Abusos no Brasil

Resumo:


  • O Brasil enfrenta desafios significativos com vários tipos de abusos, incluindo violência doméstica, abuso infantil e abuso sexual, com altas taxas de incidência e subnotificação.

  • As vítimas de abuso frequentemente sofrem com traumas duradouros, problemas de saúde mental e emocional, além de impactos econômicos decorrentes dos custos de tratamento e perda de produtividade.

  • Para combater os abusos, é necessária uma abordagem abrangente que envolva educação, campanhas de conscientização, fortalecimento do sistema judiciário e criação de redes de apoio eficazes para as vítimas.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

RESUMO

O Brasil tem enfrentado desafios significativos relacionados a diversos tipos de abusos, que afetam profundamente a sociedade e a qualidade de vida de seus cidadãos. Estes abusos abrangem uma ampla gama de áreas, incluindo abuso infantil, violência doméstica, abuso sexual, abuso de poder por agentes do Estado entre outros. Como resultado, as estatísticas sobre abusos no Brasil são preocupantes. De acordo com dados de organizações e pesquisas, em média, uma em cada quatro mulheres brasileiras sofre violência doméstica ao longo de suas vidas. Além disso, casos de abuso infantil são frequentemente notificados, destacando uma realidade angustiante para muitas crianças. As taxas de abuso sexual também permanecem elevadas, com um grande número de casos não sendo reportados devido ao estigma associado e à falta de confiança no Sistema Jurídico. Nesse sentido, os abusos têm um impacto profundo em diversos aspectos da sociedade brasileira. Em nível pessoal, as vítimas de abuso muitas vezes enfrentam trauma duradouro, problemas de saúde mental e emocional, além de dificuldades nas relações interpessoais. Além disso, a violência doméstica e o abuso infantil contribuem para um ciclo intergeracional de problemas, perpetuando padrões de comportamento prejudiciais ao longo das gerações. Em termos econômicos, os custos associados aos abusos são significativos. Os gastos com saúde para tratar vítimas de abuso, a perda de produtividade no trabalho devido ao trauma e a sobrecarga dos sistemas judiciais e de assistência social colocam um bônus considerável sobre os recursos públicos e privados. Por consequência, enfrentar o problema dos abusos no Brasil requer uma abordagem abrangente que envolva ações de diversos setores da sociedade. Isso inclui investimentos em educação para prevenir o abuso, campanhas de conscientização, como o agosto Lilás, que trata sobre essa temática, para tentar reduzir o estigma associado a denúncias e vítimas, fortalecimento das instituições judiciais para garantir que os agressores sejam responsabilizados e a criação de redes de apoio eficazes para as vítimas, aqui podemos incluir as Delegacias de Apoio a Mulher em todas as cidades brasileiras. Ademais, os abusos no Brasil representam um desafio complexo que demanda esforços coordenados em várias frentes. Enfrentar esse problema não apenas reduzirá o sofrimento humano, mas também contribuirá para a construção de uma sociedade mais saudável, igualitária e próspera. Com a conscientização, ação governamental efetiva e participação da sociedade civil, é possível criar um ambiente mais seguro e justo para todos os brasileiros.

Palavras-chave: Abuso de poder; Sociedade; Violência doméstica; Falta de confiança no sistema de justiça; Assistência social.

ABSTRACT

Brazil has faced challenges related to various types of abuse, which profoundly affect society and the quality of life of its citizens. These abuses cover a wide range of areas, including child abuse, domestic violence, sexual abuse, abuse of power by state agents, among others. As a result, statistics on abuse in Brazil are worrying. According to data from organizations and research in the media, one in four Brazilian women suffers domestic violence throughout their lives. Furthermore, cases of child abuse are frequently reported, highlighting a distressing reality for many children. Rates of sexual abuse also remained high, with a large number of cases going unreported due to the associated stigma and lack of trust in the Legal System. In this sense, abuses have a profound impact on several aspects of Brazilian society. On a personal level, victims of abuse often face lasting trauma, mental and emotional health issues, and difficulties in interpersonal relationships. Furthermore, domestic violence and child abuse contribute to an intergenerational cycle of problems, perpetuating harmful patterns of behavior across generations. In economic terms, the costs associated with abuse are significant. Health care costs to treat victims of abuse, lost work productivity due to trauma, and strain on the justice and social assistance systems place a considerable burden on public and private resources. Consequently, tackling the problem of abuse in Brazil requires a comprehensive approach that involves actions from different sectors of society. This includes investments in education to prevent abuse, awareness campaigns, such as August Lilás, which deals with this issue, to try to reduce the stigma associated with complaints and victims, strengthening judicial institutions to ensure that aggressors are held accountable and the creation of effective support networks for victims, here we can include the Women's Support Police Stations in all Brazilian cities. Furthermore, abuses in Brazil represent a complex challenge that demands coordinated efforts on several fronts. Addressing this problem will not only reduce human suffering, but also contribute to building a healthier, more equitable and prosperous society. With awareness, effective government action and civil society participation, it is possible to create a safer and fairer environment for all Brazilians.

Keywords: Abuse of power; Society; Domestic violence; Lack of trust in the justice system; Social assistance.

