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A geoeconomia como determinante nas relações internacionais da nova ordem mundial

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Agenda 06/08/2005 às 00:00

4. A GUERRA FRIA SOB A ÓTICA GEOPOLÍTICA E A ASCENSÃO DO CAPITALISMO

            Ao analisarmos a geopolítica clássica pudemos observar o quão influente foram as duas guerras mundiais para o desenvolvimento da noção de geopolítica, bem como para sua transformação que foi relegada em determinado período como campo de estudo, exatamente por sua relação beligerante, mas primordialmente por definir algumas situações referentes a divisão de poder em termos de relações internacionais.

            Nesta parte restará claro o papel que a Guerra Fria [21] teve não somente na contextualização da nova ordem mundial com a vitória dos EUA e o capitalismo, que denotam a prevalência do poder marítimo sobre o terrestre, resgatando a antiga dicotomia, mas fundamentalmente o quão inspirou uma das novas linhas de inserção da nova geopolítica, qual seja a geoeconomia como determinante das relações internacionais no cenário mundial.

            Da mesma forma que a divisão de poder deixou rusgas na 1ª Guerra Mundial, fomentando o espírito daqueles que se sentiram prejudicados impulsionando o estopim da 2ª Guerra Mundial, a Guerra Fria pode ser enquadrada como um conseqüência dos resultados deixados pela 2ª Guerra Mundial, em que emergiram apenas duas potências: EUA e União Soviética.

            Os EUA eram os únicos em melhores condições social e econômica do mundo, porém não estrategicamente posicionados. A União Soviética, por sua vez, extremamente fortalecida em determinado ponto da Europa, fraca politicamente, em frangalhos economicamente, sem condições de um novo enfrentamento, apresentava alguns problemas com seus países periféricos, todavia podendo permitir um possível enfraquecimento do capitalismo,.

            Ocorre que os EUA temendo a difusão do comunismo sob parte desta Europa enfraquecida pela 2ª Guerra Mundial, formulou sua política de contenção em 1946, corroborando para o início da tensão da Guerra Fria que se instaurou em 1947. [22]

            A União Soviética não poderia deixar por menos e ficar às expensas de um possível poderio americano.

            A guerra se instaurou, os lados se dividiram num alinhamento político, as duas potências se enfrentaram no campo da ideologia, numa corrida armamentista, que sustentava a lógica da guerra, para como resultado final verificar quem realmente venceria esta batalha fria e qual sistema sobreviveria: comunismo ou capitalismo. [23]

            Sob a ótica geopolítica a Guerra Fria comporta outras análises.

            Neste sentido Brzezinski, em que pese ter feito de sua obra Game Plan releitura dos antigos geopolíticos nos fornece um contexto bastante interessante sobre essa rivalidade que caracteriza a competição EUA x União Soviética, que na realidade explicariam melhor a confrontação bipolar, diferente do que se imagina sob a ótica econômica, política ou ideológica.

            Brzezinski "caracteriza a competição americano-soviético como uma rivalidade histórica travada entre dois grandes impérios" [24] e mais, uma luta travada pelo controle da Eurásia como condição para conquistar o mundo.

            Isso justifica dois antagonismos recorrentes a geopolítica clássica da luta do poder marítimo x poder terrestre, sendo os EUA herdeiros de potências navais, como a Grã-Bretanha e a União Soviética de potências terrestres, como a Alemanha nazista.

            A principal característica do império continental soviético é seus isolamento mediterrâneo geopolítico formado por um Estado Multinacional e povos minoritários que integram a União Soviética, bem como suas tendências expansionistas que levam a insegurança em termos geopolíticos, e que encontram nos EUA o atravancamento da política de segurança através do poder marítimo.

            Os EUA por sua vez possuem um território descontínuo, separado de seus principais aliados (Europa Ocidental, Japão e Coréia do Sul), com domínio disperso ligado por laços políticos, econômicos indiretos e militares.

            Ademais a confrotação bipolar além dos fatores já elencados implica primordialmente em uma competição das duas potências pelo domínio da Eurásia, que como já visto é formada por condições demográficas, físicas e econômicas que foram, são e continuaram sendo o pavio de vários conflitos.

