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Jards Macalé: um ativista dos Direitos Humanos na Música Popular Brasileira 

Resumo:


  • Jards Macalé foi um grande artista brasileiro conhecido por sua voz dissonante e por seu ativismo em prol dos Direitos Humanos.

  • Sua obra musical era marcada por críticas sociais, contestações políticas e mensagens de liberdade, refletindo um compromisso com a dignidade humana.

  • Através de álbuns como "O Banquete dos Mendigos" e "Besta Fera", Jards Macalé deixou um legado de resistência e defesa dos Direitos Humanos em sua música.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Foi com muita tristeza que vi a partida de Jards Macalé há poucos dias. Perderá o país, sem sua voz sempre disposta a desafinar o coro dos contentes. E perderá o campo dos Direitos Humanos, do qual este grande artista sempre foi um aliado. Há dois meses, vi um show seu no Teatro Firjan SESI, no Centro do Rio, com Victoria dos Santos na percussão e Navalha Carrera na guitarra, e mais uma vez vi seu ativismo humanitário, entre outras canções, ao dar sua belíssima interpretação para "Dona Divergência" de Lupicínio Rodrigues:

"Oh! Deus

Se tens poderes sobre a terra

Deves dar fim a esta guerra

E aos desgostos que ela traz

Derrame a harmonia sobre os lares

Ponha tudo em seus lugares

Com o balsamo da paz

Deves encher de flores os caminhos

Mais canto entre passarinhos

À vida maior prazer

E assim, a humanidade seria mais forte

O mundo teria outra sorte

Outra vontade de viver (...)"

Na música, onde se notabilizou como cantor e compositor com muitos discos gravados e shows memoráveis (inclusive aquele realizado na Papuda, em 1978, que originou o álbum "Jards Macalé Canta no Presídio", que é exemplo da sua sensibilidade em ir tocar e cantar para tal público), embora tenha sido também ator e um grande instrumentista, teve importantes mestres: o maestro Guerra-Peixe (com quem estudou piano), Peter Dauelsberg (com quem estudou violoncelo), Turibio Santos e Jodacil Damasceno (com os quais estudou violão) e Esther Scliar (com quem estudou análise musical).

Depois, se tornou violonista, em 1965, do Grupo Opinião, abrigando Maria Bethânia em sua casa, recém-chegada da Bahia. Mais adiante, em 1969, se apresentou no 4º Festival Internacional da Canção (FIC) com a canção "Gotham City" dele e de José Carlos Capinam, já mostrando a que viria com sua obra autoral, sempre crítica, contestadora, inconformista e iconoclasta:

"Aos quinze anos, eu nasci em Gotham City

Era um céu alaranjado em Gotham City

Caçavam bruxas nos telhados de Gotham City

No Dia da Independência Nacional

Cuidado

Há um morcego na porta principal

Cuidado

Há um abismo na porta principal

Eu fiz um quarto quase azul em Gotham City

Sobre os muros altos da tradição de Gotham City

No cinto de utilidades, as verdades, Deus ajuda

A quem cedo madruga em Gotham City

Só serei livre se sair de Gotham City

Agora vivo como vivo em Gotham City

Mas vou fugir com meu amor de Gotham City

A saída é a porta principal (...)"

Pouco depois, lançou um compacto duplo com 4 canções e participou de produções de Gal Costa, filiando-se definitivamente à Tropicália, embora tivesse também forte ascendência do samba, que sempre o acompanhou em sua obra. Porém, com Waly Salomão, naquele momento em que Gilberto Gil e Caetano Veloso estavam exilados em Londres, seguiu mantendo o movimento ativo no país.

Não tardou para que se juntasse aos artistas exilados na Inglaterra. Em 1971, foi violonista e produtor do álbum "Transa" de Caetano, lançado em 1972, mesmo ano em que o próprio Jards Macalé lançou também seu primeiro álbum com Lanny Gordin (guitarra) e Tutty Moreno (bateria), além dele próprio no violão. Entre as canções desse primeiro LP, letras de Torquato Neto, Waly Salomão e Capinam, entre outros compositores. Para mim, o melhor álbum daquele ano, em que também foram lançados trabalhos antológicos como o "Clube da Esquina" de Milton Nascimento e de Lô Borges, também recentemente falecido, e "Acabou Chorare" dos Novos Baianos.