1 INTRODUÇÃO

O Brasil, uma nação rica em diversidade e cultura, enfrenta uma dolorosa realidade que transcende suas fronteiras geográficas e sociais: os abusos, em suas diversas formas, que assolam a vida de muitos de seus cidadãos. Este artigo propõe uma análise abrangente das diversas formas de abuso que assombram as vidas de muitos, delineando as sombras obscuras do abuso físico, sexual, moral e psicológico. Cada uma dessas manifestações de violência deixa cicatrizes profundas e distintas, exigindo uma exploração minuciosa para entender a complexidade desse fenômeno. Assim, nessa pesquisa, apresentaremos também análise de estatísticas alarmantes e os impactos profundos que reverberam nas vítimas e na sociedade como um todo.

As estatísticas, cruéis em sua objetividade, evidenciam a extensão assustadora desse problema. Números que representam vidas marcadas por traumas indescritíveis, revelam a necessidade premente de enfrentar essa questão com seriedade e urgência. Compreender a dimensão quantitativa do abuso no Brasil não é apenas uma análise fria de dados, mas sim um mergulho nas histórias de sobreviventes, muitas vezes silenciadas pela vergonha e pelo estigma.

Além disso, é imperativo explorar os impactos profundos que os abusos têm na saúde mental, emocional e social das vítimas. As cicatrizes invisíveis, mas profundas, afetam não apenas indivíduos, mas reverberam nas comunidades, criando um tecido social fraturado. A quebra de confiança, os desafios psicológicos e as consequências a longo prazo exigem uma abordagem holística para a recuperação e prevenção.

Com isso, ao investigarmos as diferentes faces do abuso, desde suas manifestações evidentes até aquelas entranhadas nas dinâmicas sutis de poder, é imperativo questionar as estruturas sociais que sustentam tais violências. Compreender as raízes e os mecanismos subjacentes é essencial para desmantelar os padrões de abuso em suas múltiplas formas.

Este artigo não se limita a expor números e dados, mas busca incitar a reflexão sobre as causas subjacentes desses abusos e as falhas em nossas estruturas sociais que perpetuam esse ciclo de sofrimento. Ao lançar um olhar crítico sobre o panorama atual, buscamos não apenas documentar, mas também inspirar mudanças significativas, promovendo uma cultura de respeito, empatia e proteção no tecido social brasileiro.

2 OS TIPOS DE ABUSOS NO BRASIL

2.1 ABUSO FÍSICO E SUAS DIMENSÕES

O abuso físico é uma forma grave de violência que envolve o uso deliberado da força física para infligir dor, lesões e sofrimento a outra pessoa. Este tipo de abuso pode ocorrer em uma variedade de contextos, incluindo relacionamentos íntimos, famílias, escolas, locais de trabalho e até mesmo em espaços públicos. É uma triste realidade que afeta indivíduos de todas as idades, gêneros e origens étnicas.

A agressão física em crianças é uma questão extremamente preocupante que envolve o uso de força física prejudicial por parte de um adulto ou cuidador. Esse tipo de abuso pode ocorrer de diversas maneiras, incluindo bater, chacoalhar, queimar, ou infligir qualquer forma de dor física deliberada sobre uma criança. O abuso físico em crianças ocorre frequentemente em um ambiente doméstico, seja por parte dos pais, responsáveis ou outros membros da família que, na maioria das vezes, se justificam por estarem tentando impor limites e educar a criança.

De acordo com uma pesquisa da BBC News Brasil, publicada em 2023, o país registra 673 casos de violência contra crianças de até 6 anos de idade por dia ou 28 a cada hora, e 84% dessas agressões têm pais, padrastos, madrastas, avós ou responsáveis pela criança como suspeitos. Em uma outra análise, foi concluído que as crianças que mais sofrem agressão física, consistem em filhos legítimos e/ou primogênitos, com a faixa etária entre 5 e 11 anos.

Além disso, as mulheres frequentemente também são alvos de abuso físico, seja em relacionamentos íntimos, seja em ambiente público e afins. Essas situações podem ser complicadas por questões de poder e controle, perpetuando ciclos de abuso. As mulheres que sofrem abuso físico muitas vezes enfrentam o medo de denunciar seus agressores devido a ameaças, coerção ou estigma social.

Uma pesquisa feita pela Justiça do Trabalho, publicada em 10/03/2023, apontou que um terço das mulheres brasileiras já sofreu algum episódio de violência, seja física ou sexual, pelo menos uma vez na vida. Esse índice foi apurado pela primeira vez e é mais alto que o registrado globalmente (27%). Quanto às denúncias, o mesmo estudo apresentou que, pelo menos, 45% das mulheres que são agredidas não pediram nenhum tipo de ajuda, 38% afirmaram que conseguiriam lidar sozinhas com o problema é resolvê-lo e, 21,3% declararam que não denunciaram a agressão por não confiarem na polícia.

Conforme a minissérie original da Netflix “Inacreditável”, baseada em fatos reais, que relata a história traumática de uma jovem de 18 anos que foi estuprada por um homem que invadiu a sua casa no meio da noite. Com isso, a garota decide recorrer a polícia para fazer a denúncia, no entanto, por falta de provas e pelo seu passado problemático, ela é acusada por falsa denúncia de estupro. Precisando encarar o seu maior trauma e todas as suas emoções após o ocorrido, a menina desiste de provar que estava certa.

