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Holocausto: 10 questões relevantes a serem respondidas

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Agenda 26/01/2022 às 23:55

O que foi o Holocausto? Qual era a base ideológica do nazismo? Quem foram seus colaboradores?

INTRODUÇÃO

Dia 27 de janeiro é o Dia da Memória das Vítimas do Holocausto.

Assim, surgem algumas perguntas que serão respondidas neste trabalho.

  1. O que foi o Holocausto?

  2. Qual era a base ideológica do regime nazista?

  3. Quem foram seus colaboradores?

  4. Quem foram suas vítimas?

  5. Houve resistência alemã ao nazismo?

  6. Ocorreram outros genocídios semelhantes após o Holocausto?

  7. Quais são alguns entendimentos equivocados sobre o nazismo?

  8. Como a Alemanha lida com o passado nazista?

  9. O Brasil tem alguma ligação histórica com o Holocausto?

  10. Onde se pode buscar mais informações sobre o assunto?


1 - O que foi o Holocausto?

O Holocausto foi perpetrado pelo regime nazista liderado por Adolf Hitler na Alemanha, no período de 1933-1945. Cerca de 6 milhões de judeus foram mortos. Estipula-se que os nazistas teriam assassinado, aproximadamente, 11 milhões de pessoas, seja por meio dos campos de concentração e extermínio, bem como pelos seus esquadrões de extermínios que acompanhavam o exército nazista por toda a Europa, no contexto da II Guerra Mundial (1939-1945).

No dia 27 de janeiro de 1945 ocorreu a libertação dos prisioneiros do maior campo de extermínio nazista chamado Auschwitz, o qual ficava na Polônia e morreram mais de 1.500.000 pessoas. Por isso, o dia 27 de janeiro foi escolhido como o Dia da Memória das Vítimas do Holocausto.


2 - Qual era a base ideológica do regime nazista?

Eugenia e racismo:

Eugenia - do grego eu (bom) + genia (nascimento). Os nazistas aplicaram a chamada eugenia negativa, isto é, a eliminação de seres humanos considerados por eles inferiores para impedir o nascimento de pessoas supostamente degeneradas. A eugenia nazista tinha caráter racista, pois os mesmos classificavam os seres humanos em superiores e inferiores levando em consideração sua origem racial e étnica.

Na visão do nazismo, no topo estavam os chamados arianos (povos dos quais os alemães supostamente teriam descendidos), e os mais inferiores e corrompidos seriam os judeus. Essa concepção se baseava na teoria evolucionista de Darwin, de que a suposta evolução da humanidade ocorreria com a seleção natural dos mais aptos e a extinção dos inaptos. A ideia dos nazistas era acelerar essa seleção dita natural. Nesta concepção, os nazistas também encaravam as pessoas com deficiência física e/ou mental como um peso para a sociedade e passaram a esterilizá-las e exterminá-las.

Cartaz nazista retratando pessoas deficientes como um peso para a sociedade

[Foto: Museu Memorial do Holocausto de Washington (EUA)]

Militarismo:

Fortalecimento das forças armadas e arregimentação da sociedade civil com mentalidade militar. Um exemplo foi a incorporação de crianças e adolescentes ao movimento Juventude Hitlerista a partir dos 6 anos de idade, com o objetivo de receber doutrinação nazista e desenvolver atividade paramilitar.

Manifestação da Juventude Hitlerista

[Foto: Museu Memorial do Holocausto de Washington (EUA)]

Expansionismo:

Hitler defendia que as raças superiores (no caso a ariana) teriam o direito de dominar e desenvolver o território de povos considerados inferiores. Essa ideologia (que ficou conhecida como a Teoria do Espaço Vital), foi usada para tentar justificar a invasão do exército nazista a diversos países europeus, o que resultou na II Guerra Mundial.

Totalitarismo Estatal:

Controle do Estado sobre toda produção social, cultural e ideológica. Dentre estes se destaca o controle dos meios de comunicação e a violenta repressão a críticos ou opositores do regime.

