Durante quase 2 anos, tive a experiência como acompanhante terapêutica escolar, onde pude compreender e facilitar o desenvolvimento de uma criança com diagnostico no ambiente escolar. A inclusão era uma das atividades que era realizada e que é de extrema importância, a inclusão escolar, resumidamente, é o direito de todos a participarem de atividades escolares, que vai das atividades rotineiras até eventos que possam acontecer, mas sempre respeitando o limite de cada um, se adaptando e sem nenhum tipo de discriminação.
Um dos maiores desafios na educação é proporcionar acesso a estudo para todos, pois sabemos que atualmente nem todas as escolas estão preparadas para receber sujeitos que fogem aos padrões desenvolvimentistas e pedagógicos estabelecidos. (LEMOS; SALOMÃO; AGRIPINO RAMOS, 2014).
A literatura aponta que são diversos os desafios enfrentados pelos sujeitos diagnosticados no processo de inclusão de uma maneira geral. No que se refere aos processos escolares, percebe-se que é algo que afeta tanto a escola como também a família. Uma das dificuldades que relatam faz referência a parte pedagógica, onde os profissionais que não possuem capacidade de atender as necessidades desse alunos, e outro desafio é na questão social, pois esses alunos e sua famílias acabam que sofrem discriminação de outros alunos e também da família deles, e que acabam que desvalorizam os resultados obtidos pela escola em relação ao bom trabalho feito com esses alunos diagnosticados. (ZAUPA et al., 2022).
Para que seja facilitado o desenvolvimento da criança na escola e lhe auxilie no processo de inclusão existe o AT (acompanhante terapêutico). AT é um termo advindo da psicologia e cresceu através no movimento antimanicomial e que veio com o intuito de acelerar o processo de socialização das pessoas que precisavam de uma assistência maior através de problemas emocionais, comportamentais ou até psiquiátricos.
A psicologia absorveu a atuação do AT com muito mais força, assim que foi percebido que o acompanhante terapêutico poderia ser bastante bem vindo na terapia ABA esse movimento passou a se intensificar mais nos Estados Unidos, primeiro com o intuito de baratear o serviço, visto que o serviço do analista teria horas que para as famílias eram consideradas demoradas, e pelo próprio principio das intervenções serem abrangentes o papel do AT foi incorporado para transformar o serviço em mais acessível e tornar pertinente a exerção da carga horária intensiva. (NASCIMENTO; SILVA; DAZZANI, 2015)
No Brasil esse movimento vem crescendo, embora ainda se tenha uma interpretação negativa da função do acompanhante terapêutico, pois na sua implementação inicialmente ele não foi muito bem treinado ou supervisionado, em relação a esse pensamento isso vem mudando, atualmente é um profissional que, verdadeiramente, tem as suas qualificações mais bem executadas e elaboradas, existe várias instituições que fazem a qualificação do AT.
O profissional AT, geralmente, é um técnico em educação e saúde, ou seja, pode ser um pedagogo, um especialista em educação especial, um estudante de psicologia, pedagogia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, que faça um curso de formação de AT que geralmente é um curso que se estuda ABA e que tenha a supervisão de um analista. Então, a função do AT hoje é abranger a carga horária de intervenção do cliente, seja na clinica, na residência ou na escola. (NASCIMENTO; SILVA; DAZZANI, 2015)
O Acompanhante Terapêutico (AT) é um profissional da área de saúde mental que atua oferecendo suporte emocional e prático a pessoas que enfrentam desafios psicológicos, emocionais ou sociais. O objetivo principal é auxiliar o indivíduo no processo terapêutico, integrando-se em seu cotidiano para proporcionar uma intervenção mais efetiva.
Esses profissionais trabalham em conjunto com psicólogos, psiquiatras e outros profissionais de saúde, complementando o tratamento convencional. O AT pode estar envolvido em diversas situações, como transtornos mentais, dependência química, dificuldades de adaptação social, entre outros.
O trabalho do Acompanhante Terapêutico envolve a criação de vínculos, observação atenta do comportamento do cliente em situações cotidianas e o desenvolvimento de estratégias personalizadas para promover a autonomia e o bem-estar emocional do indivíduo. Essa prática visa a integração do tratamento no contexto real da vida do cliente, buscando fortalecer suas habilidades sociais e emocionais
O acompanhante é aquele profissional que aplica os programas escritos pelo analista, ele poderá trabalhar no ensino de habilidades acadêmicas, sociais, na autonomia, nas habilidades socioemocionais. Para que suas tarefas sejam realizadas, ele precisa conhecer os princípios da analise do comportamento, registrar comportamentos, entender sobre manejo de comportamento e acima de tudo precisa estar supervisionado por um analista, é importante que o acompanhante saiba acompanhar as analises funcionais com o analista, para que ele consiga apresentar o que chamamos de modelo abc, que é o antecedente, o comportamento e a consequência, para que o analista possa interpretar junto a ele as variáveis que estão interferindo na aplicação. (NASCIMENTO; SILVA; DAZZANI, 2015)
O analista descreve todos os programas que o AT irá aplicar, mas existem várias variáveis que podem contribuir para a efetividade ou não daquela programação e se o acompanhante não dominar um pouco dos princípios básicos talvez tenha dificuldades de manter a execução desse programa, por isso a importância do saber para que ele possa dialogar com o analista e ele lhe direcionar na aplicação.