À vista disso, pode-se afirmar que as mulheres muitas vezes enfrentam desafios significativos ao relatar agressões à polícia. Elas passam por situações dolorosas de precisarem relatar inúmeras vezes os acontecimentos, as agressões físicas, necessitando assim, encarar sua realidade e provar para outras pessoas que foram violentadas. As mulheres precisam lutar para defenderem a sua justiça, por vezes, não bastando apenas denunciar pois, nem sempre, sua palavra será o suficiente para provar a um policial que ela foi vítima de um crime.

Além do mais, a violência física contra pessoas homossexuais no Brasil também é uma questão alarmante e lamentável que perdura apesar dos avanços legais em prol dos direitos LGBTQIA+. De acordo com os dados de uma pesquisa realizada por Victor Farias pelo G1, 1,7 mil LGBTQIA+ foram vítimas de agressões físicas em 2021 e segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, oito estados não registram dados de lesão corporal dolosa, homicídio doloso ou estupro com esse recorte. "A decisão do STF de reconhecer homofobia e transfobia como parte das hipóteses punidas pelo crime de racismo não gerou ainda os devidos impactos no que diz respeito à produção, à sistematização e à publicização de dados." (Pacheco, Dennis. 2021).

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer a homofobia e transfobia como parte das hipóteses punidas pelo crime de racismo no Brasil foi um marco importante no combate à discriminação e violência contra a comunidade LGBTQ+. No entanto, a afirmação de que essa decisão não gerou ainda os devidos impactos se refere ao fato de que, mesmo com essa mudança legal, ainda existem desafios em coletar e disponibilizar informações precisas sobre incidentes de homofobia e transfobia. Com isso, esses desafios incluem subnotificação, falta de registros adequados por parte das autoridades, preconceito ao reportar incidentes e falta de investimento em pesquisas e estatísticas específicas sobre o assunto.

Por fim, pessoas de cor, especialmente em contextos onde são minoria, também enfrentam desafios específicos relacionados ao abuso físico. O abuso encarado por essas pessoas é uma questão complexa e profundamente enraizada em sistemas de discriminação e preconceito racial. Ao longo da história, pessoas de cor passaram e ainda passam por uma série de desafios, incluindo violência policial, discriminação no acesso a empregos, habitação e serviços de saúde, e estigmatização social. Esses fatores podem criar condições que as tornam mais suscetíveis ao abuso físico.

“Enquanto seu discurso tá pronto na internet

Prenderam o neguinho ali na praça sete

Que tava pedindo dinheiro pra vender chiclete

Mas com playboy fumando um boldo ali ninguém se mete

Porque o pai é juiz e a mãe é delegada

Enquanto a mãe do neguinho é sua empregada

Um corre danado, maior agonia

E pega um busão lotado pra delegacia

Chegando na delegacia

A mãe do neguinho pergunta assim para o doutor delegado

Mas o que foi que ele fez para estar algemado?

O doutor começa então a descrever o caso

É que ele é preto demais

Corre demais, fala demais, sorri demais

Tá estudando demais, comprando demais

Viajando demais e assim não dá mais”

OJUARA HUGO. “Preto Demais”. Rio de Janeiro. Estúdio Música Tijuca: 2023.

A canção "Preto Demais" de Hugo Ojuara narra uma história, baseada em fatos reais, que ecoa as experiências, não só do compositor, como também de muitos indivíduos negros ao redor do mundo, destacando o desafio que enfrentam em um mundo permeado por preconceito racial e desigualdade. A música reflete a realidade de um "menino preto" que se vê confrontado com a injustiça social e a discriminação sistemática. Além disso, a letra menciona a disparidade entre o tratamento dado ao "menino preto" e a um "playboy” onde a justiça parece se dobrar à influência social e econômica. Isso destaca como as pessoas negras muitas vezes enfrentam uma falta de igualdade perante a lei. Assim sendo, é evidente que as comunidades racialmente minoritárias sofrem uma carga desproporcional de ações policiais e são mais propensas a serem presas e condenadas injustamente.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Folha de São Paulo, março de 2023, mulheres negras sofrem mais violência que mulheres brancas. O levantamento mostrou que 45% das mulheres negras já sofreram algum tipo de violência ou agressão física ao longo de suas vidas. Além do mais, esse mesmo estudo apontou ainda que episódios de violências mais severas também são mais comuns na população feminina.

Em resumo, os impactos do abuso físico na vida das vítimas são profundos e duradouros. Em primeiro lugar, as vítimas de abuso físico frequentemente sofrem lesões físicas, que podem variar de ferimentos menores a danos graves. Além disso, o abuso físico pode causar problemas de saúde mental, como transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade, podendo levar a flashbacks, pesadelos e uma sensação constante de perigo iminente.

Em segundo lugar, o abuso físico não é apenas um problema pessoal, mas também um problema social que impõe ônus financeiros substanciais. Nesse sentido, as vítimas de abuso físico frequentemente necessitam de tratamento médico para lidar com lesões, ferimentos e problemas de saúde resultantes do abuso. Como também, a aplicação da lei e o sistema jurídico que precisam lidar com casos de abuso físico, o que envolve recursos como investigações policiais, advogados, tribunais e prisões. Além disso, vítimas muitas vezes buscam ordens de restrição ou proteção legal, acrescentando mais custos.