"Farinha do Desprezo" (com Capinam), "Mal Secreto" (com Waly) e "Let's Play That" (com Torquato) são exemplos perfeitos do tom irreverente e mordaz desta obra, com versos como:

"Já comi muito da farinha do desprezo/ Não, não me diga mais que é cedo/ Quanto tempo, amor, quanto tempo tava pronta/ Que tava pronta da farinha do despejo/ (...) Só vou comer agora da farinha do desejo/ Alimentar minha fome pra que nunca mais me esqueça (...)"

"Não choro/ Meu segredo é que sou rapaz esforçado/ Fico parado, calado, quieto/ Não corro, não choro, não converso// Massacro meu medo/ Mascaro minha dor, já sei sofrer/ Não preciso de gente que me oriente/ Se você me pergunta/ Como vai?/ Respondo sempre igual/ Tudo legal// Mas quando você vai embora/ Movo meu rosto no espelho/ Minha alma chora/ Vejo o Rio de Janeiro/ Vejo o Rio de Janeiro// Comovo, não salvo, não mudo, meu sujo olho vermelho/ Não fico parado, não fico calado, não fico quieto/ Corro, choro, converso/ E tudo mais jogo num verso/ Intitulado Mal Secreto"

"Quando eu nasci, um anjo louco/ Um anjo solto, um anjo torto/ Veio ler a minha mão// Não era um anjo barroco/ Era um anjo muito solto, solto, solto/ Doido, doido, com asas de avião/ E eis que o anjo me disse/ Apertando a minha mão/ Entre o sorriso de dente// Vá, bicho, desafinar/ O coro dos contentes/ Let's play that"

Evidentemente, ainda mais em um contexto ditatorial, nota-se o quanto tais canções eram mensagens de insubordinação e de reafirmação da liberdade. Mas que se reforçam mesmo em contextos democráticos, como protesto atemporal diante de normas e padrões sociais.

Esse compromisso com o ser humano já poderia ser notado em um trabalho como este, de 1972. Mas outra das razões pelas quais Jards Macalé deve ser compreendido como ativista pelos Direitos Humanos foi também, sem dúvida, seu trabalho de 1973, consagrado no LP "O Banquete dos Mendigos", um dos álbuns que revela um dos shows mais contundentes na defesa dos Direitos Humanos em toda a música popular brasileira!

Documento político e ato de resistência na ditadura militar, foi um show (cuja gravação depois se tornou um disco) nos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, organizado por Jards Macalé no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), em 10 de dezembro de 1973, quando vivíamos o auge da repressão a partir do AI-5, com pesada censura e uma vigilância asfixiante. Macalé reuniu nomes como Milton Nascimento, Gal Costa, Raul Seixas, MPB4, Chico Buarque, Gonzaguinha, Jorge Mautner, Luiz Melodia, Paulinho da Viola, entre outros, para tal celebração. E com o provocativo título de "O Banquete dos Mendigos", em um evento de contestação pública do regime.

Nos anos seguintes, prosseguiu gravando um cancioneiro marcado pela defesa intransigente da dignidade da pessoa humana, desafinando o coro dos contentes, sem precisar de gente que o orientasse, em álbuns como "Aprender a Nadar" de 1974 e "Contrastes" de 1976. O primeiro, por exemplo, respondeu a ameaças sofridas por Jards por agentes da repressão, que, para intimidá-lo, lhe perguntaram se sabia nadar, pois seria levado para a Baía de Guanabara. O lançamento do disco foi em uma barca na Baía de Guanabara, onde Jards literalmente lançou um disco e mergulhou, com o som de "Mambo da Cantareira" ao fundo. Já o álbum de 1976 recebeu o título de samba de Ismael Silva ali regravado.

Assim, sem ceder às pressões políticas e mercadológicas da indústria cultural, seguiu confrontando o autoritarismo do Estado e de parcela da sociedade brasileira, com mensagens de afirmação das subjetividades de cada um, do ser humano, enfim, inclusive em músicas de amor (ou "morbeza romântica"). E muito envolvido com outros cenários artísticos, em diálogo e trânsito com cineastas (como Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos) e artistas plásticos (como Hélio Oiticica e Lygia Clark) que poucos cantores e compositores da MPB tiveram na mesma intensidade e profundidade.

No final da década de 1970, acompanhou o sambista Moreira da Silva em turnê do Projeto Pixinguinha, ocasião em que foi preso no Espírito Santo devido a uma música ("Sim ou Não", presente em Contrastes), ouvindo do delegado a expressão "Tira os óculos e recolhe o homem", depois transformada em título de um samba-de-breque composto pela dupla e gravado por Jards.