Antissemitismo:

Essa característica será explicada na pergunta número 4, sobre as vítimas do Holocausto.


3 - Quem foram seus colaboradores?

Henry Ford sendo condecorado com a Cruz da Ordem de Mérito da Águia Alemã pelos nazistas.

[Foto: Aventuras na História]

A construção do Holocausto contou com o apoio de parte do empresariado e da comunidade científica alemã e até mesmo de grupos de fora da Alemanha. Por exemplo, a IBM ajudou os nazistas a catalogarem suas vítimas, a Bayer, Basf e Hoescht tinham na Alemanha a empresa IG Farben que fornecia o gás Zyclon B usadas nas câmaras de gás e auxiliava as experiências médicas nos campos nazistas. A Siemens e a sua sócia General Eletric utilizaram os próprios prisioneiros dos campos de extermínio para construir suas câmaras de gás e várias outras se beneficiaram de trabalho escravo (incluindo Volkswagen, Kodak e Hugo Boss).

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Fora da Alemanha, destacou-se o famoso empresário americano Henry Ford. Ford teria participado da publicação do livro O Judeu Internacional, o qual acusava os judeus de serem conspiradores universais. Essa também era a teoria de Hitler, o qual teria usado a referida obra como fonte bibliográfica em seu livro Minha Luta. Hitler era um admirador público de Henry Ford. A empresa Ford estreitou laços comerciais com a Alemanha no período nazista, sendo uma das maiores exportadoras. Mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, Henry Ford continuou exportando maquinário para o regime nazista, principalmente caminhões, que foram usados para a guerra.

A comunidade científica e médica alemã recebeu de forma entusiasta as leis nazistas eugênicas e de purificação racial. O terror vigia nos campos nazistas com os mais variados experimentos médicos, nos quais os prisioneiros eram tratados como meras cobaias, sendo negada sua condição humana.

Prisioneiro sendo submetido a experimento médico em banheira congelada em campo nazista

[ Foto: BBC]

Em decorrência de tais atrocidades, houve após a II Guerra Mundial o Julgamento de Nuremberg dos Médicos, no qual 23 pessoas (sendo 20 propriamente médicos) foram levados a julgamento. No entanto, um dos maiores sanguinários não esteve presente no referido julgamento. O médico Josef Mengele conseguiu fugir da Alemanha após a II Guerra Mundial para a Argentina, morrendo em Bertioga, SP (Brasil).

Por fim, mesmo nos países invadidos pelos nazistas, infelizmente, houve simpatizantes do nazismo que entregaram judeus e outras vítimas para os nazistas.


4 - Quem foram suas vítimas?

[Foto: Site do Museu do Holocausto de Washington (EUA)]

Conforme a imagem acima, os nazistas tinham um sistema de identificação de suas vítimas que consistia no uso de triângulos invertidos nos uniformes dos prisioneiros. Assim, os prisioneiros podiam ser identificados por grupos de acordo com a cor do triângulo. Segue abaixo a classificação:

TRIÂNGULO VERMELHO - OPONENTES POLÍTICOS:

Aqui, se destacam comunistas e socialdemocratas. No período de 1933-1934 os nazistas, por meio de diversas manobras políticas, assumiram o controle absoluto da Alemanha e dissolveram essas organizações. Na realidade, neste grupo também se incluem os próprios alemães que eram adeptos de ideologias políticas contrárias ao nazismo. Da mesma forma, muitos soldados soviéticos se tornaram prisioneiros e em alguns campos receberam este símbolo.

TRIÂNGULO VERDE - CRIMINOSOS HABITUAIS:

Neste grupo se incluem aqueles que eram considerados uma ameaça a sociedade e ao regime nazista. Isto se aplicava até mesmo aos cidadãos alemães.

TRIÂNGULO AZUL - IMIGRANTES:

Trata-se de estrangeiros que eram ideologicamente contrários ao regime nazista. Pode ser citado, como exemplo, os espanhóis socialistas que fugiram da Espanha após a Guerra Civil Espanhola, a qual culminou na ascensão ao poder do General Franco com apoio do nazismo. Conforme os nazistas invadiram diversos países da Europa, muitos deles ficaram sob domínio nazista.