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Portanto, a solução para o problema do abuso físico no Brasil e em qualquer lugar envolve uma abordagem multifacetada que requer esforços de várias partes da sociedade. A princípio, reforçar as leis contra o abuso físico, garantindo que agressores sejam responsabilizados e punidos adequadamente. Além disso, treinar agentes da lei para lidar com casos de abuso de forma sensível e eficaz. Como também, criar uma rede de organizações governamentais e não-governamentais, serviços de saúde, educação, aplicação da lei e grupos comunitários que possam trabalhar juntos na prevenção e resposta ao abuso físico.

2.2. ABUSO SEXUAL: EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL, ASSÉDIO SEXUAL E ESTUPRO

O abuso sexual é um tema extremamente sensível e perturbador que afeta muitas pessoas em todo o mundo. Envolve a exploração sexual não consensual de uma pessoa, violando sua autonomia e dignidade. O abuso sexual pode ocorrer em várias formas, incluindo exploração infantil, assédio sexual e estupro.

A exploração sexual infantil é uma das formas mais horríveis de abuso que podem ser infligidas a crianças. Esse crime atroz envolve a exploração sexual de crianças, muitas vezes por adultos, através de atos como pornografia infantil, abuso sexual, tráfico sexual e exploração on-line.

As crianças que são vítimas de exploração sexual muitas vezes sofrem em silêncio, enfrentando ameaças e coerção por parte dos agressores. Essa situação terrível causa danos físicos e psicológicos graves, levando a problemas de saúde mental, baixa autoestima e dificuldades no desenvolvimento emocional e social.

De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o Disque 100 registrou, nos quatro primeiros meses de 2023, 69,3 mil denúncias e 397 mil violações de direitos humanos de crianças e adolescentes, nas quais envolvem violências sexuais físicas, abuso, estupro, exploração sexual e psíquicas.

Além disso, o assédio sexual é um problema generalizado que afeta pessoas em todo o mundo, independentemente de sua idade, gênero ou local de trabalho. O assédio sexual não se limita apenas ao contato físico não desejado, mas também engloba comentários inadequados, avanços sexuais não solicitados, piadas de teor sexual, envio de mensagens e imagens impróprias, entre outros comportamentos inapropriados. Assim sendo, a normalização do assédio sexual faz com que muitas mulheres não consigam identificar o ato como assédio sexual.

"Existe uma falta de consciência de que o comportamento mascarado como elogio ou cantada não é um mero constrangimento, é crime. As condutas não são só inadequadas - se refletem no código penal", afirma Sílvia Chakian que é promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, GEVID. Tais ações não podem ser normalizadas em nenhuma sociedade.

De acordo com a pesquisa realizada pela Agência Brasil, 46,7% das mulheres brasileiras sofreram assédio sexual em 2022, um crescimento de quase 9 pontos percentuais em relação a 2021, quando a prevalência de assédio foi de 37,9%. Por fim, o abuso sexual, principalmente o estupro, é uma forma atroz de violência que afeta inúmeras vítimas, e a desigualdade de gênero desempenha um papel significativo na perpetuação do estupro. A desigualdade de gênero é um problema profundo e sistêmico que se manifesta de várias maneiras, criando um ambiente propício para o abuso sexual.

Em sociedades onde as mulheres frequentemente têm menos poder, autonomia e acesso a recursos do que os homens, os agressores podem se sentir justificados em seu comportamento. Além do mais, as normas de gênero tóxicas que perpetuam estereótipos prejudiciais podem contribuir para o estupro. Como também, existe uma cultura do estupro que minimiza ou normaliza a violência sexual. Isso inclui a culpabilização da vítima e a tolerância implícita ao estupro, criando um ambiente onde os agressores não enfrentam as devidas consequências.

De acordo com uma pesquisa feita pelo IPEA, apenas 8,5% dos crimes são registrados pela polícia e 4,2% pelo sistema de saúde. Ainda, o Brasil tem cerca de 822 mil casos de estupro por ano, dois por minuto. No entanto, nem todos os casos de estupro chegam a ser denunciados.

Com isso, as vítimas muitas vezes sentem vergonha, culpa e estigma em relação ao estupro, o que as impede de falar sobre o ocorrido ou denunciar. Como também, as vítimas podem temer represálias por parte do agressor, especialmente se ele for alguém conhecido ou se tiver poder ou influência sobre a vida da vítima.

Além do mais, o sistema legal pode ser intimidante e confuso, e algumas vítimas podem não entender o processo de denúncia ou acreditarem que não receberão justiça. Em alguns casos, as vítimas podem acreditar que é difícil provar o estupro, especialmente se não houver evidências físicas ou testemunhas. Isso pode ser desanimador. Segundo a promotora Sílvia Chakian "São crimes de difícil comprovação, que acontecem por sua própria natureza de forma velada, entre quatro paredes e longe do olhar de testemunhas”.

O abuso sexual é um problema grave que causa profundos impactos físicos, psicológicos e emocionais nas vítimas. As consequências podem incluir transtornos de ansiedade, depressão, distúrbios do sono, baixa autoestima, problemas de relacionamento e até mesmo traumas duradouros.

