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O jogo "da verdade". Sérgio Moro "patriota" versus Glenn Greenwald "drogado"

Agenda 31/07/2019 às 14:32

Sérgio Moro é considerado patriota. Glenn, por causa #Vaza Jato, tem sofrido ataques dos defensores de Moro. E os ataques ao jornalista vão de homofobia até desrespeito aos dependentes químicos

URGENTE: Glenn Greenwald é internado às pressas no Rio de Janeiro

A Clínica São Vicente, na Gávea, Rio de Janeiro, confirmou ao Terça Livre na madrugada desta sexta-feira (26/7), que Glenn Edward Greenwald, jornalista do Intercept, foi internado lá às pressas e transferido em seguida para o Hospital Samaritano, no Botafogo, também no Rio de Janeiro.

De acordo com informações de fontes anônimas fornecidas a este portal, ele teria sofrido um infarto no final de semana, por consumo excessivo de cocaína. Ainda segundo informações, ele teria chegado inconsciente à unidade médica, mas já se encontra consciente.

Uma outra fonte informou que ele possui histórico de internações na Clínica São Vicente por abuso de drogas.

Até o fim desta matéria, por contato telefônico, o Hospital Samaritano recusou-se a informar se ele ainda se encontra lá. 


A notícia teve vários comentários. Contra, ataque da ultradireita contra Glenn Greenwald. A favor, a esquerda quer soltar Lula.

Como digitei em outro artigo, as liberdades de expressão e de imprensa devem ser garantidas, sem censuras prévias. Há, no ordenamento jurídico brasileiro, normas para responsabilizar, em caso de calúnia, difamação e injúria, por notícias falsas, desde de que hajam dolo e "vontade séria e inequívoca".

No Jornal da Cidade on-line:

"Deputada Bia Kicis afirma que Gleen realmente foi internado por overdose de cocaína." (https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/15689/deputada-bia-kiscis-afirma-que-gleen-realment...)

No site há o vídeo da deputada comentando sobre a veracidade de que Glenn Greenwald foi internado por overdose de cocaína.(https://youtu.be/ov0_4aw-geU).

Temos as liberdades, de imprensa, por parte do Estadão, Globo e Cidade, de expressão, da deputada e de quem acreditou ou não acreditou na internação de Glenn Greenwald.

A deputada falou em "PTralhas", "esquerdista" e, em tom irônico, que Glenn Greenwald foi, sim, internado por overdose de cocaína. Exaltou o ministro Sérgio Moro e Lava Jato.

Pois bem, qual maior valor, ético, há para uma democracia erguida sobre os pilares dos Direitos Humanos: 1) condenar quem usa cocaína; 2) proteção das liberdades para impedir prisões arbitrárias por ideologia política.

Numa democracia consolidada, em defesa e preservação dos Direitos Humanos, o dependente químico recebe toda solidariedade possível dos nacionais. A ética, nas instituições e órgãos democráticos, é defendida por todos os nacionais, e uníssonos possuem um Norte, o Estado de Direito, com a imparcialidade do juíz.

Justificar que Glenn Greenwald é usuário de droga (cocaína) para desacreditar o profissionalismo de Glenn, sem sentido algum para a democracia pautada nos Diretos Humanos, é prejudicial ao desenvolvimento dos direitos humanos e oportunidade para fomento de ideologias, política e religiosa. O Estado é laico. A política deve se guiar pelos direitos humanos.

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Mesmo que seja verdade sobre internação de Glenn Greenwald por overdose, numa sociedade assentada sobre os pilares do cristianismo, princípios de Jesus Cristo, e não "olho por olho" do Antigo Testamento, não há nenhuma oportunidade de tripudiar. O mesmo quando a sociedade é baseada na defesa dos direitos humanos.

São gravíssimos, o tripudiar sobre usuário de cocaína, caso seja verdade no caso de Glenn Greenwald, ou qualquer usuário de droga, como ocorreu com Fábio Assunção, as tentativas de pararem o Vaza Jato.

Estadão e Veja participação das checagens dos vazamentos, e Veja já foi considerada como de "direita". Como já me pronunciei em outro artigo, provas ilícitas, mas sem manipulações em seus conteúdos, não devem ser descartadas.

Existem: 1) verificação da imparcialidade, ou parcialidade, de juíz e a preservação do Estado de Direito; 2) prova ilícita como oportunidade de se comprovar condenação arbitrária e defesa da dignidade do condenado.

Em outro artigo dissertei sobre Patriotismo, muito diferente de Nacionalismo. Este possui conteúdo de privilegiar os "iguais" e condenar os "desiguais". Por exemplo, proteção de quem pratica e defende determinada ideologia política, religião. Aos "não patriotas" e aos "hereges de outras religiões", o Código Penal do Inimigo.

Patriotismo defende e garante liberdades, de crença, de imprensa, de expressão, de comportamento sexual, de manifestações contra qualquer ato limitando a liberdade individual de certos grupos, como os direitos humanos das minorias.

Não podemos esquecer: Glenn Greenwald é casado com outro homem adotaram crianças. No Nacionalismo brasileiro, de tradição judaico-cristã, o casal já sofreu inúmeras ofensas por parte dos "escolhidos por Deus".

Qualquer ataque por Glenn Greenwald ser usuário de cocaína, se for realmente, comprova que o Brasil vivência o nacionalismo, ideologia, política e religiosa, que trouxe, no passado, dor, morte, racismo, e todas as mazelas do ser humano sem o verniz civilizatório.

Sobre o autor
Sérgio Henrique da Silva Pereira

Articulista/colunista nos sites: Academia Brasileira de Direito (ABDIR), Âmbito Jurídico, Conteúdo Jurídico, Editora JC, Governet Editora [Revista Governet – A Revista do Administrador Público], JusBrasil, JusNavigandi, JurisWay, Portal Educação, Revista do Portal Jurídico Investidura. Participação na Rádio Justiça. Podcast SHSPJORNAL

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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