Hoje em dia conseguimos entender sobre a implicância, sobre a função do acompanhante terapêutico na manutenção do tratamento das pessoas com diagnostico, sua presença é importante pois garante um tratamento abrangente, uma carga horária intensiva e um custo menor, pesquisas já comprovaram, verdadeiramente, que é muito mais eficaz um AT com uma qualificação técnica sob supervisão de um analista numa carga horaria abrangente do que menos horas apenas com o analista. Nessa direção surge o questionamento, qual a função e a importância do acompanhante terapêutico no ambiente escolar?
O estudo desse tema tem como motivação contribuir para a formação do acompanhante terapêutico, para que eles tenham um espaço na escola e assim poder auxiliar alunos que tenha algum diagnostico nas suas atividades pedagógicas e também na sua socialização com os demais componentes do ambiente escolar. O objetivo é discutir sobre a importância do acompanhante terapêutico no contexto escolar a partir de uma experiência de estágio.
METODOLOGIA
O presente estudo configura-se como uma revisão narrativa de literatura, que consiste num estudo extenso que se dispõe a explicar determinado assunto, através de pesquisas contextuais em materiais já existentes. Nessa direção, espera-se contribuir para novas pesquisas que forem ser executadas (HIRT, 2016).
Para que a pergunta norteadora “qual a função e a importância do acompanhante terapêutico no ambiente escolar?” fosse respondida, utilizou se as bases de dados Brazil Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PEPSIC) em outubro de 2022.
As palavras chave utilizadas para a pesquisa foram acompanhante terapêutico and Escola and importância, desse modo foi possível encontrar vários estudos que se relacionam com a temática proposta na pesquisa, e assim perceber a importância do trabalho do AT com crianças quem tem algum diagnostico no contexto escolar.
Os critérios de inclusão foram artigos e capítulos de livros publicados nos últimos dez anos, documentos, que o idioma seja em português que estejam disponíveis na íntegra, publicados em periódicos nacionais e que tenham relação com a temática estudada. Os critérios de exclusão são os artigos que foram duplicados, teses e dissertações, materiais que foram publicados fora da margem de 10 anos e que estejam em outro idioma.
O desenvolvimento do conteúdo foi em forma de análise de conteúdo, que consiste em três etapas, a pré-análise, exploração do material e a interpretação dos resultados obtidos. Para a conclusão desse material foi recolhido arquivos, sejam eles artigos, documentos que conseguiram alcançar o objetivo da pesquisa. Todos os materiais encontrados foram analisados, passando por todos os critérios de inclusão e exclusão.
Foi realizada uma leitura flutuante para que possa ver se o tema tem relação com o objetivo do trabalho, a partir disso separar o material que vai ser utilizado e formular hipóteses. A leitura dos arquivos encontrados possibilitou um conhecimento amplo e claro sobre o tema a ser discutido.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A prática do acompanhante terapêutico surgiu na Argentina na década de 60, com a finalidade de ajudar aquelas pessoas que tinham algum diagnostico e que os procedimentos clássicos estavam fracassando. A luta antimanicomial e a antipsiquiatria foram fatores
decisivos para a criação do acompanhante terapêutico, nesse momento no Estados Unidos e na Alemanha surgiu comunidades terapêuticas onde tinha como finalidade mudar a forma de como eram tratadas as pessoas que tinham diagnostico na época. No Brasil foram surgindo as primeiras comunidades terapêuticas, inicialmente no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, o acompanhamento terapêutico era praticado por jovens universitários.
O acompanhante terapêutico para crianças é de extrema relevância quando falamos de autismo, TDAH, TOD ou quaisquer outros problemas de aprendizagem, para que ele possa desenvolver a independência da criança no processo de escolarização, estimule e generalize as habilidades comunicativas no ambiente natural, habilidades sociais, controle das variáveis ambientais que regulam a atenção, brincar funcional, a interação com os pares, atua também na generalização de comportamentos ensinados, possa auxiliar a implementação de uma carga horária abrangente, seja no ambiente clínico, domiciliar ou escolar. (LEMOS; NUNES; SALOMÃO, 2020)
O acompanhante terapêutico possui varias funções, antigamente algumas outras funções eram realizadas. Mauer e Resnizky afirmam:
Funções principais do acompanhante terapêutico, sendo elas: conter o paciente; oferecer-se como modelo de identificação; trabalhar em um nível dramático vivencial e não interpretativo; emprestar o “ego”; perceber, reforçar e desenvolver a capacidade criativa do paciente; representar o terapeuta; atuar como agente ressocializador; e servir como catalizador das relações familiares.