O abuso sexual é um problema grave que exige uma abordagem multifacetada para solucioná-lo. A prevenção é fundamental, com a disseminação de informações sobre os riscos e sinais em escolas, comunidades e famílias. Além disso, é essencial oferecer apoio às vítimas, garantir a justiça por meio de investigações adequadas e punições proporcionais, promover intervenção terapêutica tanto para vítimas quanto para agressores, e manter campanhas de conscientização contínua. Com esforços coordenados, é possível fazer progressos significativos na resolução desse problema.

  1. DIMENSÕES DO ABUSO MORAL NO BRASIL

O abuso moral, prejudicial em diversos contextos, afeta psicologicamente 31% das mulheres e 22% dos homens no Brasil. Associado a ansiedade e depressão, exige conscientização e prevenção. Fatores como hierarquia rígida e impunidade, influenciados por questões de gênero, raça e classe social, contribuem para o problema. Com 6,4 mil processos mensais de assédio moral na Justiça Trabalhista, a subnotificação destaca a necessidade de políticas antiassédio, cuidados com a saúde mental e legislação mais abrangente. A conscientização demanda abordagens educacionais e empresariais, incluindo ética e respeito nos currículos, treinamentos antiassédio e ambientes corporativos diversificados. O uso de tecnologia, como campanhas online, é exemplificado pelo Tribunal Superior do Trabalho com o “É assédio!”. Essas ações visam criar uma cultura mais consciente e solidária, incentivando a denúncia do abuso moral. As estatísticas recentes mostram um alarmante aumento de 62% nos casos de abuso moral no Brasil no primeiro semestre deste ano, ressaltando a urgência de medidas preventivas diante da extensão do problema.

Apesar do aumento da conscientização sobre o abuso moral, os números apresentados podem subestimar a verdadeira extensão do problema devido à subnotificação e aos desafios na coleta de dados. Muitas vítimas hesitam em denunciar casos de abuso moral por medo de retaliação ou por falta de confiança nos sistemas de apoio existentes. Dione Almeida, especialista em direito do trabalho e secretária-geral adjunta da OAB, destaca a importância de as empresas proporcionarem um ambiente propício, no qual as pessoas se sintam seguras ao relatar incidentes no contexto corporativo:

“A privacidade, os canais de denúncia ou as denúncias recebidas pelo RH devem preservar o anonimato. Além disso, tem a garantia de não exposição da vítima, não revitimização, a garantia de tratamento psicológico, a garantia da não permanência da vítima no mesmo espaço que o assediador. Caso a empresa não adote essas medidas necessárias para proteger a vítima, ela pode rescindir o contrato de trabalho indiretamente recebendo todos os seus direitos como se tivesse sido mandado embora” (Almeida, Dione, 2023, BandNewsFM)

Lidar eficazmente com o assédio moral requer a preservação da privacidade, canais de denúncia anônimos, e medidas como evitar a revitimização, oferecer tratamento psicológico e separar vítima e agressor. A proposta de rescisão do contrato destaca a responsabilidade corporativa. O abuso moral, de natureza duradoura, deixa marcas profundas, acarretando ansiedade, depressão, distúrbios do sono e impactos negativos no desempenho profissional. Compreender esses impactos é crucial para políticas preventivas e mitigadoras.

“Trabalho há dez anos como servidora pública e durante seis anos sofri nas mãos do meu chefe. Perdi as contas de quantas vezes fui humilhada, perseguida, ameaçada e desrespeitada. Minhas opiniões eram sempre menosprezadas; reuniões eram marcadas sem que eu tivesse conhecimento prévio da pauta de discussões. Maledicência com o meu nome e uso de termos chulos eram frequentes. Inúmeras vezes tive de engolir um ‘o que você está pensando?’ seguido de ‘quem manda aqui sou eu”. - Depoimento de uma servidora assediada Maria Antonia*, servidora pública.” (Inácio, 2012. p.116)

O relato destaca a urgência de abordar o assédio no ambiente de trabalho, salientando a inaceitabilidade de práticas abusivas enfrentadas por profissionais dedicados ao serviço público. Destaca a necessidade de políticas eficazes e mecanismos de denúncia para proteger os trabalhadores. A coragem de compartilhar experiências visa sensibilizar e mobilizar esforços para ambientes laborais mais justos e seguros. Em outra parte do depoimento da servidora pública ela afirma:

 “Minha autoestima foi a zero. Senti-me um nada, um ‘Zé Ninguém’, apesar da minha formação superior, da minha pós-graduação e dos cursos que fiz ao longo da carreira. Cheguei a acreditar que o problema era comigo e duvidei totalmente da minha capacidade.” - Depoimento de uma servidora assediada Maria Antonia*, servidora pública. (Inácio, 2012. p. 116)

Ambientes de trabalho hostis impactam negativamente a saúde mental e o desempenho profissional. Organizações precisam adotar medidas concretas para promover respeito e empatia, incluindo programas educacionais e treinamentos práticos. Exemplos como a Cartilha de prevenção ao assédio moral iniciativa do Ex Ministro João Batista Brito Pereira destacam a importância da conscientização. No entanto, barreiras culturais perpetuam o silêncio em torno do abuso moral, exigindo campanhas de conscientização e envolvimento comunitário para encorajar a denúncia e garantir respostas efetivas. O estigma associado à denúncia é um desafio significativo enfrentado pelas vítimas.