TRIÂNGULO ROXO - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ:

As Testemunhas de Jeová se recusavam a fazer a saudação nazista Heil Hitler! (que pode ser traduzida como Salve, Hitler! ou a salvação pertence a Hitler). Da mesma forma, se recusavam a se filiar em organizações civis que tinham ligações com o partido nazista (como por exemplo, a Juventude Hitlerista), denunciavam os campos de concentração e extermínio por meio de suas publicações, não prestavam serviço militar e se recusaram a apoiar a propaganda antissemita nazista.

TRIÂNGULO ROSA HOMOSSEXUAIS (HOMENS):

O triângulo rosa se aplicava aos homossexuais do sexo masculino, uma vez que as do sexo feminino eram identificadas com o triângulo preto. O homossexualismo era visto como uma ameaça a pureza do sangue ariano e dos hábitos saudáveis. Em 1936, foi montado um Escritório para o Combate do Homossexualismo pelo regime nazista.

TRIÂNGULO PRETO - ELEMENTOS ANTISSOCIAIS:

Entre estes haviam deficientes físicos e mentais. Os nazistas os consideravam uma influência degenerativa ao povo alemão e entendiam que os mesmos eram um peso ao orçamento governamental. Cerca de 200.000 deficientes foram mortos pelos nazistas, sendo a maioria em clínicas clandestinas. Também foram incluídos como elementos antissociais as lésbicas, anarquistas, mendigos e alcoólatras.

TRIÂNGULO MARROM - CIGANOS:

A política racial nazista considerava-os uma ameaça a pureza da raça e do sangue ariano. Cerca de 200.000 a 500.000 ciganos foram assassinados por toda a Europa.

TRIÂNGULOS AMARELOS SOBREPOSTOS - JUDEUS:

No que diz respeito aos judeus se destacava um aspecto da ideologia nazista o antissemitismo. O termo antissemitismo vem de anti (contra) semita (descendentes de Sem, filho de Noé na narrativa bíblica). Os judeus descendem de Sem, por isso são um povo semita. Assim, o termo antissemitismo ou antissemita tem sido aplicado para designar os movimentos que pregam a aversão ou o ódio aos judeus (como foi o nazismo). Esses triângulos sobrepostos formam a Estrela-de-Davi símbolo do judaísmo. No centro da estrela é possível ver a palavra Jude que em alemão significa judeu.

Da mesma forma, os poloneses e demais povos do leste europeu (como ucranianos e russos), sofreram terrivelmente durante a ocupação nazista de seus territórios. Os negros alemães (e de outras nacionalidades) também foram vítimas da cruel política racista nazista.

Havia também pessoas que se organizaram em grupos paramilitares para combater ou sabotar os esforços de guerra nazistas. Os mais conhecidos são chamados de partisans ou partisanos. Este termo as vezes tem sido aplicado aos membros da resistência francesa, iugoslava, judaica, entre outros. O termo muitas vezes é utilizado de forma bem genérica e com difícil precisão histórica. O fato é que tem sido associado a movimentos de resistência ao nazismo, geralmente armados.


5 - Houve resistência alemã ao nazismo?

Sim. Essa questão é importante pois demonstra que há possibilidade de o ser humano agir conforme bons preceitos éticos e morais de sua consciência, e não simplesmente de acordo com a maioria.

Movimento Rosa Branca:

O Movimento Rosa Branca foi fundado por jovens estudantes da Universidade de Munique (Alemanha). Esses jovens alemães queriam denunciar a natureza criminosa do regime nazista e conclamar a nação alemã a se revoltar contra o partido nazista para restabelecer as liberdades individuais. De início faziam pichações pelos muros da universidade, bem como pela cidade com mensagens antinazistas. Porém, depois começaram a distribuir panfletos atacando o nazismo.