            A idéia de controle da Europa no constante embate delineado pela Guerra Fria conforme dispõe Brzezinski encontra inspirações nas idéias de Spykman quanto ao excedente de poder que deve ser alçado por uma nação e evitado pela outra, e é este excedente que permite a supremacia de um Estado sobre outros, sendo este encontrado na Europa, não somente por concentrar grande parte da população mundial, mas por sua produção de bens e serviços. [25]

            A confrotação bipolar insere a União Soviética a priori a vantagem de ser o principal país eurasiático, estando no coração daquilo que quer controlar, porém fechado e cercado por países periféricos que a impulsionam para periferia eurasiática. Outrossim, embora estrategicamente disposta, com poderio militar, não detém o poder econômico.

            A lógica decorrente da Guerra Fria na visão soviética encontra na geopolítica parte de sua justificativa que segundo Brzezinski resumiria-se

            No plano defensivo, trata-se de impedir o cerco político-militar dos americanos e seus aliados eurasianos - o que acentuaria o isolamento geopolítico da União Soviética; no plano ofensivo, trata-se de romper as ligações entre os EUA e as duas extremidades eurasianas, o que isolaria a América da Europa Ocidental e Japão. [26]

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            Sob a ótica americana, Os Estados Unidos por sua vez soma sua ânsia de contenção, investe pesadamente em política de controle militar e utiliza de mecanismos de concessão de benefícios a Europa, para fortalecimento desta. Neste sentido os EUA como forma de barrar o avanço soviético abre mão de três planos estratégicos: a estruturação da Doutrina Truman, criação da OTAN, implementação do Plano Marshall. [27]

            A Doutrina Truman implicou na utilização de meios militares para contenção do avanço soviético na extremidade ocidental eurasiana inspiradas em Spykman. A criação da OTAN implementou uma política de contenção militar através de uma aliança entre EUA e Europa Ocidental, com vistas a impedir o controle soviético no continente europeu do lado oriental, criando uma contenção pelo Oceano Atlântico. Por fim, o Plano Marshall significou uma política de cooperação econômica de reconstrução do Velho Continente devastado pela guerra, fomentando a formulação por parte dos EUA de um mecanismo de auxílio. [28]

            O fim da Guerra Fria e a vitória dos EUA demonstrou não somente a vitória do poder marítimo, do capitalismo, mais denota sob a ótica soviética sua unidimensionalidade que comprova-se no seu baixo poderio econômico, que encontrou no militarismo razão de sua estagnação, sua defasagem estratégica, além de problemas étnicos e culturais e que não resistiram muito frente a multidimensionalidade americana com seu poderio econômico, científico e tecnológico.

            A vitória dos EUA na Guerra Fria é a inauguração do que irá delinear a nova ordem mundial após 1990 que encontra na Guerra do Golfo fundamento prático do de vir de uma nova situação.

            A geopolítica irá delinear a atuação norte americana a partir de então, porém a economia será a mola mestra dessa nova tendência, que segundo Paul Kennedy também terá um fim, pois todas as potências encontram a ascensão em determinada fase, tendo conseqüente queda pela lógica da história das grandes potências.

            No dizer de Kennedy

            Embora os Estados Unidos ocupem atualmente ainda uma posição especial própria, econômica e talvez militar, não podem deixar de enfrentar duas grandes provas que desafiam a longevidade de toda grande potência. ..: a capacidade de preservar equilíbrio entre as necessidades defensivas e os meios que dispõe para atender a elas; e a capacidade de preservar bases tecnológicas e econômicas. [29]

            Á guisa da interpretação oposta Francis Fukuyama defende o fim da história, como a manutenção deste sistema democrático capitalista que se instaurou com o fim da Guerra Fria e pela lógica a manutenção daqueles que o defendem como os EUA.