“De acordo com levantamento do Vagas.com, mais da metade dos trabalhadores (52%) já sofreu algum tipo de assédio moral nas empresas. Destes, 87,5% não denunciaram o ocorrido, sendo a principal razão o medo de perder o emprego (39,4%). Receio de represálias (31,6%), vergonha (11%) e medo de, apesar de ser a vítima, ser considerado o culpado (8,2%) também estão entre as principais justificativas.” (Piai, Bruno, 2019.)

Esse medo é muitas vezes fundamentado em narrativas culturais que culpam a vítima ou minimizam a gravidade do abuso moral. Superar essa barreira requer uma mudança cultural que desafia essas narrativas prejudiciais, destacando a importância da denúncia como um ato de coragem e não de fraqueza. O assédio moral no local de trabalho refere-se essencialmente a práticas que expõem repetidamente e de forma prolongada os colaboradores no desempenho de suas atividades profissionais. Uma informação adicional, proveniente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), destaca que somente no ano de 2021, foram oficialmente registrados mais de 52 mil processos relacionados ao assédio moral em todo o país. “As práticas, em geral, são vexatórias e causam humilhação, constrangimento e ofensa à dignidade dos trabalhadores, gerando consequências desastrosas e prejudiciais”, salienta Renato Santos, especialista em compliance e sócio da S2 Consultoria. 

O combate ao assédio moral no ambiente de trabalho requer conscientização para desmitificar a denúncia. Educar sobre os impactos, promover empatia e criar políticas de proteção são cruciais para superar o estigma. A falta de conscientização é uma barreira, sendo essencial esclarecer o público e promover uma cultura de solidariedade. Experiências como as do SINJUS-MG destacam a importância da prevenção para garantir a qualidade de vida no judiciário. Depoimentos de vítimas oferecem visões pessoais sobre os desafios enfrentados ao denunciar o abuso moral.

Uma vítima anônima, dedicada por 25 anos ao serviço público, compartilhou seu relato no Plantão de Combate ao Assédio Moral. Enfrentou fofocas, difamação, desrespeito hierárquico e carga excessiva de trabalho, mesmo ocupando um cargo de chefia. O assédio intensificou-se durante um período de luto pela perda do pai, resultando em convocações ao Tribunal mesmo estando de férias. Forçada à aposentadoria, ela descreve o impacto psicológico, buscando tratamento para enfrentar as sequelas emocionais: "Estou nervosa (…) até hoje estou em tratamento (…) tomo muitos medicamentos (…) estou muito triste com tudo", apesar do constrangimento, concordou em tornar público seu depoimento destaca a urgência de prevenção do assédio moral, incentivando denúncias e promovendo ambientes de trabalho mais saudáveis, justos e respeitosos. (Lobato, Arthur, jornal Expressão SINJUS-MG 167, 2008)

Combater o abuso moral e a violência de gênero no Brasil exige superar desafios legais e culturais. Relatos de vítimas são essenciais para gerar empatia, destacando a importância de campanhas educativas e a participação de ONGs, instituições e empresas. Reformas institucionais, mecanismos eficientes e uma mudança cultural são cruciais. Integrar essas ações de forma holística é essencial para criar um ambiente mais seguro e erradicar práticas abusivas.

2.4 ABUSO PSICOLÓGICO: UMA ANÁLISE PROFUNDA

O abuso psicológico é uma forma de violência que se manifesta por meio de padrões comportamentais destinados a controlar e prejudicar emocionalmente outra pessoa. Ao contrário do abuso físico, suas cicatrizes são muitas vezes invisíveis, deixando marcas profundas no bem-estar emocional e mental da vítima. Este tipo de abuso engloba estratégias como manipulação emocional, desvalorização e controle.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2023 diz que, 

“A manipulação emocional busca confundir e minar a autoconfiança da vítima, envolvendo jogos mentais e chantagem emocional. A desvalorização prejudica a autoestima por meio de críticas e insultos. O controle manifesta-se na dominação da vida da vítima. Em 73,7% dos casos, o agressor é conhecido da vítima, tornando a casa o ambiente menos seguro para 53,8%. A pesquisa revela aumento de episódios graves em casa em comparação com 2021. Outros locais de agressão incluem rua (17,6%), trabalho (4,7%) e bares (3,7%). 45% das mulheres não fizeram nada após a violência, enquanto 14% procuraram uma Delegacia da Mulher. Em 2022, mais vítimas buscaram ajuda formal, indicando uma mudança em comparação com anos anteriores.” (Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2023, p.133)

O abuso psicológico, identificado por sinais como mudanças comportamentais e isolamento social, tem impactos profundos na saúde mental, incluindo estresse, ansiedade e depressão. Além de efeitos imediatos, pode causar traumas duradouros, exigindo apoio profissional. Essa violência generalizada afeta todas as idades, com disparidades de gênero evidentes, especialmente para mulheres. A subnotificação, devido a barreiras culturais e sociais, limita as estatísticas. Normas sociais, expectativas culturais, estigma e discriminação contribuem para o silêncio das vítimas, exigindo a superação dessas barreiras para enfrentar o abuso psicológico em todas as fases da vida.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 revela que quase um quinto da população brasileira com mais de 18 anos (18,3%) sofreu algum tipo de agressão psicológica, física ou sexual entre 2018 e 2019. Isso representa 29,1 milhões de pessoas. O estudo destaca que 12% desse grupo deixou de realizar atividades do cotidiano em função das agressões.