Dois dos seus líderes foram Hans Scholl e sua irmã Sophie Scholl. Ambos foram pegos distribuindo panfletos do movimento. Isso resultou na prisão e morte dos dois. O movimento foi duramente reprimido pelos nazistas. Hoje, há um Memorial na Universidade de Munique em homenagem aos irmãos Scholl e ao movimento Rosa Branca.

Os jovens Irmãos Scholl.

Líderes do Movimento Universitário Rosa Branca em Munique (Alemanha)

[Foto: DW]

Testemunhas de Jeová (Triângulos Roxos):

As Testemunhas de Jeová se recusavam a encarar Hitler como seu Führer (palavra alemã que pode ser traduzida como líder). Não faziam a saudação nazista (Heil Hitler!), por encararem como um ato de adoração. Na concepção delas, o único a ser adorado é Deus (na Bíblia chamado de Jeová). A crença delas é que o líder designado por Jeová Deus é Jesus Cristo. No dia 14 de novembro de 1934, o jornal The New York Times publicou uma manchete intitulada Nosso Führer não é Hitler, mas é Jesus Cristo, noticiando a condenação de duas mulheres Testemunhas de Jeová à prisão por falarem essas palavras em um tribunal na cidade de Dortmund (Alemanha).

Milhares delas foram interrogadas, presas e enviadas aos campos nazistas. Como em sua maioria eram alemães, os nazistas nutriam muito ódio e as consideravam traidoras. Os nazistas fizeram algumas Testemunhas de Jeová desfilarem com cartazes pela cidade com a frase: Sou um patife: eu sou um traidor da pátria. Durante o inverno rigoroso nos campos nazistas, muitas eram encharcadas de água e deixadas ao relento na tentativa de fazerem assinarem um documento renunciando a sua fé religiosa. Vários filhos de Testemunhas de Jeová foram retirados da guarda de seus pais para criá-los fora do ambiente religioso de sua família e pressioná-los a aceitar a ideologia nazista.

Testemunha de Jeová alemã Helene Gotthold.

Interrogada grávida pelos nazistas em 1937, perdeu o bebê.

Por fim, em 1944 foi executada na guilhotina em Berlim

[Foto: JW.org]

Testemunha de Jeová alemão Gerhard Liebold.

D ecapitado na prisão de Brandemburgo (Alemanha),

dois anos após a decapitação do seu pai no mesmo local

[ Foto: JW.org]

Oponentes políticos e a Orquestra Vermelha:

Para assumir o poder absoluto na Alemanha, Hitler perseguiu diversos oponentes políticos, em especial os socialdemocratas e os comunistas. Em fevereiro de 1933, após o incêndio do Reichstag (parlamento alemão), os nazistas culparam os comunistas e lançaram o partido comunista alemão na clandestinidade. Mais do que isso, os reprimiram violentamente. O mesmo ocorreu com o Partido Socialdemocrata Alemão quando Hitler assumiu o poder absoluto em 1934.

Também havia vários grupos antinazistas, alguns de espionagem soviética, que atuaram na Alemanha e que ficaram conhecidos como Orquestra Vermelha. O mais famoso deles foi coordenado pelo polonês Leopol Treper, o qual junto com a resistência alemã passava informações do exército nazista para seus inimigos.

A conspiração no Exército alemão:

Dentro do próprio exército alemão havia opositores a Hitler. Alguns tinham receio de que Hitler levasse a Alemanha para mais uma grande guerra no continente europeu (o que de fato ocorreu). Outros não gostavam de seu caráter ditatorial. Haviam aqueles que também não suportavam sua ideologia. De fato, os conspiradores planejaram diversos atentados a vida de Hitler. O mais destacado destes foi o de 20 de julho de 1944, quando o coronel Claus Von Stauffenberg numa reunião militar deixou uma mala com bombas perto de Hitler. No entanto, Hitler saiu do local da reunião antes de a mesma explodir.