Sabemos que na literatura, a proposta da analise do comportamento aplicada é uma intervenção intensiva com uma media de 20 a 40 horas semanais e diante da dificuldade dos terapeutas atuarem com essa carga horária abrangente foi repensado no trabalho do acompanhante terapêutico.
Durante muito tempo, o AT não tinha capacitação técnica, por isso que no Brasil esse trabalho não era reconhecido e de grande relevância como hoje, pois hoje existe instituições formadoras que formam pessoas para atuarem de maneira técnica fundamentado em ciência.
O objetivo do acompanhante terapêutico é diminuir as dificuldades do individuo fazendo o controle de estímulos sobre os comportamentos não apenas da criança, mas também do adolescente, do adulto com uso de estratégias de aprendizagem. Seu trabalho é muito importante para facilitar processos de pessoas que possuem algum diagnostico, na escola ele é de suma importância quando se trata de crianças que precisa de um auxilio durante sua estadia na escola.
Como estudante de Psicologia estagiando como acompanhante terapêutico, foi possível ver o outro lado da moeda, a parte pratica de todo o processo de se trabalhar com uma criança com autismo. Com o auxilio do psicólogo, terapeuta ocupacional, os pais e o psicólogo da escola foi possível realizar atividades e cumprir objetivos.
Foi visível a evolução e o desenvolvimento da criança. Onde quero chegar com isso é que o trabalho do acompanhante terapêutico mesmo que não seja ainda um trabalho em si, ele é muito importante e muito revolucionário para que se possa ajudar no desenvolvimento de crianças na escola.
É na escola onde as crianças passam maior parte do seu dia, é lá onde conhece muitas pessoas no inicio de sua vida, é lá onde ela vai criar sua visão de mundo e como ela adquire todo esse processo é algo muito delicado. Quando se trata de crianças diagnosticadas o processo é mais lento, seu desenvolvimento é mais demorado e que precisa de uma ajuda, então o acompanhante terapêutico escolar é muito importante para a evolução da criança nas atividades pedagógicas, como também nas habilidades sociais.
O professor é o principal mediador em sala de aula, o AT facilita esse processo, isso é algo que é trabalhado em conjunto, cada um com um olhar e com o mesmo objetivo. O AT ele auxilia também a criança no seu processo de inclusão, a inclusão escolar é nada menos que o processo onde acolhe pessoas com diferentes características, sendo essas características algo que olhamos diferente, mas que não deixamos de dar oportunidade, oportunizando através de estratégias, adaptações de forma com que aquela pessoa diferente seja acolhida e possa participar do grupo. (CARVALHO; NASCIMENTO 2015)
Jorge Visca, psicanalista argentino, é uma referência importante ao abordar o Acompanhamento Terapêutico (AT). Em seus trabalhos, especialmente no livro “Acompanhamento Terapêutico - Uma Possibilidade na Saúde Mental”, ele destaca a importância do AT como um mediador entre o espaço clínico e a vida cotidiana do paciente. Essa obra foi publicada em 1997 e é uma referência fundamental para entender a teoria e prática do Acompanhamento Terapêutico.
Outro autor relevante é José Bleger, psicanalista argentino, que, embora não tenha abordado diretamente o AT, contribuiu para o entendimento das relações interpessoais e da psicoterapia, o que é essencial para a prática do acompanhamento terapêutico. Seu trabalho mais conhecido, “Psicohigiene e Psicologia Institucional,” foi publicado em 1963.
Ambos os autores oferecem perspectivas valiosas sobre a prática do Acompanhamento Terapêutico, cada um trazendo contribuições significativas de acordo com seus enfoques teóricos e experiências práticas.
Outro autor relevante é Guillermo Belaga, psicólogo e psicanalista argentino, que também contribuiu para a compreensão do Acompanhamento Terapêutico. Em seu livro "Acompanhamento Terapêutico: Uma Intervenção no Limiar" (1995), ele explora a prática do AT com uma abordagem clínica e teórica. Belaga destaca a importância do AT como um dispositivo de intervenção nos processos psicopatológicos e na construção de vínculos terapêuticos.