Na década de 1980, seguiu com shows e discos gravados, como "Quatro Batutas e um Coringa", com sambas de Nelson Cavaquinho, Lupicinio Rodrigues, Geraldo Pereira e Paulinho da Viola, e "Peçam Bis", interpretando sambas de Ismael Silva ao lado de Dalva Torres. Anos difíceis para Jards Macalé botar seu bloco na rua, assim como para outros nomes de igual irreverência, iconoclastia e que não aceitavam as arbitrariedades das gravadoras, como Luiz Melodia e Sérgio Sampaio (o compositor de "Eu quero é botar meu bloco na rua"), dois de seus amigos que também eram cantores e compositores. Mas Jards seguiu fazendo música e, em 1999, lançou o disco "O que faço é música" (com a primeira versão integral de "Vapor Barato" em sua voz), que abriria um hiato de 20 anos sem discos de inéditas.

Mas não que não tenha gravado neste período. Lançou um álbum em tributo a Moreira da Silva ("Jards Macalé canta Moreira da Silva"); o álbum "Amor, Ordem e Progresso" com regravações de suas próprias canções; o álbum "Real Grandeza" com regravações de suas canções compostas com Waly Salomão; e o álbum "Dobrando a Carioca Ao Vivo" com gravação de show com Zé Renato, Guinga e Moacyr Luz, em que tocaram clássicos do samba. Período também de muitos shows solo. Eu mesmo, nessas últimas 2 décadas, pude vê-lo se apresentar, na cidade do Rio de Janeiro, em locais como os teatros do CCBB (inclusive uma vez ao lado de Jorge Mautner), da Caixa Cultural -RJ (uma das vezes, com Simone Mazzer), do SESC (até mesmo ao lado de Daíra, em um tributo a Belchior), no Circo Voador (com Luiz Melodia), no Canecão após sua retomada pelos estudantes da UFRJ, no Áudio Rebel (em que fui a todas as noites em que lá se apresentou no festival "Son Estrella Galicia"), entre outras casas. Ele estava onde estavam os estudantes, os jovens e todos aqueles que quisessem ouvi-lo!

Até que em 2019, quando assumiu mandato na Presidência da República um político com trajetória marcada pela oposição às pautas dos Direitos Humanos, Jardas lançou o álbum "Besta Fera", primeiro trabalho de inéditas após 20 anos, que contou com colaborações de Juçara Marçal, Tim Bernardes, Rômulo Fróes, Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Thiago França, entre muitos outros músicos, vários destes integrantes dos grupos Metá Metá e Passo Torto, com os quais Jards se apresentaria. Trabalho extraordinário, com letras críticas do contexto político e social que vivíamos no país naquele momento de "trevas" (nome de uma das canções, em que musicou poema de Ezra Pound), em que mais uma vez vimos a defesa dos Direitos Humanos em sua obra, com o qual foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira e eleito um dos melhores álbuns brasileiros de 2019 pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Ao final deste mesmo ano, saiu ainda seu ensaio biográfico "Eu só faço o que quero" do Prof. Fred Coelho, cuja leitura reforça o balanço de sua obra como uma obra de defesa da dignidade da pessoa humana. Algumas letras do álbum "Besta Fera" merecem menção, nesse sentido:

"Não piso com força o piso/ Piso sempre devagar/ E por mais que eu me esquive, num precipício eu posso terminar/ É preciso cuidado pra que eu possa continuar/ Cuidado pra que eu possa continuar/ Entre vidros e cascalhos/ Entre espinhos e vergalhos/ Vou levando a vida assim// Tem montanhas, obstáculos/ Pedreiras, não derrapo/ Tenho mesmo é que seguir (...)" ("Obstáculos")

"Você diz que tenta, que tenta no tempo/ E o tempo tempando e vai passando o tempo/ Passa noite e dia e passa chuva e vento/ E você no tempo segue despistando/ Eu dizendo sim do lado de fora/ Do lado de dentro, eu digo que não/ E fico pensado que tempo passando/ Ensina de graça tempo e contratempo/ Mas não se ilude tempo, nem esse momento/ Contrastando o tempo com um contratempo/ O tempo é obra de gente sem raça/ O tempo não existe, é essa que é a graça (...)" ("Tempo e Contratempo")

"À beira-mar, eu e o sol, sós/ À beira do prazer, só nós/ À beira da loucura, somente eu/ À beira do abismo, À beira de tudo/ À beira da beira da beira da janela/ Da beira do caos, À beira do mundo/ À beira do poço sem fundo/ Tanto faz a beira/ A beira da direita, da esquerda e da borda (...)" ("Limite", parceria dele com Ava Rocha)

