTRO; HEEANN, s.d, p.8).

Sendo preciso ter em mente que mais do que qualquer conhecimento das “leis da natureza” ou até mesmo de capacidades técnicas, os seres humanos necessitam com urgência de sabedoria para usar com responsabilidade o poder que provém da técnica (ZANON; TREVISOL, 2014, p.145).

Segundo Mario Sergio Cunha e Ademar Hemamm (2012),

“O que é a ética? A etimologia da palavra serve de orientação para a compreensão de seu sentido originário. A palavra que em português se conhece como ética, vem do grego ethos e, naquela língua, se escrevia de duas formas: εθος / ήθος”.

Segundo Domingues (2004) Depois da modernização, com a evolução da tecnologia, os povos começaram a destacar a ética por trás da evolução tecnológica no mundo, será que ético mudar a genética no homem? Será que podemos mexer com as estruturas naturais formadas a milênios? Temos que olhar os pontos de vistas de grandes estudiosos de ética, para chegar a um paramento sobe a civilização tecnológica, para entender melhor essa evolução ética e tecnológica, podendo gerar mudanças em nossas vidas.

Em relações aos grandes estudiosos sobre a ética da civilização tecnológica, segundo Domingues, esses pensadores

No início da era moderna, séculos XVI-XVII, Descartes e Bacon formularam aquilo que será o grande lema da técnica nos novos tempos e que até hoje ainda conserva sua atualidade, a saber: nas palavras de Descartes, a idéia de que pela ciência e pela técnica o homem se converterá em senhor e possuidor da natureza (algo parecido vamos encontrar em Bacon, autor de uma fórmula não menos famosa, segundo a qual saber é poder). (DOMINGUES, 2004, p. 1).

Domingues (2004). Mostra que essas ideias foram adotadas pelos iluministas, como ideia de crescimento e progresso. Antigamente era muito difícil ganhar conhecimento e todo conhecimento adquirido, caso fosse visto pela igreja de forma escandalosa, ou avinhe-se contra seus princípios que atingiriam a estrutura da igreja, você era duramente penalizado. Então essas ideias e de liberdade do conhecimento, livrando os homens das trevas da ignorância e buscar uma evolução de um novo homem: Autônomo, racional e livre.

A necessidade de uma ética para a tecnologia ganhou força após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), pois, a partir daquele evento, cresceu o número de pessoas, incluindo cientistas e filósofos, que passaram a se preocupar com os efeitos, nem sempre favoráveis, do uso das modernas tecnologias. Começou-se a perceber que os crescentes práticos capitalistas estavam se apossando completamente dos destinos da tecnologia, desvinculando-a de qualquer preocupação de ordem metafísica, ontológica ou religiosa, orientando-a única e exclusivamente para a criação de valor econômico. (Mario Sergio e Ademar Heemann, 2012).

Segundo Mario Sergio e Admar heemann (2012), “Evidenciava-se, dessa forma, um conflito entre a suposta racionalidade das coisas, pressuposto da ciência tal como o racionalismo clássico a concebia, e a visão de um mundo desequilibrado, marcado pela irracionalidade e ameaçado pela barbárie”.

Mario Sergio e Admar heemann (2012), descreve que a princípios que regem essa evolução tecnológica mundial, que estão altamente relacionados a empresas, industrias, núcleos de pesquisas que estão determinas para vários fins, fins esses que são pouco relatados pela mídia. Que também são relacionados a fins lucrativos. Temos que usar toda essa tecnologia para fins de crescimento da espécie de forma ordenada e que não atinja valores éticos humanos, para que tal evolução aconteça.

Podemos analisar as estruturas criadas ao longo do tempo da ciência, que segundo Domingues podemos nos perguntar

Pergunta-se, então, como pensar a humanização da técnica e a possibilidade de devolver o poder da técnica e do diabo aos homens, num quadro, como o de hoje, que, depois de Heidegger, só piorou as coisas. Especialmente quando com a engenharia genética as tecno-ciências, mais do que clones ou réplicas, serão capazes de produzir super-indivíduos mutantes e poderosos, segundo as necessidades da técnica planetária, bem como terão os meios para produzir robôs inteligentes mais poderosos do que os próprios homens, porém ainda assim instalados na imensa cadeia de produção tecnológica. (DOMINGUES, 2004).

Mario Sergio e Admar heemann (2012), Assim, todo cuidado é pouco e, por conta disto, Jonas propõe uma “heurística do temor”, na qual, deve-se conceder, em situações de incerteza, precedência ao pior prognóstico no que diz respeito às conseqüências da ação.

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