A pesquisa, baseada em uma amostra de 108 mil domicílios em todo o país, aponta para a prevalência significativa do problema e a necessidade de estratégias abrangentes, incluindo conscientização, promoção da igualdade de gênero e fortalecimento de redes de apoio, para enfrentar os desafios culturais, sociais e individuais relacionados ao abuso psicológico.

O fenômeno complexo e perturbador do abuso psicológico exige uma investigação aprofundada das estatísticas atuais e dos desafios subjacentes, proporcionando insights essenciais para lidar com esse problema de maneira eficaz. Vamos explorar detalhadamente esses dois aspectos cruciais. O abuso psicológico, em sua prevalência alarmante, transcende fronteiras e afeta diversas camadas da sociedade. Ao analisar as estatísticas, torna-se evidente que as mulheres são desproporcionalmente impactadas, destacando a necessidade de abordagens sensíveis ao gênero. 

"Muita gente pensa que abuso emocional não é tão ruim quanto abuso físico, mas eu posso te dizer que deixa cicatrizes.” Diz atriz entrevistada pela BBC News, em depoimento afirma: “sinto-me triste por ele. Não consigo imaginar como seja dentro da cabeça dele, viver a vida dele. Mas, independentemente disso, isso não é desculpa para tratar alguém do jeito que me tratou, as mulheres antes de mim e, tenho certeza, as mulheres que ainda virão.” (Lipman, Natasha, 2019)

O depoimento da atriz destaca a gravidade do abuso emocional, desafiando a ideia equivocada de que é menos prejudicial que o abuso físico. Ela enfatiza as cicatrizes emocionais duradouras causadas por essa forma de violência. Mesmo sentindo compaixão pelo agressor, a atriz ressalta que isso não justifica o tratamento abusivo, reforçando a necessidade de estabelecer limites e responsabilizar os agressores. Seu testemunho contribui para conscientização e destaca a importância de prevenção e apoio às vítimas na luta contra o abuso emocional. O abuso psicológico não se limita a vítimas femininas, desafiando estereótipos, e afeta uma ampla faixa etária, impactando jovens, adultos e idosos.

A subnotificação é um desafio multifacetado enraizado em barreiras culturais, sociais e individuais. Estratégias incluem conscientização cultural, criação de ambientes acolhedores e empoderamento individual por meio da educação. O abuso psicológico deixa cicatrizes profundas, resultando em traumas psicológicos que podem persistir, manifestando-se em distúrbios como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. Uma abordagem holística é essencial para prevenir e intervir efetivamente no abuso psicológico, construindo uma sociedade mais consciente e resiliente.

Em uma entrevista realizada pela revista Veja, eles trazem números alarmantes, o Brasil registra mais de 240.000 denúncias de abuso desse tipo feitas por moças que decidiram reagir à rotina de humilhações masculinas, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos registrou 246.240 casos de violência psicológica no Brasil no ano passado, em comparação com 3.887 em 2019. Esses registros incluem denúncias de ameaça, assédio moral e exposição, indicando o agressor. A subnotificação e relatos não identificados podem elevar ainda mais esses números.

A coragem crescente de mulheres em denunciar reflete uma maior conscientização sobre situações complexas de manipulação emocional, onde o agressor demonstra afeto, tornando difícil para a vítima identificar os sinais. “Nesse tipo de relação, o agressor manifesta afeto, demonstra fragilidade, e a vítima sente culpa quando pensa em terminar ou denunciar” (2021), alerta a psicanalista Vera Iaconelli em entrevista a Veja.

As vítimas de abuso psicológico enfrentam alterações profundas na autoimagem, com o constante desgaste emocional minando a autoestima e a confiança. Essas consequências psicológicas, embora invisíveis, exigem intervenções especializadas para uma recuperação eficaz. O abuso psicológico também impacta o comportamento das vítimas, resultando em mudanças nas interações sociais e autoexpressão.

A confiança é frequentemente prejudicada, levando a uma desconfiança generalizada em relação aos outros. O isolamento social é um efeito notável, com as vítimas se afastando de amigos e familiares, caindo em um estado de solidão autoimposto. A reconstrução da confiança é uma jornada desafiadora que requer apoio e compreensão. Esse isolamento pode ser resultado do medo de julgamento, vergonha ou da crença de que ninguém entenderá suas experiências, exemplo disso são os depoimentos publicados pela revista Veja em 2021, onde influencers e atrizes relatam terem vividos esse tipo de relacionamentos. Duda Reis, 19, influencer “Tinha 17 anos quando nos conhecemos. Com o tempo, os galanteios deram lugar ao ciúme excessivo. Começou a controlar minhas roupas e até minhas amizades. Ele me fazia crer que eu tinha culpa pelas oscilações de humor dele. Era muito inexperiente e me deixei levar.”