            Neste artigo eu argumentava que nos últimos anos, surgiu no mundo todo um notável consenso sobre a legitimidade da democracia liberal como sistema de governo, à medida que ela conquistava ideologias rivais como a monarquia hereditária, o fascismo e, mais recentemente, o comunismo. Entretanto, mais do que isso, eu afirmava que a democracia liberal pode constituir o "ponto final da evolução ideológica da humanidade" e "a forma final de governo humano", e como tal, constitui o "ponto final da história". [30]

            Na prática essa democracia liberal vem sendo comprovada pelas ações americanas de tentativa de impor sua cultura as diversas nações orientais, numa recorrente imposição da concepção ocidental de mundo, que encontra no fundamentalismo religioso campo fértil de disseminação e na economia mola mestra do século XX e seqüência natural no século XXI.

            Não há como nos olvidar que não obstante os argumentos conduzirem a idéia de real declínio, a que se elucidar que neste novo ordenamento a economia é determinante para ascensão ou manutenção de qualquer potência e neste caso os EUA se destacam como herdeiros naturais da Guerra Fria, por terem liderado a onda capitalista que se expandiu entre as nações, procurando difundi-la cada vez mais.

            Assim o posicionamento de Fukuyama de fim da história encetada pela democracia e pelo capitalismo com a ascensão de nações que conseguem se estabilizar nesta nova lógica e o enfraquecimento de outras que são relegadas à margem do sistema. Porém, a história paralelamente desponta para novas tendências de contraposição a economia negativa, e é o que passaremos analisar como a economia deterá o principal papel na nova ordem, delineando a ação dos Estados e fazendo emergir uma nova facção destes novos atores, que poderá quiçá emergir uma nova fase da história.


5. A GEOECONOMIA COMO DETERMINANTE NAS RELAÇÕES INTERNANCIONAIS DA NOVA ORDEM MUNDIAL E O PAPEL DO ESTADO

            "As guerras militares foram agora substituídas pelos conflitos econômicos". [31]

            Essa máxima que permeará as próximas linhas e demonstrará que a geopolítica clássica, em sua nova vertente encontra na geoeconomia a guerra continuada por outros meios. [32]

            A geoeconomia inaugura ainda o enfraquecimento do Estado, a presença de novos atores e a mudança no enfoque da soberania estatal que justifica a ingerência nos Estados Nacionais face às necessidades globais.

            A visão de Luttwak sobre o papel da economia na nova ordem mundial demonstra que a disputa agora não é mais militar, ideológica, mas sim comercial, tendo neste novo alinhamento a competição entre os EUA, Japão, União Européia, China [33] que se entrepõe para conquista de mercados e tecnologia.

            O mundo agora passaria a ser dominado por "guerras econômicas." [34]

            Thurow com propriedade enfatiza a economia:

            De uma perspectiva geral, substituir um confronto militar por outro econômico já é um progresso. Ninguém morre; vastos recursos não precisam ser desenvolvidos para atividades negativas. O vencedor fabrica os melhores produtos do mundo e desfruta o mais alto padrão de vida do mundo. O vencido consegue comprar alguns desses produtos. [35]

            Devemos deixar claro que o momento histórico que passa transfigurar a alteração do papel da geopolítica remonta pós a 2ª Guerra Mundial, que deixou de herança um aniquilamento econômico por toda a Europa, corroborada pelo ranço entre as nações, podendo conduzir a um novo embate e um enfraquecimento latente, um aumento de conflitos internacionais, estimulando a formação mais uma vez de uma liderança negativa a exemplo do resultado na 1ª Guerra Mundial.

            Paralelamente observa-se que a geoeconomia não nasce somente da crise da geopolítica clássica como já vimos, mas pelo próprio momento histórico do pós guerra, que levou a um investimento econômico que se solidificou com o fim da Guerra Fria e a prevalência do capitalismo.

            Com o fim da Guerra Fria uma nova etapa se firmaria com a ascensão e manutenção do capitalismo, encontrando na globalização campo fértil de ação, mas também a prevalência do poderio americano alterando o foco da política externa que de geopolítica passou a geoeconômica.

            Para entendermos a nova face da geopolítica, a geoeconomia, é preciso entendermos ainda que superficialmente o capitalismo e como ele age.