Em conclusão, o Acompanhamento Terapêutico (AT) emerge como uma prática valiosa no campo da saúde mental, proporcionando um suporte dinâmico e personalizado para indivíduos que enfrentam desafios psicológicos e emocionais. A literatura, representada por autores como Jorge Visca, José Bleger e Guillermo Belaga, destaca a importância do AT como um agente de transformação, integrando-se na vida cotidiana dos clientes. (LEMOS; SALOMÃO; AGRIPINO RAMOS, 2014).
O AT desafia a abordagem tradicional, buscando a compreensão do paciente em seu ambiente natural. Esta prática visa não apenas a observação, mas uma participação ativa na vida do indivíduo, promovendo a autonomia e contribuindo para a eficácia do tratamento em conjunto com outros profissionais de saúde mental.
A ética e a adaptação cultural são temas relevantes na discussão do Acompanhamento Terapêutico, enfatizando a importância de abordagens sensíveis e contextuais. A evolução do campo, com a incorporação de tecnologias e novas perspectivas teóricas, destaca a necessidade contínua de pesquisa e atualização. (LEMOS; SALOMÃO; AGRIPINO RAMOS, 2014).
Em última análise, o Acompanhamento Terapêutico destaca-se como uma abordagem flexível e integradora, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento emocional dos indivíduos em diferentes contextos clínicos. Sua presença na interseção entre o ambiente clínico e o quotidiano oferece uma perspectiva única e valiosa no panorama da saúde mental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das informações que foram coletadas foi possível notar que o acompanhante terapêutico é essencial no processo de aprendizagem, desenvolvimento e socialização da
pessoa com diagnostico. Na escola ele não é diferente, além de trabalhar com a crianças nas suas questões pessoais em que apenas ela pode desenrolar, ele também auxilia no processo de inclusão, buscando inserir a criança no espaço total da escola, em grupos, rodas, atividades, movimentos, festas, mas sempre respeitando o seu limite e fazendo com que sua adaptação seja mais fácil e tranquila.
A colaboração dos pais e de outros profissionais que acompanham a criança fora da escola é indispensável, pois o trabalho em conjunto ele tem muito mais chances de obter bons resultados, então essa união só vai trazer benefícios para o trabalho que esta sendo realizado com a criança.
Não podemos negar que nem todas as instituições tem condições para receber crianças especiais, que teriam que se adaptar fisicamente e metodologicamente, mas isso não é desculpa para não recebe-las, mas com a lei em vigor tem deixado os pais mais despreocupados em ralação a isso pois as crianças especiais tem o direito de serem inseridas.
O presente estudo alcançou seu objetivo, deixando de forma clara e de fácil leitura, a partir de leituras de matérias já existentes encaminhou-se para a exposição de bons resultados sobre o tema escolhido.
Referências
LEMOS, Emellyne L. de M. Dias; SALOMÃO, Nádia M. Ribeiro; AGRIPINO-RAMOS, Cibele Shírley. Inclusão de crianças autistas: um estudo sobre interações sociais no contexto escolar. Revista brasileira de educação especial, mar 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbee/a/GS4c9BPW9PW8ZqzBGjx7Kzj/?lang=pt. Acesso em: 12 de abril de 2023.
ZAUPA, Ana Beatriz Pinheiro; VOLTOLINI, Cleidi Boing; RORATTO, Danilo Henrique; MARTINS, Marcila; CEBRIAN, Rosineia; ZARDETO, Giuliana; LOURENÇO, Emerson Luiz Botelho; CERANTO, Daniela de Cassia Faglioni Boleta; MELO, Patrícia Gizeli brassalli. Desafios na inclusão escolar de alunos com transtorno do espectro autista (TEA) no município de Umuarama-PR durante a pandemia da COVID-19. Research, Society and Development, 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/30826/26594/354373. Acesso em: 12 de abril de 2023.
LEMOS, Emellyne L. de M. Dias; NUNES, Laísy de Lima; SALOMÃO, Nádia M. Ribeiro. Transtorno do espectro autista e interações escolares: sala de aula e pátio. Revista brasileira de educação especial, mar 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbee/a/z9kw6rcvPhxsPSkmLnXwMhd/?lang=pt.
BERTOLDI, Franciele Stolf; BRZOZOWSKI, Fabíola Stolf. O papel da psicopedagogia na inclusão e na aprendizagem da pessoa autista. Psicopedagogia, dez 2020. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1155201.
NASCIMENTO, Verônica Gomes; SILVA, Alan Souza Pereira; DAZZANI, Maria Virgínia Machado. Acompanhamento terapêutico escolar e autismo: caminhos para a emergência do sujeito. Estilos clin., São Paulo, v. 20, n. 3,set./dez. 2015, 520-534. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/estic/article/view/117769/115415.