Bárbara Dalpont, 36, empresária “Em 2012, eu me casei com o homem que achava ser meu par ideal, mas que logo passou a me xingar e me ameaçar de morte. Quando pedi a separação, sete anos depois, ele começou a me seguir na internet e me difamar para amigos e familiares. Só tive paz com uma medida protetiva que o proíbe de entrar em contato comigo.” 

Os efeitos no comportamento, portanto, vão além do indivíduo, afetando suas relações e interações cotidianas. Frente aos desafios impostos pelo abuso psicológico, é imperativo desenvolver estratégias abrangentes de prevenção e intervenção. A prevenção do abuso psicológico inicia-se com programas educacionais que capacitam a identificação precoce de sinais.

Esses programas não apenas ajudam potenciais vítimas a reconhecer padrões prejudiciais, mas também promovem uma sociedade mais alerta. Capacitar professores, profissionais de saúde e membros da comunidade estabelece uma rede de apoio eficaz. Campanhas de conscientização pública reduzem o estigma associado ao abuso, incentivando as vítimas a buscar ajuda sem receio.

Instituições governamentais, ONGs e a sociedade desempenham papéis cruciais. Governos devem desenvolver políticas eficazes e garantir recursos para as vítimas. O fortalecimento da legislação, a criação de estruturas de apoio e colaborações entre entidades são fundamentais. ONGs contribuem com sensibilização, suporte emocional e reintegração das vítimas. A sociedade combate o abuso ao desafiar normas prejudiciais, promover igualdade de gênero e criar uma cultura intolerante à violência.

A conscientização coletiva e a solidariedade incentivam as vítimas a buscar ajuda. A prevenção e intervenção eficazes contra o abuso psicológico requerem colaboração entre educação, instituições e sociedade. Programas educativos robustos, desde as fases iniciais, cultivam respeito e habilidades emocionais e sociais. Educação sobre relacionamentos saudáveis e consentimento é essencial para construir interações baseadas no respeito mútuo. Professores desempenham papel crucial nesse processo. Desmistificar o abuso psicológico por meio de campanhas de conscientização, com informações claras e histórias reais, busca criar um entendimento coletivo. Parcerias entre instituições educacionais, ONGs e mídia são essenciais para amplificar a mensagem, alcançar um público mais amplo e promover uma mudança cultural duradoura. Assim, a construção de uma cultura de respeito e prevenção do abuso psicológico exige ações multifacetadas, onde a educação e a conscientização desempenham papéis centrais.

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo aborda as diversas formas de abuso físico e sexual, descrevendo suas amplas ramificações na sociedade. Começa evidenciando o abuso físico, focando em agressões a crianças, mulheres, indivíduos LGBTQIA+ e pessoas de cor. Discute-se a dificuldade enfrentada pelas vítimas ao relatar o abuso, seja por estigma, medo ou preconceito. É abordado a falta de dados precisos sobre violência homofóbica e transfóbica, destacando a importância de coleta de informações corretas para combater o problema.

Além disso, menciona a desigualdade racial em relação ao abuso físico, citando uma música que retrata as dificuldades enfrentadas por indivíduos negros, trazendo também referência a estatísticas que indicam a maior incidência de violência em mulheres negras.

O abuso sexual, aborda a exploração infantil, o assédio sexual e o estupro, ressaltando a subnotificação e a cultura do estupro, mostrando que é de suma importância a prevenção, o apoio às vítimas e proteção dos agressores para enfrentar esses problemas.

O abuso moral e o psicológico também estão presentes no artigo, enfatizando sua prevalência no Brasil, os impactos psicológicos nas vítimas e os desafios enfrentados para prevenir e combater essas formas de violência.

São destacados dados estatísticos, relatos de vítimas e depoimentos de especialistas, ressaltando a importância da conscientização, da criação de políticas eficazes, do papel das empresas e da necessidade de uma abordagem holística para erradicar o abuso no ambiente de trabalho.

Além disso, enfoca a subnotificação, os desafios culturais, a importância da denúncia e a necessidade da mudança de atitude para criar ambientes mais seguros e justos. No contexto do abuso psicológico, são apresentados dados sobre sua prevalência, os impactos na saúde mental, a subnotificação e os desafios culturais e individuais para enfrentá-lo, bem como estratégias de prevenção e intervenção, destacando a importância da educação, conscientização e colaboração entre diversas instituições para construir uma sociedade mais consciente e resiliente.

REFERÊNCIAS

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Sobre os autores
Márcio André Evangelista Pontes

Mestre em Filosofia pela UERN (2022). Possui graduação em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2008). Professor na Faculdade Caicoense Santa Teresinha em Caicó/RN. Leciona Filosofia, Sociologia e Cultura Digital no Ensino Médio e Filosofia no Ensino Fundamental 2 no Centro Educacional Integrado do Seridó - CEIS. Leciona Filosofia e Sociologia no Núcleo de Isolados de Caicó - NIC. Professor celetista na Rede Estadual de Educação do Estado do RN. Possui experiência em Gestão de Pessoas e Supervisão de pessoal.

Ana Vitória Santos da Costa

Discente do primeiro período do Curso de Bacharelado em Direito da FCST.

Laryssa Silva de Araújo

Discente do primeiro período do Curso de Bacharelado em Direito da FCST.

Maria Helena Pereira da Silva

Discente do primeiro período do Curso de Bacharelado em Direito da FCST.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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