O coronel do exército alemão Stauffenberg realizou um atentado contra Hitler sem sucesso em 1944

[ Foto: DW]

Na contramão do clero (Dietrich Bonhoeffer e Martin Niemöller):

A história mostra que tanto a Igreja Católica quanto o clero protestante apoiaram Hitler. Inclusive o Vaticano fez uma concordata com Hitler em 1933 e os protestantes também fizeram alianças com o regime. No entanto, Bonhoeffer e Niemöller andaram na contramão do clero.

Bonhoeffer era pastor luterano. Ao discordar da posição pró-nazista tomada pelas igrejas evangélicas alemãs, fundou a Igreja Confessante Alemã e depois se uniu a um grupo antinazista junto com um general alemão chamado Hans Oster. Foi preso em 1943 por ajudar judeus a fugir da Alemanha e acabou sendo enforcado na prisão de Flossenbürg em 1944.

Niemöller também era pastor luterano. No início admirava o espirito nacionalista dos nazistas. Porém, com o tempo se distanciou do regime ao ver a tentativa de Hitler controlar a vida religiosa na Alemanha e, assim como Bonhoeffer, se revoltou com a posição pró-nazista da maior parte dos clérigos nas igrejas evangélicas alemãs. Também participou da fundação da Igreja Confessante. Passou a proferir sermões criticando o regime nazista. Por fim, passou sete anos nos campos de concentração de Sachsenhausen e Dachau.

Dietrich Bonhoeffer

[Foto: Unisinos]

Martin Niemöller

[Foto: USHMM]

Salvando judeus (Wilm Hosenfeld e Oskar Schindler):

Durante a ocupação nazista, houve pessoas que arriscaram suas vidas para proteger judeus e outras vítimas do nazismo. Nunca saberemos de todos os relatos. A grande maioria se trata de heróis anônimos ou objetores de consciência desconhecidos do regime nazista. No entanto, existem algumas histórias conhecidas.

Dentre elas temos a curiosa história do capitão do exército nazista Wilm Hosenfeld, o qual durante a ocupação nazista da Polônia ajudou muitos judeus a escaparam do extermínio, bem como tratava os poloneses de forma cordial. Infelizmente, acabou morrendo num campo de prisioneiros soviético após a guerra em decorrência de sua ligação com o regime nazista.

Outra história conhecida foi a de Oskar Schindler narrada no famoso filme A lista de Schindler de Steven Spilberg. Nascido na antiga Thecoslováquia, mas de nacionalidade alemã, se tornou membro do partido nazista e, de início, explorou a mão-de-obra de prisioneiros de campos de concentração fazendo fortuna. Depois, gastou sua fortuna para salvar mais de 1.200 judeus do extermínio.

Hosenfeld segurando um garoto polonês

[Foto: SegundaGrandeGuerraWW2.blogspot.com]

Oskar Schindler

[ Foto: DW]

O homem da foto (August Landmesser):

[Foto: O homem que não saudou os nazistas, O Globo (arquivo on line)]

A foto mostra um homem que se recusa a fazer a saudação nazista. A identidade deste homem tem sido atribuída a August Landmesser, o qual foi identificado por sua filha nesta foto. Landmesser ingressou no partido nazista em 1931 para conseguir emprego. No entanto casou-se com uma judia e teve duas filhas. Seu casamento não foi reconhecido pelas leis nazistas.

Numa cerimônia de inauguração de um navio, que contou com a participação de Hitler, se recusou a realizar a saudação. Acredita-se que Landmesser morreu em 1944 numa batalha na Croácia. Em 1951, o governo alemão reconheceu seu casamento com sua esposa judia (na época também falecida), a fim de possibilitar que suas filhas utilizassem seu sobrenome, se assim desejassem.

Sobre o autor
Bruno Marini

Professor de Direitos Humanos, Biodireito e Bioética na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande (MS), Doutorando em Saúde (UFMS), Mestre em Desenvolvimento Local (UCDB) e Especialista em Direito Constitucional (UNIDERP).

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

MARINI, Bruno. Holocausto: 10 questões relevantes a serem respondidas. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 27, n. 6783, 26 jan. 2022. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/96111. Acesso em: 18 nov. 2024.

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