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Arquitetura e Destruição: análise

Agenda 23/08/2014 às 09:45

Relações entre o conteúdo do documentário "Arquitetura da destruição" com as teorias filosóficas jurídicas nacionalistas e autoritárias do séc. XX.

O filme “Arquitetura e Destruição”[1] (1989) retrata a história e a ideologia do nazismo, apresentando, inclusive uma faceta em certo modo desconhecida desse movimento: a concepção artística do nazismo acerca da política e da vida como um todo. A fundação do nazismo bem como a formação de Hitler, segundo o filme, sempre sofreram influências direta das artes e de todo o conceito de estética diretamente vinculado à pintura, escultura e arquitetura, por exemplo.

Consoante é mostrado nas imagens do documentário, a ideia de Hitler e, consequentemente, do nazismo sempre foi a busca por fazer com que a pureza e estética das artes se tornassem reais. Buscou-se construir enormes edificações segundo os critérios clássicos de arquitetura e beleza (estruturas circulares e quadradas, remontando ao período clássico das artes), fez-se diversas exposições de arte que valorizava o belo clássico e desprezava o desproporcional.

O filme também apresenta que os judeus foram escolhidos e indicados pelo movimento nazista como um povo sem higiene e passível de todo o desprezo que pudesse ser dirigido a alguém. Hitler lança, com o nazismo, uma campanha de “limpeza étnica” (eugenia), valorizando a “raça” ariana em detrimento dos judeus.

Algumas correntes filosóficas que se destacaram na primeira metade do século XX foram as correntes de pensamentos românticos e historicistas, presentes principalmente na Alemanha. Tais correntes possuiam um forte cunho nacionalista e popular, principalmente voltadas para o pensamento e identidade coletivas. A identidade do povo era fruto do pertencimento à nação.

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Um dos grandes expoentes da tese nacionalista é o filósofo Carl Schmitt, que defendia a teologia política, segundo a qual a Constituição seria a identidade material do poder. Segundo tal teoria, o Estado estava desunido e precisaria de um governante, o qual promoveria tal união. Decorrente dessa necessidade de união, surgiu a expressão fascismo, que significa “feixes que se unem”.

Schmitt também sustentava que a verdadeira democracia somente poderia ocorrer numa ditadura, em que o governante terá força suficiente para poder criar uma identidade entre governante e governados. O filósofo Burke também partilhava de tal ideologia, considerando que o Estado deveria ser um Estado corporativo, em que os sindicatos eram controlados por esse Estado, em prol do bem comum.

Nesse sentido, pode-se relacionar a postura adotada por Hitler e o nazismo com aquela referente aos filósofos nacionalistas, que apresentavam sua doutrina e ideologia como sendo a correta. Mais, indicavam que aquilo que se distanciava do que acreditavam era uma visão errada e que deveria ser rechaçada e desprezada.


[1] Undergångens arkitektur (1989). Dirigido e escrito por Peter Cohen.

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