5 Conclusões
Por meio do estudo do GHG Protocol, percebe-se que existe um grande movimento das organizações em busca da internacionalização de suas atividades. Uma das formas de se alcançar este objetivo é pela adesão voluntária a programas de redução da emissão de gases, com sua consequente adequação às normas propostas, o que, além de reduzir a quantidade de gases emitidos, comunica aos stakeholders as estratégias e ações que a empresa assume quando se trata de responsabilidade ambiental.
Inicialmente, foram pesquisados quais seriam os tipos de regulamentações utilizados nesse processo e, a partir daí, entende-se que os tratados internacionais consistem na principal fonte de manifestação regulamentar quando o assunto é a defesa do meio ambiente. Essa constatação conduziu ao estudo dos tratados que versam acerca da emissão de gases poluentes.
Considerando-se a abrangência dos tratados internacionais ambientais associada à dimensão do programa de redução de emissão de gases encontrado, constata-se que a questão a respeito do meio ambiente é um tema global e que merece toda a atenção quando utilizado como forma de internacionalização de empresas. Afinal, o tema ambiental – e principalmente a emissão de gases – se insere no âmbito dos direitos humanos internacionais, na medida em que gases poluentes não têm nacionalidade ou certificado de procedência, o que por si só evidencia não só sua relevância, mas também a necessidade de que seja respeitado de forma absoluta.
Outra observação importante é que cada vez mais devem-se buscar alternativas que não dependam exclusivamente das entidades governamentais, suscetíveis a questões políticas e temporais que podem enviesar a condução do tema. Há mais de 200 anos o meio ambiente sofre com a revolução industrial, mas só tem recebido a devida atenção e cuidados nos últimos 20 anos. No Brasil, o processo da assinatura e entrada em vigor de um tratado internacional leva, em média, 28 anos. Com base nessas constatações, percebe-se a precariedade da atuação estatal, a quem não se deve deixar a totalidade do encargo. Surge um espaço a ser ocupado pela iniciativa privada, que pode buscar os melhores meios para isso, ou seja, conjugar essa responsabilidade à lucratividade que dela pode ser extraída.
Assim, se as empresas ampliarem seus horizontes e visualizarem que podem associar o lucro à preservação ambiental, perceberão que reduzir a emissão de GEE é uma ótima estratégia, considerando que obterão retornos financeiros satisfatórios em detrimento do dinheiro e tempo investido em tais alternativas. Com isso, a vantagem competitiva obtida pelas organizações participantes de programas como o GHG Protocol induz as empresas a apresentarem uma conscientização em relação à sustentabilidade que não teriam se não observassem tais estratégias através da ótica dos benefícios que são obtidos pelas empresas.
6 Referências
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Notas
1 <http://www.ghgprotocolbrasil.com.br>