            Primeiramente observamos que o capitalismo sempre existiu, ocorre que antes obscurecido pelo fascismo, comunismo, tendo inclusive quase desaparecido durante o período da Grande Depressão.

            Ocorre entretanto que pela inviabilidade dos outros sistemas, o capitalismo se manteve e encontrou no fim do comunismo sua total ascensão.

            O capitalismo traz consigo a transformação de algumas concepções - alterações de valores, conceitos, objetivos - como a valorização do conhecimento [36], a liberdade geográfica, a criação de uma economia global independente da nacional e conseqüentemente em dissonância com os interesses de cada Estado, a multipolaridade.

            O capitalismo apresenta-se sozinho na nova ordem mundial encontrando perigo nele menos ocasionado pelas desigualdades que ele provoca necessitando portanto alterar-se para se manter. Neste diapasão o Estado teria o papel de: procurar regular as normas de mercado, impondo regras, sem entretanto frear bruscamente a evolução capitalista, gerir os investimentos, evitar o descontentamento das massas e criar condições, protegendo aqueles que estão vulneráveis a economia, investindo em projetos sociais, educação, qualificação da força de trabalho. [37]

            Na realidade o que ocorre é que a economia global, que rege o capitalismo apresenta um vácuo, destoando dos interesses das economias nacionais e, "ao invés de um mundo no qual as políticas nacionais guiam as forças econômicas, uma economia global leva a um mundo em que as forças geoconômicas extranacionais ditam as políticas nacionais," [38] levando os governos competirem entre si para persuadirem empresas a se instalarem em seu território.

            Neste novo ordenamento onde as empresas surgem como os principais atores no cenário mundial, haja vista terem substituído os Estados ainda que ineficientemente em alguns setores, estes procuram formas de se manterem no jogo de disputa pelo poder mundial.

            Assim, uma empresa quer se instalar em determinado Estado, entretanto as condições daquela localidade se mostram extremamente desvantajosas para vida financeira da empresa, face impostos, mão-de-obra, matéria prima, assim ela procura outros Estados, que sabendo das dificuldades encontradas tendem a compatibilizar, visando sua instalação.

            A empresa não escolhe o Estado por bondade, nem mesmo o Estado adere a certas condições pela mesma razão. O Estado, e mais particularmente o governo local tem interesse na sua instalação, uma vez que com ela surgem empregos, geração de renda, investimento, população satisfeita, e a manutenção deste governo no poder.

            Observa-se que são os novos atores que detém o controle do capital, que regulam a economia global e conduzem as ações dos Estados, reordenando o alinhamento deste, não havendo mais uma ordem a ser seguida, mas as relações se dão de forma "ad hoc", conforme a necessidade e o interesse se locomovem.

            Thurow acredita que para a economia global seria necessário que os Estados abrissem mão de suas soberanias nacionais para harmonizá-la. Ocorre entretanto que nenhum Estado tem interesse nisso.

            Neste diapasão a formação de blocos regionais, onde ocorrem a junção de Estados que se unem pela similaridade de alguns atributos, mas visando precipuamente estarem em condições de competição no cenário mundial.

            Na linha de frente da defesa da difusão do capitalismo sob a ótica globalizante encontramos Kenechi Ohmae que defende a obsolência dos Estados Nacionais com suas fronteiras e a necessidade de superá-las, mas fundamentalmente o fim do papel do Estado como ator regulador das economias nacionais. [39]

            De lado oposto Eric Hobsbawn vê o Estado sofrendo com duas situações: o surgimento de entes supranacionais e esfacelamento de grandes Estados, com formação de Estados menores e portanto fracos para competirem no cenário das relações internacionais.

            Eric coloca ainda que as instituições supranacionais que surgiram no meio do século XX, como a União Européia, termina por ser um desafio ao Estado atual.

            O Estado deveria renascer como autoridade pública representando o interesse público para enfrentar as iniqüidades sociais e ambientais do mercado". [40] "A medida que aumentava o fosso entre ricos e pobres, parecia que aumentaria o espaço para o exercício desse poder global.

