O agente militar irianiano Qassim Suleimani, morto recentemente, por ordem de Trump, certamente, estava envolvido num dos mais covardes atentados praticados pelo regime teocrático do Irã.
Foi o bombardeio da AMIA, um delito de terrorismo praticado contra a comunidade judaica na Argentina.
Ocorreu em Buenos Aires em 18 de julho de 1994, matando 85 pessoas e ferindo centenas. Foi o atentado mais mortal da Argentina. O país é o lar de uma comunidade judaica de 230.000 pessoas, a maior da América Latina e sexta do mundo fora de Israel.
O ato terrorista foi provocado por uma van carregada com 400 quilos de explosivos, deixando 85 mortos e 300 feridos. Esse foi o mais sangrento atentado da história argentina. Dois anos antes, outro atentado destruiu o prédio da embaixada de Israel em Buenos Aires.
A principal suspeita recaiu sobre o Irã, acusado de dar apoio estratégico para o Hezbollah organizar o atentado. Os dois negam. O ataque teria sido realizado por Ibrahim Hussein Berro, um militante do grupo que tem uma placa em homenagem ao seu martírio no Líbano. Mas segundo o Hezbollah, ele morreu em conflitos com o Exército israelense. Membros da polícia de Buenos Aires também foram considerados suspeitos, mas depois foram inocentados.
Em 25 de outubro de 2006, os procuradores argentinos Alberto Nisman e Marcelo Martínez Burgos acusaram formalmente o governo do Irã de planejar o bombardeio e a milícia do Hezbollah de realizá-lo.
Na cadeia de autoria, dentro do domínio do fato criminoso, estava o ex-presidente Ali Bahrami Rafsanjani (1989–1997) do Irã.
De acordo com os pedidos da promotoria em 2006, a Argentina foi alvo do Irã após a decisão de Buenos Aires de suspender um contrato de transferência de tecnologia nuclear para Teerã.
Estranhamente, dias antes de dar entrevista onde mostraria a implicação do governo de Cristina Kirchner com o acobertamento das investigações, Alberto Nisman foi encontrado morto. O governo peronismo, que acobertou o crime hediondo e covarde, avisou que foi suicídio. Foi assassinato.
A teocracia iraniana tem vários crimes em suas costas. O de terrorismo, na AMIA, permanece impune. E certamente permanecerá com o governo peronismo de esquerda que lá se instalou.
Qassim Suleimani, morto no dia 3 de janeiro, por ordem de Trump, era um frio assassino a serviço da teocracia xiita que governa, desde 1979, o Irâ.
A cúpula do governo do Irã, em ação junto com o Hezbollah, teriam feito este atentado no qual - isso é evidente - teria a colaboração com algum setor de dentro da Argentina. Foi um atentado de complexa realização.
Alberto Nisman não se suicidou. A Câmara Federal de Buenos Aires, um tribunal de segunda instância, considerou provado que durante a noite de 18 de janeiro de 2015 o promotor que investigava o atentado terrorista contra a entidade judaica AMIA foi assassinado com um tiro na cabeça em seu apartamento de Puerto Madero. O crime, segundo os juízes, foi “consequência direta da denúncia” por suposto acobertamento do atentado que ele havia formulado contra a então presidenta Cristina Fernández de Kirchner. A sentença nem sequer cita Kirchner, mas ordena ao juiz do caso Nisman que se concentre na hipótese do homicídio “com a celeridade e seriedade que tão grave fato impõe”. A Câmara Federal deu assim pleno respaldo à posição adotada desde o primeiro dia pela família do promotor.
Dias antes de morrer, o promotor Alberto Nisman – que era encarregado do caso desde 2004, preparava-se para detalhar uma grave denúncia contra a presidente da Argentina e seus ministros de relações exteriores, alegando que ambos teriam articulado um pacto internacional para deixar impunes os suspeitos do atentado. Falou-se que haveria um acordo entre o governo daquele País e a Argentina (acordo secreto), que visaria a fortalecer laços comerciais entre as duas Nações, acomodando as suspeitas em torno do caso.
No processo, Nisman falou em vantagens comerciais para a Argentina, que poderia vender grãos ao Irã e comprar petróleo mais barato. Reportagem da revista “Veja”, com ex-integrantes do governo de Hugo Chaves, da Venezuela, sugere que o acordo poderia incluir também o pagamento de propina a integrantes do governo em troca de tecnologia nuclear.
Noticiou-se que essas investigações teriam apontado autoridades do primeiro escalão do governo do Irã.
Trabalhou-se com duas hipóteses. Uma era a chamada “pista síria” e, segundo esta, o atentado teria sido uma resposta do governo sírio a Menem, depois que este cancelou uma venda de reatores nucleares àquele país. A outra, que é a que Nisman achava a correta, era a “pista iraniana”: o atentado teria sido obra do Hizbullah, com apoio do governo do Irã, após a decisão argentina de suspender um acordo de transferência de tecnologia nuclear ao país.