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Após este trabalho, Jards ainda lançou o álbum "Síntese do Lance" com João Donato, e "Coração Bifurcado", mais um álbum de inéditas, lançado em 2023, também escolhido pela Associação Paulista de Críticos de Arte como um dos melhores álbuns de 2023, e em que o amor foi mobilizado como "gesto político" diante do contexto político e social, segundo entrevistas do próprio Jards na ocasião:

“As pessoas começaram a brigar, o ódio foi plantado, filho não falava com mãe, sobrinho não falava com amigo, amigo não falava com professora, começaram todos a se xingar na internet, então eu digo: ‘ALERTA MÁXIMO!’. Só ouço falar de ódio, não ouço falar de amor? Até que o Lula, num dos seus primeiros discursos, lá em São Bernardo do Campo, começou a falar: ‘O que nós precisamos é de AMOR’. Aí, eu acordei! Ele disse 23 vezes a palavra ‘amor’! Então, nesta hora, o amor é um gesto político” (Jards Macalé)

Algumas letras de "Coração Bifurcado":

"A arte de não morrer/ No tempo de todas as dores/ A arte de ainda ver/ Na escuridão das cores/ Vivo dentro de um poema/ Preso na minha canção/ A arte de viver livre/ Nas grades do coração (...)" ("A arte de não morrer" parceria dele com Capinam)

"Eu dei sorte ao encontrar você/ Quando o mundo ia desabarE/ ssa força vem do bem e me faz querer pensar/ Foi assim que eu aprendi a viver/ O amor que veio pra ficar/ Todo dia é dia de você se fazer bem/ No caminho que você trilhar/ Sempre juntos sem olhar pra trás/ Bendizendo o amor/ Vai vivendo de amor sempre mais/ Se alguém pergunta de onde vem/ Essa força que nos faz seguir/ Vem dos sonhos, dos dias de Sol/ O amor vem da paz (....)" ("O amor vem da paz", parceria dele com Ronaldo Bastos)

"Faça música que é bom/ Cante, cante/ Porque é melhor pro mundo/ Cante, cante/ A melhor coisa do mundo além do amor/ Como o amor/ É cantar/ Cante (...)" ("Cante")

"Cante" foi a última música que o vi tocar naquele último show seu a que fui, dois meses atrás, emocionando o público que o aplaudia enquanto ele soprava bolinhas de sabão no palco. Uma mensagem política, como "Dona Divergência" de Lupicinio, samba-canção com pretexto de cantar o amor, mas que se afirma um protesto contra a guerra, que ele também tocou naquela noite, como recordei acima.

Por fim, em 2024, Jards Macalé lançou com o pandeirista Sergio Krakowski e seu trio o álbum "Mascarada: Zé Kéti por Sergio Krakowski Trio & Jards Macalé", com sambas de Zé Keti (com quem Jards tocou no Show Opinião em 1965, ao lado de João do Vale e Nara Leão, depois substituída por Maria Bethânia) em interpretação muito única e que foi um álbum novamente incluído na lista dos melhores discos da APCA.

Em suma, o legado de Jards Macalé nesta defesa dos Direitos Humanos em seu próprio cancioneiro de inconformismo e reafirmação da liberdade ainda está por ser mais valorizado em pesquisas acadêmicas, que melhor lhe avaliarão, incluindo a compreensão de suas músicas de amor (desde o primeiro compacto até o álbum "Coração Bifurcado" de 2023) neste contexto, mas, por ora, cabe registrar aqui apenas um pesar, neste momento, por uma partida tão sentida, diante da qual me solidarizo a amigos, familiares e a todo o povo brasileiro pela perda, certo, porém, de que suas canções permanecerão lhe mantendo vivo na nossa memória e na defesa dos Direitos Humanos, entre os quais a nossa liberdade individual.

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Sobre o autor
Carlos Eduardo Oliva de Carvalho Rêgo

Advogado (OAB 254.318/RJ). Doutor e mestre em Ciência Política (UFF), com especializações em docência e em Direito público e privado, bacharel em Direito (UERJ), bacharel e licenciado em Ciências Sociais (UFRJ), é professor de Sociologia da carreira EBTT do Ministério da Educação, pesquisador e líder do LAEDH - Laboratório de Educação em Direitos Humanos do Colégio Pedro II.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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