[41]

            Se analisarmos o posicionamento do Estado desde o século XVI temos que este primeiramente enfrenta a competição com a Igreja, depois se consolida, após determinado período, tendo no século XVIII a XX estendido seu poder. A partir deste século entra numa fase que passa a perder o controle para a economia mundial.

            A Guerra Fria não trouxe a baila apenas o capitalismo corroborado pelo processo globalizante, mas a imposição da visão da única potência: os EUA, que utiliza-se de instrumentos como Banco Mundial, FMI, ONU para impor os interesses norte americanos as demais nações, não somente de seu governo, mas de suas empresas. Essa lógica leva a ação conjunta de outros países desenvolvidos detentores de capitais a estabelecer suas políticas econômicas.

            São estas políticas que primam a integração econômica, a abertura de mercados, a aceitação da economia mundial globalizante, que conduzem as crises internacionais de seus países, tendo em vista as condições prejudiciais impostas, à medida que as decisões são geralmente visando os interesses do capital e não dos interesses nacionais.

            Importante observar que as organizações financeiras agem em função do capital financeiro internacional e dessa forma condicionam a ajuda aos países a aceitação das normas de especulação, acumulação e perda de sua autonomia, mas que infelizmente em sua grande maioria necessitam dela.

            Há os que defendem que a globalização e a liberalização econômica "facilitará investimentos, acarretará o desenvolvimento de novas tecnologias, mais produtividade e diminuirá a distância entre países em desenvolvimento dos desenvolvidos, [42] mas na realidade só servem de estratégia a estes.

            Em suma a lógica da geoeconomia pauta-se numa nova forma de dominação de países com maior capacidade econômica face àqueles que trazem em seu contexto histórico a lógica do subdesenvolvimento.

            A geoeconomia não funda-se na capacidade militar ou na ação de um Estado, mas sim na manutenção do sistema capitalista que encontra nas empresas seus principais atores e no Estado uma guarida para sua continuidade.

            As empresas transnacionais regem este sistema com sua lógica financeira e determina a ação do Estado, uma vez que estes traçam suas políticas voltadas para um desenvolvimento que em parte é subvencionando por estas ao mesmo tempo que se responsabiliza por viabilizar a estruturação de ações sociais internas, haja vista a forma não igualitária de divisão de poder.

            Nesta nova ordem não temos nenhuma grande nação que se sobrepõe, é óbvio que por enquanto temos a prevalência do poderia americano, haja vista ser o herdeiro principal do capitalismo e disseminador de sua idéia, mas este também vem perdendo seu apogeu com a formação de blocos econômicos e quiçá para suas próprias empresas.

            O que temos é um alinhamento e imposição de potências desenvolvidas que ainda conseguem se manter neste sistema, sugando o restante das forças dos países em desenvolvimento, impondo suas condições para investimento sob o falso pano de fundo de um crescimento sustentado por este, mas que na realidade termina por diminuir o capital, emprego, a estabilidade, diminui a exportação, aumenta a importação e cada vez mais fomenta a possibilidade de um novo colonialismo.

            A geoeconomia realmente é uma das novas geopolíticas do século XXI, que não necessita nem do território ou estratégias militares, que não possuem um centro eurasiático a ser protegido ou conquistado, mas sim que emerge de tudo isso, que necessita da liberalização econômica e política, do fim das fronteiras, da desnecessidade da guerra.

            Curiosamente necessita do Estado Nacional para preencher a lacuna deixada por sua forma especulativa de ação, bem como para impedir que haja a ascensão de um único ator dotado de poder unívoco.

            Logo, a geoeconomia secundariza o Estado, mas não dispensa, ela redefine a nova lógica de poder.

Sobre a autora
Tatiane Mendes Ferreira

advogada, pós-graduda em Direito Internacional e Relações Internacionais pela UNIMEP de Piracicaba

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

FERREIRA, Tatiane Mendes. A geoeconomia como determinante nas relações internacionais da nova ordem mundial. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 10, n. 763, 6 ago. 2005. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/7109. Acesso em: 22 nov. 2024.

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