CONCLUSÃO
O sistema de seguridade social brasileiro, assim como tantos outros ao redor do mundo, parece não reconhecer como deveria questões atinentes à vulnerabilidade do gênero feminino e o “gap” contributivo advindo do trabalho reprodutivo de cuidado, do trabalho informal e do formal mal remunerado.
A partir disso, o Estado deve adotar inúmeras medidas para minimizar os problemas decorrentes da desigualdade de gênero no mercado de trabalho e, consequentemente, na Previdência.
Mesmo nos países nórdicos, onde os avanços das políticas de igualdade de gênero são mais perceptíveis, fica claro que os problemas enfrentados por mulheres no mercado de trabalho e no sistema de seguridade social ainda existem.
Em países como África do Sul (emergente), Austrália (desenvolvido), Reino Unido (desenvolvido) e Estados Unidos (desenvolvido) também ficam evidentes os problemas enfrentados por mulheres na hora de recorrer ao sistema previdenciário dos seus respectivos países.
Diante disso, iniciativas jurídicas, administrativas e políticas de promoção de igualdade de gênero continuam sendo de suma importância para reduzir as inúmeras mazelas sociais enfrentadas por mulheres no Brasil e no mundo.
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